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Exportação

Chuvas comprometem 1ª exportação de pitaia

Produtores de Cariacica se preparavam para exportar 10t da fruta para a Espanha, mas as chuvas dos últimos meses prejudicaram a safra de verão

por Leandro Fidelis

em 11/01/2023 às 9h56

3 min de leitura

Chuvas comprometem 1ª exportação de pitaia

Foto: Leandro Fidelis

Nem é preciso repetir qual foi o impacto das fortes chuvas de novembro e dezembro de 2022 na agricultura capixaba. Plantações de café conilon inundadas e mamoeiros no chão foram algumas das cenas no Norte do Espírito Santo, só para citar o recente episódio desastroso. 

E o prejuízo também chegou nos cultivos frutíferos às vésperas da safra de verão. Em Cariacica, na Grande Vitória, além da banana, da manga e da acerola, a pitaia sofreu com o excesso de água nas lavouras, comprometendo a primeira exportação da fruta para a Espanha.

O embarque de 10 toneladas estava previsto para janeiro de 2023, mas segundo o técnico da Secretaria de Agricultura de Cariacica, Wanderson Souza, foi impossível fazer volume de produção com as perdas ocasionados pela chuva. “Faltou fruta para exportar. As águas acumularam nos cultivos, e as pitaias racharam, perdendo valor comercial”, avalia.

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Os planos de exportar pitaia para a Europa começaram em 2021. Proprietário da maior área cultivada do Estado, Moacir Dias Ferreira foi quem articulou o contrato de estreia, mobilizando outros 60 produtores da também conhecida “fruta do dragão” por conta do seu exterior escamado. 

Inicialmente, a ideia era formar associação ou cooperativa para intermediar a venda para a Europa, conforme Moacir relatou à reportagem da “Conexão Safra” em abril de 2021. Porém, os produtores não constituíram entidade para embarcar a pitaia para a Espanha. 

 

Produção

Os primeiros cultivos de pitaia no Espírito Santo começaram há cerca de dez anos. No Estado, há cerca de 70 produtores, sendo os municípios de destaque na produção: Alfredo Chaves (4 hectares com 15 toneladas/hectare), Guarapari (3 ha com 15 toneladas/ha) e Santa Leopoldina (3 ha com 12,5 toneladas/ha). Os dados são do Incaper.

Na localidade de Cangaíba, zona rural de Cariacica, Moacir Ferreira mantém mil pés de pitaia ocupando meio alqueire- o equivalente a 2,4 hectares- do total de 3 alq do Sítio Vista do Moxuara. Outros 2,5 alq são de reserva de Mata Atlântica. 

Ao todo, são mais de 60 variedades cultivadas na propriedade localizada aos pés do Monte Moxuara, sendo 20 delas de polpa vermelha. Na safra de 2023, ele prevê colher 20 toneladas de pitaia.

Um dos desafios do agricultor é obter a certificação orgânica para a fruta, cujo consumo majoritário é in natura, mas vem variando com o preparo de drinks e sorvetes à base da fruta. A ideia é agregar ainda mais valor à pitaia.

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