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Piscicultura

Piscicultor mineiro tem crescimento de mais de 1000% em sua produção

por Assessoria de Imprensa

em 11/09/2023 às 15h50

4 min de leitura

Piscicultor mineiro tem crescimento de mais de 1000% em sua produção

Foto: divulgação Emater-MG

O André Jean Teixeira Guimarães já fez de tudo um pouco: foi office boy, feirante, motorista. Depois se formou em Educação Física e foi personal trainer. Até que a convite do pai foi morar em Rio Piracicaba, região Central de Minas Gerais e lá viu uma oportunidade de empreender na roça, na propriedade da madrasta. “A propriedade era arrendada e não estava produzindo. Então cheguei e comecei a trabalhar com gado de leite, fiquei dois anos nessa atividade. Mas a propriedade é muito rica em água e tinha viveiros desativados. Comecei a procurar informações técnicas sobre a piscicultura e reativei três viveiros. Consegui, de forma experimental, uma produção boa. A partir daí fui buscar mercado para meu peixe”, recorda.

André largou os pesos de academia, mas não o trabalho pesado. A piscicultura é uma atividade que exige bastante e ele participa de todo processo, desde os cuidados com os viveiros, a alimentação dos animais, até a despesca, em que entra na água e com uma grande rede retira os peixes já crescidos dos tanques.

“Toda atividade rural é bem braçal, mas também intelectual. Eu comecei com o básico, mas aos poucos fui agregando a tecnologia, como os aeradores que fazem incorporação de oxigênio na água, implementei técnicas de manejo com o peixe e qualidade de água, uso de probióticos, tudo isso faz com que consiga trabalhar com uma densidade de animais por viveiro bem maior que no início”, comenta.

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Em função desses investimentos em técnica e tecnologia, a produção do André saltou de seis toneladas ao ano, em 2018, quando começou, para 70 toneladas atualmente, com a perspectiva de mais que dobrar esse volume nos próximos anos.

 

Agroindústria

Para agregar valor, o André partiu para instalação de uma pequena agroindústria, onde processa o filé de peixe, que sai congelado, pronto para o consumo. A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) acompanha todo esse trabalho. A técnica de Bem-estar Social da empresa pública, Ana Maria da Silva, explica que atua orientando desde a escolha do local para instalação, passando pela construção adequada do empreendimento, conforme a legislação, até no fornecimento de cursos de formação, para que o André pudesse ser o responsável técnico pela agroindústria.

A Emater-MG também auxilia o piscicultor na elaboração de projetos para acesso ao crédito rural. “O pequeno frigorífico ele conseguiu com recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, o Pronaf, e já estamos pleiteando no Plano Safra atual recursos para aquisição de painéis de geração de energia fotovoltaica, porque a atividade gasta muita energia. E com as condições do Pronaf conseguimos diluir bem o custo da implantação. Outra melhoria que ele fará, com crédito rural, vai ser a aquisição de uma câmara fria, para melhorar a capacidade de estocagem. Nós apoiamos com a elaboração dos projetos, a emissão da CAF, Cadastro Nacional da Agricultura Familiar. Tudo isso é papel da Emater-MG dentro da propriedade dele”, explica o engenheiro agrônomo da empresa, Gustavo Caldeira.

 

Merenda Escolar

Cerca de 80% de tudo que o André produz vai para merenda escolar de escolas públicas da região. A inserção do André no Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) também foi articulada pela Emater-MG. A nutricionista da prefeitura de Rio Piracicaba, Fernanda Bueno Ribeiro, explica que o peixe enriquece a alimentação dos alunos e por ser produzido na região chega sempre fresco e com alta qualidade para o prato das crianças.

“O cardápio é pensado com variedade, fomentando também os agricultores da região. Eles fornecem com muito carinho e conseguem atender a necessidade dos alunos por micronutrientes. Mais de 70% do nosso cardápio elaboramos com produtos de nossos agricultores. E o peixe é um alimento de alto valor biológico, que conseguimos fornecer toda semana”, reforça.

Para o André, a mudança total de vida, embora não tenha sido fácil, trouxe grande satisfação. “Por muitas vezes a gente pensa em desistir, porque o trabalho é pesado, seja com sol ou chuva. Mas é muito compensatório. Eu fico maravilhado porque sou nascido e criado na capital, não tive muito contato com os animais e poder produzir, ver um alevino chegando com dois centímetros, depois fazendo a despesca dele com um quilo, transformando esse peixe, beneficiando ele em alimento top de linha, de alta qualidade, é muito gratificante”, complementa.

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