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Importação

Rússia suspende importação de carnes de unidades da BRF e JJZ Alimentos (na FOLHA e ESTADÃO)

O Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Rússia restringiu temporariamente a entrada de produtos de produtos de dois frigoríficos brasileiros

por Redação Conexão Safra

em 30/03/2017 às 0h00

6 min de leitura

O Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Rússia restringiu temporariamente a entrada de produtos de produtos de dois frigoríficos brasileiros citados na Operação Carne Fraca, que já estavam com os registros de exportação suspensos pelo Ministério da Agricultura do Brasil.


De acordo com as informações no site do órgão regulador russo Rosselkhoznadzor, as certificações das unidades da BRF de Mineiros (MG), com SIF 1010, e da JJZ Alimentos de Goianira (GO), com SIF 2156, estão suspensas desde terça (28).


A Rússia é o maior importador de carne suína do Brasil &mdash,foram 245 mil toneladas em 2016&mdash, e ocupa a quarta posição na compra de bovinos &mdash,139 mil toneladas no ano passado&mdash,, de acordo com informações da ABPA e Abiec.


Na semana passada, o governo brasileiro Brasil comunicou a todos os países que compram carnes dos 21 frigoríficos investigados pela Polícia Federal a suspensão dos seus registros de exportação, segundo nota do ministério da Agricultura, citando o ministro Blairo Maggi.


As suspensões ocorreram após Operação Carne Fraca da Polícia Federal, deflagrada em 17 de março, que investiga supostas propinas pagas para venda de produtos sem inspeção em dezenas de frigoríficos brasileiros. Vários países adotaram medidas, incluindo embargos e aumento nos controles, mas alguns mercados importantes, como a China, já aliviaram as restrições.


Procurada nesta quarta-feira (29), a BRF reiterou que segue trabalhando para esclarecer as informações reveladas na Carne Fraca e restando todos os esclarecimentos para retomar as operações. A reportagem não conseguiu entrar em contato com o frigorífico JJZ.

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SUSPENSÃO NÃO TRAZ NOVIDADES, DIZ BLAIRO

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse ao Broadcast, que a decisão “”não tem novidades””. Segundo ele, o comunicado apenas ratifica a postura do governo brasileiro de embargar e suspender as exportações dessas de outras 19 unidades investigadas no caso.


“”Nós fizemos um autoembargo dos 21 frigoríficos preventivamente, então aí não tem aí não tem nada de novo””, relatou Blairo. Além disso, de acordo o ministro, o governo russo e de outros países clientes externos da carne brasileira já têm a lista dos estabelecimentos investigados pela Operação Carne Fraca.


Procurada, a BRF informou que ainda não foi notificada por meio do governo brasileiro desta suspensão – que é o trâmite normal nestes casos -, mas está ciente da suspensão por meio do site do governo russo.


Europa vai examinar 100% dos carregamentos de carne do Brasil

A União Europeia vai examinar todos os carregamentos de carne brasileira que desembarquem em seus portos e prevê até mesmo a destruição de cargas que possam ser identificadas com problemas sanitários. O anúncio foi feito depois que o comitê de veterinários dos 28 países do bloco se reuniu pela segunda vez em menos de uma semana para examinar a crise no Brasil, enquanto uma missão presente no País tenta encontrar uma solução para o comércio bilateral. Auditorias também serão enviadas ao País.


Apesar do anúncio, o grupo evitou publicar novas barreiras e aguarda o final da visita de uma missão oficial ao Brasil para avaliar os próximos passos. O
Estado
apurou que, enquanto certos governos querem o bloqueio total da carne brasileira, outros insistem que a medida poderia ser questionada até mesmo em tribunais da OMC.


Decisão final no bloco europeu será tomada semana que vem

A decisão final será tomada na semana que vem, em Luxemburgo, depois de considerações políticas. Mas, em Bruxelas, já se fala abertamente na possibilidade de que novas exigências sejam feitas sobre os exportadores brasileiros que queiram entrar com seus produtos na Europa.


“Um consenso foi obtido sobre o reforço na verificação e como eles devem ser focados ”, disse a Comissão Europeia, em um comunicado que também detalha que os 28 países do bloco adotariam procedimentos harmonizados. “Em especial, foi confirmado de que deve haver 100% de verificação física de todos os carregamentos apresentados para a importação na Europa e 20% de exames microbiólogos ”, disse.


Durante a reunião, também foram adotados procedimentos comuns em caso de que um carregamento irregular seja identificado. Todos terão de informar à Comissão e aos demais governos. Além disso, vão determinar o retorno do material ou sua destruição.


A Comissão Europeia explicou que, em uma situação “normal ”, qualquer resultado desfavorável em termos sanitários geram um alerta automático para que todos os carregamentos do mesmo padrão sejam verificados, além de um reforço do controle.


Um resultado negativo também exige que governos levem o caso aos demais países e que faça parte de um banco de dados no qual todos no bloco tem acesso.
“A situação será regularmente revista em futuras reuniões do Comitê ”, explicou a Comissão.


Garantias.
Mas Bruxelas deixa claro que vai comparar as garantias dadas pelo governo brasileiro ao comissário de Saúde da UE, Vytenis Andriukaitis, que está no País debatendo o assunto aos resultados das análises nos portos europeus.


Bruxelas também alertou que vai comparar as promessas feitas pelo Brasil nesta semana ao resultado de auditorias que serão enviadas às fazendas brasileiras e estabelecimentos exportadores.


Segundo Bruxelas, o comissário está tendo uma conversa “franca ” com as autoridades brasileiras. Os europeus querem saber quais novos passos o Brasil vai adotar para “restabelecer plenamente a confiança ” na carne nacional.


O resultado da visita será ainda levado para um encontro de ministros europeus na segunda-feira, em Luxemburgo. Adriukaitis ainda foi convocado a explicar a crise ao Parlamento Europeu, em Estrasburgo. Uma decisão política, portanto, será tomada após esses encontros.


Assim que a crise foi revelada, os europeus fecharam o comércio com o Brasil para as quatro empresas citadas e que exportavam para a UE. Alguns dias depois, ampliou o embargo para todos as 21 implicadas na suposta fraude.


Mas Bruxelas também ordenou que as autoridades portuárias dos 28 países reforçassem os controles e que verificasse em termos de higiene as cargas vindas do Brasil, mesmo que seja de empresas não mencionadas na crise.


O
Estado
havia antecipado que dados oficiais do bloco indicavam que um total de 55 incidentes sanitários com a carne brasileira em portos europeus. No último dia 28, mais um caso foi identificado com salmonella na carne de frango brasileira, num porto italiano.


Fonte: Folha de S. Paulo + Estadão

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