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Pecuária leiteira

Irmãs Amazonas: sucesso na web e na qualidade do leite

Natieli e Valeska Sperandio tocam a produção em Córrego Olho d’Água, distrito de Baunilha, em Colatina

por Redação Conexão Safra

em 24/09/2021 às 10h20

4 min de leitura

Irmãs Amazonas: sucesso na web e na qualidade do leite

*Fotos: Cláudio Costa/Divulgação

Empoderamento feminino, sucessão familiar e orgulho de pertencer ao agro. Tudo isso no mesmo pacote, ou melhor, num balde cheio de leite. Conhecidas como “Irmãs Amazonas”, Natieli (34) e Valeska Sperandio (30), além de inspirarem outros jovens e mulheres, mantêm foco na qualidade da produção em Córrego Olho d’Água, distrito de Baunilha, em Colatina, noroeste capixaba.

As irmãs estão na pecuária leiteira desde que o pai morreu, há 16 anos. Ele se dedicava tanto ao curral quanto à cafeicultura, mas ao decidirem “arregaçar as mangas”, as herdeiras acabaram optando pelo leite e deixaram as lavouras de lado porque exigiam muita mão de obra. “A pecuária vem desde nosso avô, também já falecido, e tinha produção pequena”, lembra Valeska.

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Mesmo desacreditadas ao assumirem a fazenda “As Amazonas”, Natieli e Valeska não se deixaram abater e enfrentaram o preconceito por serem jovens e mulheres. “No início falavam que não iríamos conseguir, que venderíamos tudo porque não daríamos conta. Somos apaixonadas pelo que fazemos e hoje temos poder de negociação e conquistamos respeito”, diz Natieli.

A rotina das irmãs começa às 4h30 e termina só no fim da tarde. Até 2017, a ordenha ainda era manual. “Nós tirávamos cento e oitenta litros na mão. Tinha época que havia vaqueiro, em outras não, então tivemos que encarar sozinhas e começou a ficar puxado”, completa Natieli. A dupla sondou com vizinhos a melhor opção para a realidade da fazenda e investiu em ordenhadeira mecânica para aumentar a produção.

As Irmãs Amazonas participam dos programas “Mais Leite” e “Leite Certo”, da Cooperativa Agropecuária Centro Serrana (Coopeavi) e recebem assistência técnica do mesmo veterinário desde 2011. Atualmente, são 25 vacas da raça Girolando em lactação, produzindo 330 litros por dia no inverno. No verão, a produção chega a 500 litros por dia.

A média fica em torno de 13 litros por vaca na época mais seca do ano, porém as pecuaristas já alcançaram produtividade de 18 litros por vaca. “A adaptação não foi difícil. É muito mais fácil lavar a ordenhadeira mecânica que o balde ao pé. O gado se adaptou rápido e, aos poucos, deu tudo certo”, afirma Valeska.

 

Como ganhar dinheiro com a qualidade do leite?

Ao prezarem pela qualidade do leite, Natieli e Valeska querem mostrar para outros pecuaristas ser mais necessário empenho que uma estrutura produtiva completa. Os resultados das irmãs na atividade foram até tema da live “Como ganhar dinheiro com a qualidade do leite?”, realizada dia 14 de julho.

Segundo as “amazonas”, um dos segredos é optar por produtos de qualidade, para obter o melhor custo x benefício na atividade, e trato diferenciado no manejo alimentar. “Muitas vezes o animal não tem genética para responder se for só alimentado com ração”, destacam. Elas mantêm piquetes rotacionados com as vacas mais produtivas, de primeiro lote, e pasto. Os animais que dão menos finais de lactação vão para o pasto.

No verão, as vacas cabem todas no piquete, quando a produção é de 500 litros por dia. “Elas comem o que precisam comer, não insistimos com ração quando a vaca não dá resultado. É tudo balanceado”, revela Valeska. Em razão da produção de capim no inverno ser menor, as irmãs aumentam a proteína da ração na dieta dos animais e, no verão, quando há mais quantidade de capim disponível, diminuem a proteína.

E as Irmãs Amazonas não esperavam que essa dedicação à pecuária fosse fazer tanto sucesso nas redes sociais. Com quase 13 mil seguidores no Instagram e mais de 1,5 mil inscritos no canal do Youtube, a dupla tem como slogan “Firmes na lida, firmes no gole” e divulga a “rotina das irmãs brutas de verdade”. “Nós entramos no Instagram por sermos jovens, mulheres e também para mostrar que o trabalho do povo do interior pode, sim, ser reconhecido, como aconteceu com a gente”, comenta Natieli.

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