Anuário 2024

Suinocultura capixaba: mão de obra ainda é um gargalo para expansão

Granja de suínos. Suinocultura. Foto: Wenderson Araujo/Trilux

Apesar de ter alcançado o seu melhor resultado em uma década, com quase 29 milhões de toneladas de carne suína abatidas, o mercado suíno do Espírito Santo ainda representa apenas 0,54% do abate nacional, o que coloca o Estado na 9ª posição, entre os dez maiores produtores nacionais, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Conforme apontam dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca do Espírito Santo (Seag), cerca de 78,4 mil suínos foram abatidos somente no 1º trimestre de 2024, um crescimento de 26,94% em comparação com o mesmo período de 2023, o que em números absolutos representa um aumento de 5.959 para 7.564 toneladas.

Os números ainda indicam que o preço médio por arroba recebido pelos produtores capixabas também aumentou, alcançando uma projeção exponencial: saindo de R$ 125,10 em janeiro de 2023 para R$ 138,30 em janeiro de 2024. Já em fevereiro, a variação foi de R$ 126,92 para R$ 142,63, e em março, o preço da arroba subiu de R$ 130,92, em 2023, para R$ 131,15, em 2024.

Tendo em vista o potencial de expansão do setor, os grandes players já se movimentam para aumentar a competitividade da suinocultura capixaba e não ficar para trás no ranking nacional.

“Constantemente temos implementado novas tecnologias nas medidas de biossegurança, investido em controle automatizado de alimentação do rebanho, além de outros cuidados profiláticos, visando a produção de um rebanho de qualidade, resultando em produtos de alta performance no mercado consumidor”, destaca José Carlos Correa Cardoso, sócio diretor da Cofril, uma das maiores comercializadoras de carne suína do Brasil.

Granja de suínos. Suinocultura. Foto: Wenderson Araujo/Trilux / Sistema CNA/Senar

 Expansão de mercado X Mão de obra

A carne suína produzida no Espírito Santo atende, prioritariamente, o mercado nacional. Entretanto, tem alcançado outros mercados, como a China. Porém, para atender a demanda interna e externa, é necessária a contratação de mão de obra, o que atualmente é o maior desafio do setor.

“Sem dúvida, houve um salto grande na geração de empregos por conta desse aumento na produção de carne suína no Estado. No entanto, o grande desafio das empresas atualmente é a escassez de mão de obra realmente determinada a trabalhar. Mas, nesse período de crescimento da produção, certamente o impacto na economia local das comunidades onde as empresas estão inseridas foi muito positivo”, explica Cardoso.

Produção diversificada e inovação

A diversificação dos produtos originados da carne suína é extensa. Carnes temperadas, defumadas, bacon, além de uma série de linguiças estão entre os itens que chegam à mesa do consumidor.

Em cada época do ano algum mix de produtos se destaca. Os produtos para churrasco, por exemplo, têm alta demanda no verão. Já o bacon e outros defumados, apresentam maior procura no inverno.

No fim do ano, em decorrência do Natal e Réveillon, a busca se intensifica pelo pernil defumado.

“A Cofril tem como principal linha de seu mix de produtos a linguiça de pernil para churrasco. Recentemente destacamos algumas carnes temperadas para facilitar o preparo, produtos que têm sido muito bem aceitos pelos consumidores”, explica o sócio diretor da empresa.