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Impacto da pandemia: 650 pacientes estão à espera do transplante de córnea no Espírito Santo

por Assessoria de imprensa Ales

em 02/08/2022 às 19h11

3 min de leitura

Impacto da pandemia: 650 pacientes estão à espera do transplante de córnea no Espírito Santo

Foto: Pixabay

Um total de 654 pacientes na fila e uma média de 2,5 anos de espera por uma nova córnea. Esse é o atual cenário do transplante desse tecido no estado, segundo a coordenadora do Banco de Olhos do Hospital das Clínicas, Caroline Meirelles Mendes. Ela falou aos deputados da Comissão de Saúde na reunião desta terça-feira (2).

Os dados atualizados neste mês ilustram os impactos causados pela pandemia no processo de doação e transplante. De acordo com a enfermeira, antes da crise sanitária o tempo médio de espera por uma córnea era de três a seis meses. “A gente sofreu uma demanda reprimida por conta da Covid-19, isso acarretou esse aumento da fila, anteriormente eram 80 pacientes a média”, explicou.

O atual quadro de demora tem gerado problemas sociais, observou Mendes. De acordo com ela, pacientes que aguardam por um doador acabam enfrentando dificuldades para exercerem, no dia a dia, tarefas relacionadas ao trabalho e aos estudos. Uma das maneiras de reverter a situação hoje é atuar nas campanhas e conscientizar os capixabas sobre a importância desse ato voluntário.

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Além da população em geral, esse trabalho deve envolver os profissionais de saúde e os acadêmicos dos cursos de Medicina e Enfermagem, destacou o chefe da Unidade de Oftalmologia do Hospital das Clínicas, Anderson Lopes Serafim. O objetivo é explicar como funciona todo o processo.

No entanto, se não houver doador, não há doação. Por isso é importante que o assunto faça parte da conversa diária entre os familiares. “Essa é a questão das campanhas hoje em dia, trabalhar mesmo a conversa em casa, conscientização, falar que é doador para que, num momento de luto, num momento de dor, as famílias possam se manifestar favoráveis a isso”, frisou Caroline Meirelles Mendes.

A enfermeira detalhou que só pode ser feita a captação se houver autorização por parte de um familiar próximo, como pai, mãe, marido, mulher ou filho. Primos, sobrinhos e vizinhos não valem. Além disso, há outras condições, como as idades limites de 2 a 75 anos e o espaço de tempo de seis horas para que a equipe do Banco de Olhos recolha a córnea desde que constatado o óbito.

A fila de transplante é única, organizada por estado, e segue a mesma ordem independentemente se o paciente é atendido na rede pública ou particular. Como a córnea é avascular, disse a coordenadora, não há necessidade de compatibilidade; o que conta é a ordem cronológica de espera. O andamento da lista pode ser acompanhado no sistema.

Anderson Lopes Serafim falou que em 2021 houve 273 procedimentos no estado, sendo que 70% das córneas foram ofertadas pelo Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (Hucam), conhecido como Hospital das Clínicas, em Vitória. A atuação do banco de olhos da unidade é restrita à capital. Na comparação com 2019 foi registrado aumento de 52% no número de captações.

Ex-diretor do Hucam, o deputado Dr. Emílio Mameri (PSDB) revelou que a fila de transplantes de córnea já foi zerada no passado e reconheceu o trabalho de conscientização feito pelas equipes, já que abordar esse assunto, logo após a morte do familiar, é uma tarefa difícil. O parlamentar colocou o colegiado de Saúde à disposição dos convidados no atendimento das demandas.

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