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Anuário do Agro Capixaba

Criação de camarão da Malásia no ES: desafios e potencialidades

Testes bem-sucedidos de produtores do Caparaó com a espécie podem deslanchar a atividade no Estado

por Rosimeri Ronquetti

em 15/03/2023 às 10h05

3 min de leitura

Criação de camarão da Malásia no ES: desafios e potencialidades

Fotos: Divulgação

A produção de camarão da malásia em terras capixabas se concentra em cinco municípios: Governador Lindemberg, Ibiraçu, São Mateus, Marilândia e Guarapari. É o que apontam os últimos dados consolidados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), elaborados pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). 

Em queda desde 2014 quando o Espírito Santo viveu a prior crise hídrica da história, a produção em 2021 não passou de 9.750 toneladas. Bem diferente do total registrado em 2020 quando foram pescados 15.006 toneladas. Governador Lindemberg segue liderando o ranking. No último ano, o município produziu cinco toneladas, 51,28% de toda produção do Estado.

Os dados oficiais, no entanto, não revelam os testes bem-sucedidos de produtores do Caparaó Capixaba com a espécie.  Ao contrário dos municípios produtores, todos com altas temperaturas durante praticamente todo o ano, os experimentos feitos em  Iúna, Ibatiba e Irupi têm apresentado resultados satisfatórios. 

Com temperaturas muito baixas no outono e no inverno, os produtores concentram a criação nos meses de setembro a março, primavera e verão, respectivamente, período em que as temperaturas sobem. O instrutor do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Fabiano Giori dá treinamento em carcinicultura e explica que falta conhecimento por parte dos produtores para a atividade deslanchar no Estado. 

“A produção de camarão da malásia hoje no Espírito Santo é considerada pequena se comparada ao potencial do Estado para desenvolver a atividade. Temos clima, topografia e condições hídricas muito favoráveis, mas falta informação. É preciso difundir a produção. Muitos não trabalham por falta de conhecimento, acham que é difícil, caro e acabam não se interessando pela carcinicultura”, revela Fabiano. 

Animado com os resultados obtidos com a experiência, Juliano Almeida de Freitas, de Irupi, já pensa em construir uma estufa e trabalhar com o camarão durante todo o ano. “Com conhecimento e manejo correto, com certeza vale a pena investir. Chegamos a produzir 600 quilos. Resolvi mexer com camarão depois que participei de um treinamento específico oferecido pelo Senar-ES. Comecei de maneira experimental e hoje já penso em fazer uma estufa e produzir o ano todo”, explica Juliano, que tem na cafeicultura sua principal fonte de renda. Sobre o manejo, o iniciante diz não existir segredo. 

Para diminuir os custos e ter renda extra, Juliano pensa em criar também um laboratório de pós-larvas. Atualmente, ele compra de um produtor de Governador Lindemberg, o que encarece a produção. Quanto aos custos, o mais elevado é com a montagem dos tanques. 

“Nosso trabalho é orientar os produtores, por meio de treinamentos e capacitações, para amenizar os erros, como o preparo dos tanques, alimentação, nutrição e manejo das larvas. O investimento maior é o de implantação dos viveiros, o ambiente de cultivo. Já o custo de produção não é tão elevado, isso tudo falamos no treinamento”, pontua Giori. 

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