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Mulheres no Agro

Sem veneno no prato: agricultoras capixabas se transformam em tema de documentário

“Ecos da Terra” narra histórias de seis mulheres da Agroecologia, suas famílias, comunidades, culturas e movimentos sociais. Com 50 minutos e 2000 km rodados no ES, documentário mostra que “o futuro é agroecológico” e que o consumidor urbano tem papel fundamental nessa transformação

por Assessoria de Imprensa

em 11/07/2022 às 11h54

6 min de leitura

Sem veneno no prato: agricultoras capixabas se transformam em tema de documentário

O documentário Ecos da Terra percorreu mais de dois mil quilômetros no Espírito Santo para registrar histórias de seis mulheres que fazem da Agroecologia uma realidade potente em suas vidas, de suas famílias, comunidades e movimentos sociais. Com 50 minutos de duração, o filme aborda as escolhas cotidianas que levaram as seis personagens, anos atrás, a se decidirem pela ruptura com a lógica do veneno.

Participaram do filme as agricultoras capixabas Ana Flavia Luck, Erenilda Luzia Schuina Ferreira Guio, Flavia dos Santos, Maria José Gonçalves Luck, Joselma Maria Pereira, Josiane de Abreu Machado, Marijane Luck e Selene Hammer Tesch.

Nessa caminhada sem agrotóxicos, elas buscaram novas referências, baseadas na produção de vida e saúde, e se mantiveram na vanguarda da agricultura, sustentando assim um movimento social multicultural que cresce em todo o mundo, unindo campo e cidade na construção de um novo padrão de produção e consumo. Ao optarem pela produção diversificada e sem agrotóxicos, contribuem para a preservação do meio ambiente, para a “plantação” de água e ainda fortalecem a vida no campo, gerando inclusive emprego e renda.

O futuro é agroecológico”, já diz uma das personagens, em Santa Maria de Jetibá, resumindo uma posição compartilhada por todas as seis: ao lado da determinação das agricultoras e agricultores, a construção desse futuro mais saudável e sustentável demanda também o consumidor consciente, que não engole veneno e que prioriza as feiras livres, onde o diálogo com as famílias produtoras fortalece os laços de confiança mútua e as trocas de saberes entre o urbano e o rural.

 

Lançamento

O lançamento de Ecos da Terra será no dia 25 de julho – Dia Internacional da Agricultura Familiar – e ocorrerá online por meio da plataforma do YouTube. Para assistir, basta preencher o cadastro da produtora e receber o link de acesso diretamente no e-mail. O link é: https://forms.gle/VUwE1HALHfvKAEYg6 .

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O documentário Ecos da Terra é uma realização da Ladart Filmes com o apoio do Fundo de Cultura do Estado do Espírito Santo (Funcultura) e da Secretaria da Cultura do Estado do Espírito Santo.

 

Inspiração

Ecos da Terra surgiu a partir de uma inquietação da diretora Ursula Dart, ao tentar selecionar o que o filho Eric poderia comer. “Ele tinha um aninho na época. Estava meio paranoica sobre o que eu poderia dar pra ele comer. Foi quando, na sessão hortifruti do supermercado, vi que tinha apenas uma banquinha pequena escrito ‘sem agrotóxico’. Foi aí que surgiu a ideia de fazer o filme”, relembra Ursula. Com a ideia na cabeça, Ursula procurou outros nomes para compor a equipe do documentário, como o da jornalista Fernanda Couzemenco, Iza Rosenberg, dentre outros.

 

Conheça as agricultoras

Durante o processo de pesquisa para o filme, buscou-se uma diversidade social, cultural e geográfica dentro do território capixaba.

Selene Hammer Tesch – Santa Maria de Jetibá – “Não matarás”, dizia o sexto mandamento. Foi assim que Selene, há mais de 30 anos, decidiu banir o uso dos agrotóxicos e começou a plantar comida de verdade. Hoje, a barraca da Selene na feira é cheia de flores e ervas medicinais. Esse é o carro chefe do sítio dela, inclusive, com mais de 400 espécies de ervas medicinais catalogadas. Dentre os títulos que coleciona, a capixaba, em 2017, foi embaixadora da ONU na campanha “#MulheresRurais, mulheres com direitos”, representando o sudeste brasileiro.

Foto: divulgação ocumentário

Erenilda Luzia Schuina Ferreira Guio | Iconha – Presente nas feiras orgânicas da Grande Vitória, a Vero Sapore se une a outras famílias para estar presente em todas elas. Nas barracas, diversas frutas e itens da agroindústria, como pães, bolos e biscoitos. Essa parceria entre as famílias funciona há mais de 20 anos, sempre com uma busca para entender a necessidade do consumidor. Na lavoura, lá em Iconha, apenas práticas sem agrotóxicos ou insumos artificiais.

Família Luck – Ana Flávia, Maria José, Marijane – Vila Valério – Numa região cercada pelas monoculturas do café e do pasto, o sítio Boa Sorte forma uma ilha verde com o cultivo de hortaliças sem agrotóxicos. Esse recinto verde surgiu quando anos atrás, em contato com o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Dona Zezé decidiu arrancar todos os pés de café da propriedade e plantar comida de verdade.

Joselma Maria Pereira | Santa Teresa – Mesmo numa região considerada seca, devido às montanhas da região que impedem a chegada da umidade, o assentamento Vale da Esperança do MST mostra que é possível produzir comida de verdade. Nossa personagem, Joselma, formou-se assistente social e atuou em outros campos da luta política pela terra antes de optar pela agricultura junto ao marido, produzindo comida de verdade e sem veneno.

Flavia dos Santos | São Mateus – O território quilombola Sapê do Norte com mais de trinta famílias luta contra a monocultura do eucalipto para se manter em suas terras e produzir alimentos de qualidade. Enfrentando as dificuldades trazidas pelo deserto verde e resgatando essa ligação ancestral com a terra – de mais de 300 anos de história, Flavia produz alimentos orgânicos para entregar em escolas e “planta água” para manter as nascentes da região.

Josiane de Abreu Machado | Alegre – Na comunidade Feliz Lembrança, no Caparaó capixaba, um grupo de pequenos agricultores agroecológicos conseguiu fazer o caminho inverso e, ao invés do êxodo rural, tem trazido os jovens de volta para o campo, com a proposta de produzir frutas, verduras, café, mel e uma agroindústria coletiva de doces, geleias e outras delícias saudáveis.

 

 

Trilha sonora

No processo de edição do filme, Ecos da Terra ganhou uma trilha sonora original homônima. “Você é o que você come. Você é o quê?” A afirmação-pergunta-provocação é o refrão da trilha-sonora original do documentário e busca chamar atenção do público para a sua co-responsabilidade nesse processo de transformação.

A canção é interpretada nas vozes das cantoras Claudia Zanetti e Dyo Arruda, com as batidas de André Akira, gravada no Estúdio Bravo. A composição é de Marcus Neves, juntamente de todos os envolvidos na música.

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