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Indicação Geográfica

Desafios e avanços com a IG Pimenta do Reino, a última conquista do ES

por Leandro Fidelis

em 30/06/2023 às 9h02

3 min de leitura

Desafios e avanços com a IG Pimenta do Reino, a última conquista do ES

*Foto: Reprodução

Após o reconhecimento da Indicação Geográfica (IG) da Pimenta do Reino do Espírito Santo, em 2022, o processo enfrentou desafios relacionados à qualidade do produto. João Henrique Trevizani, agrônomo e agente de extensão rural do Incaper, destaca a necessidade de ajustes na produção para alinhar e definir as bases do caderno de campo. O projeto contou com a participação de diversas entidades, como a Associação dos Pipericultores do Espírito Santo (Apes) e a Cooperativa dos Produtores Agropecuários da Bacia do Cricaré (Coopbac), porém, após a obtenção da IG, falta às lideranças avançarem no uso do selo.

No cenário atual, a Apes, em conjunto com a Coopbac, assumiu a responsabilidade de calibrar e adequar os processos, identificar os produtores associados e estabelecer as condições do selo. Francisco Dantas, presidente da Apes, ressaltou a importância da IG como uma garantia da origem do produto para os compradores. Ele destacou que a pimenta do reino capixaba possui excelente qualidade intrínseca, porém, enfrenta barreiras sanitárias impostas pelos principais mercados compradores, como os Estados Unidos e a Europa, devido à ocorrência de salmonela em alguns embarques nos últimos quatro anos.

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Como resultado, a Pimenta do reino do Espírito Santo está sendo exportada para mercados secundários, como Ásia e África, e o equivalente a 16% da produção também para o Vietnã, maior produtor mundial da especiaria. Francisco enfatizou que é uma perda de mercado, já que naquele país asiático a pimenta é misturada à produção local para melhorar sua densidade e passar por tratamentos fitossanitários antes de ser reexportada para os melhores mercados.

Com a conquista da IG, o grande desafio é melhorar a sanitização do produto. “A cadeia produtiva da Pimenta do Reino do Espírito Santo está concentrando esforços para oferecer a especiaria dentro de um padrão de sanidade que garanta a ausência de salmonela”, ressalta Dantas.

O selo conquistado pela Associação permitirá a todos os produtores de pimenta do reino localizados acima do Rio Doce, no Norte do estado, além do município de Aracruz, requererem seu uso, desde que sigam os critérios do caderno de especificações técnicas. Os produtores não precisam estarem associados à Apes.

Assim, avança o processo de Indicação de Procedência da Pimenta do Reino do Espírito Santo, buscando elevar a qualidade e valorizar a origem desse importante produto agrícola da região.

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