pube
Pecuária leiteira

Medidas simples garantem alto padrão de qualidade do leite em Itapemirim

por Elisangela Teixeira

em 02/04/2019 às 17h34

4 min de leitura

Medidas simples garantem alto padrão de qualidade do leite em Itapemirim

Fotos Elisangela Teixeira

Uma parceria que vem dando certo e rendendo bons frutos baseado em atitudes simples de higiene e manejo do gado. Assim pode ser definido o sucesso dos pecuaristas Eliezer Coutinho e dos irmãos Lamartine e Leonam Schlens dos Santos, associados à Selita, que desde agosto passado arrendaram uma propriedade em Itapemirim para criação de gado da raça jérsei. Somente em 2018 eles garantiram o primeiro lugar por duas vezes, um segundo e um nono no ranking dos 20 maiores em qualidade da cooperativa.

Lamartine e Leonam são de Domingos Martins, mas decidiram investir na criação de gado jérsei há cinco meses. Um dos principais incentivos foi a própria cooperativa. “Devido ao tamanho da cooperativa, o investimento se mostrou viável, pois teríamos como mandar a produção ”, assinala Lamartine.

A escolha pela raça também foi fator predominante. “Se não for para produzir com esse gado eu não produziria. O jérsei é um gado dócil, rústico, de manejo simples e com alto rendimento, sobretudo de sólido. A gente ganha muito em cima da conversão alimentar e é um dos melhores animais para criação, segundo pesquisas. O tamanho das vacas também permite mais quantidade de animais no pasto e persistência em lactação é muito grande. Tenho uma vaca que tem um ano e meio em lactação e ainda produz 15 litros. Ela abriu a lactação com 25 litros até 60 dias atrás. Na média ela produziu entre 18 e 20 litros por quase 10 meses ”, explicou.

Na propriedade são criadas somente fêmeas e a reprodução é feita exclusivamente via inseminação. Segundo os produtores, o macho da raça não é dócil e eles optam pela FIV para garantir a qualidade do gado e da produção. A meta é poder comercializar a raça em longo prazo.

pube

“Mesmo sendo um animal de terra fria, o calor não é problema. O couro dele é escuro, consegue segurar o calor, desde que tenha uma área de sombra e ele seja bem tratado. Não temos o hábito de bater no animal, por isso quando a gente chama, ele vem. Também estamos investindo no plantio de árvores a fim de garantir sombra para eles ”, conta Lamartine.


E o investimento vem dando certo. Mesmo com a facilidade do manejo da raça, os produtores não abrem mão de hábitos simples e eficientes para manter a qualidade e o padrão do leite.

“Desde o início fazemos a limpeza com água tratada, pré e pós dip com iodo e enxugamos com papel toalha. Antes do pré dip eu ainda lavava com sabão de coco. Já a mastite tratamos com homeopatia. Também estamos sempre monitorando os índices de qualidade. No último mês teve uma taxa de CCS mais alta, mas chamamos o veterinário que nos dá assistência e verificou que haviam vacas que estavam com um ano e meio de lactação, aí é complicado manter baixa. Deu 620 e pela primeira vez que deu B na coleta. Até então sempre A, porém já resolvemos e voltamos ao padrão A.

Investimento

Além dos cuidados com o gado em si, os produtores também investem em melhorias na propriedade. O rebanho utiliza uma área em torno de um alqueire e eles tem mais um alqueire reservado.

“A ideia é trabalhar em três hectares e vamos fazer pastejo rotacionado para trabalhar com gado a noite. Também fizemos a troca do capim mombaça por kurumi em um trecho como teste, por causa da qualidade da forragem e pela redução do carrapato ”, conta Leonam. Outro investimento é o Compost Barn.

A técnica consiste em uma grande área coberta de descanso para vacas leiteiras, geralmente revestida com uma cama de serragem, aparas de madeira e esterco compostado. O principal objetivo é proporcionar aos animais, um local confortável e seco durante todo o ano.

Alguns produtores que utilizam o sistema relatam inúmeras melhorias como, maior conforto para as vacas, além de terem vacas mais limpas, redução de problemas de perna e casco, diminuição da contagem de células somáticas (CCS), aumento da detecção de cio, aumento na produção de leite, menor odor e incidência de moscas, além de melhores condições de trabalho aos produtores.

Ao todo eles têm 21 animais e garantem que manter o padrão de qualidade é simples: “O negócio é fazer o básico e fazer bem feito. Primeiro manter a sanidade do gado. Qualquer machucado vai interferir na qualidade e o tratamos como crianças que precisam de cuidados especiais. Cuidamos da saúde do ubre e mantemos a higiene. E a homeopatia que é fundamental. Trabalho com ela há muito tempo e quando viemos trouxemos pra cá. Ficamos três anos consecutivos sem casos. Aqui teve dois casos apenas, mas também já sanamos ”.

Clique aqui e receba as principais notícias do dia no seu WhatsApp e fique por dentro do que acontece no agronegócio!