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Diversificação agrícola no sul capixaba

por Redação Conexão Safra

em 30/01/2014 às 0h00

4 min de leitura

Diversificação agrícola no sul capixaba

Incaper avança na pesquisa de citrus. Empresa de Guaçuí se destaca no desenvolvimento de novos cultivares.

Por Kátia Quedevez


A região sul capixaba já produz frutas cítricas de março a dezembro, combinando áreas quentes das regiões baixas e as áreas frias das regiões. O mercado é uma esperança para produtores rurais que querem diversificar suas atividades e sair do combinado “café com leite ”.

O resultado de uma pesquisa iniciada em 1999 pelo Incaper &ndash, Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural, avaliou 54 genótipos e selecionou cultivares preferenciais para
consumo in natura e para a extração de sucos. Com isso, produtores podem utilizar espécies para cultivos resistentes ao clima da região, tendo como base um importante trabalho científico.

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O clima ameno das regiões altas favorece a produção de laranjas para consumo in natura, laranja de “umbigo ” do tipo Bahia e também de laranja de suco com maiores teores ácidos carbônicos, laranjas do tipo “Pera ”. A região do Caparaó Capixaba, por exemplo, poderá expandir a cultura da laranja porque não apresenta pragas quarentenárias. Ainda no Caparaó, as seis cultivares preferencialmente recomendadas para plantio são laranjas do tipo “Salustiana ”, “Pera ”, “Jetibá ”, “Lanelate ”, “Pêra IAC ” e a “Navelina ”.

Segundo Rose Aguiar, a cultura existe há tempos no Caparaó, “mas há a necessidade de se resgatar a atividade e fazer o produtor entender que além do leite e do café, a região dá fruta de boa qualidade e por fazer parte do cardápio do brasileiro, pode ser um bom negócio ”.

E Rose fala da sua própria experiência. Ela é jornalista formada e deixou a profissão para se dedicar à produção de citrus em Guaçuí. Ela e o marido iniciaram atividade com um pomar que serviu de laboratório para as pesquisas do Incaper de novos cultivares na região. Atualmente, além do pomar ampliado, montaram uma empresa que fornece sementes e mudas cítricas certificadas, a Citrosul. “Investimos em tecnologia e fornecemos sementes e mudas de qualidade, com alto padrão genético para produtores rurais e instituições públicas, como prefeituras e
governo do estado ”.

A empresa tem 10 anos de mercado e após uma consultoria prestada pelo Sebrae há cerca de três, aumentou seu lastro de atuação. Além de fornecer mudas de todas as espécies de citricultura (laranja, tangerina e citrus), a Citrosul comercializa mudas de frutíferas, palmáceas, ornamentais e essências nativas. “Para quem quer investir na chamada poupança verde, fornecemos mudas de plantas nativas como o mogno africano, que tem alto valor de mercado ”. Informações pelos telefones 28 3553 0113 e 28 999684353.



As cultivares indicadas para o consumo in natura não possuem sementes: “Salustiana ”, da Espanha, “Navelina ” e “Navelate ”, dos Estados Unidos e Espanha, e “Lanelate ”, da Austrália. As cultivares usadas preferencialmente para a extração de sucos é a “Pera IAC/SP ” e a “Pera Jetibá ”, obtida no município de Santa Maria de Jetibá. A “Navelate ” é indicada para o consumo in natura e não possui sementes.

A pesquisa de novos cultivares de citrus realizada pelo Incaper tem o objetivo de contribuir para o aumento da renda das pequenas propriedades de base familiar e garantir a sustentabilidade da atividade citrícola.



As frutas ácidas, em especial as cítricas (a laranja, a tangerina, o Alimão e a lima), são ricas fontes de vitamina-C (ácido ascórbico) e hesperidina, dois importantes agentes antioxidantes da natureza. Ainda possuem vitaminas A, B1 e B2 e expressivas quantidades dos ácidos carbônicos (cítrico, málico, tartárico, oxálico, fórmico e fólico), bem como os minerais cálcio, potássio, fósforo, enxofre e magnésio. Por isso, médicos e nutricionistas recomendam o consumo de frutas cítricas, notadamente a laranja após as refeições.

O principal objetivo é garantir o fornecimento da vitamina-C para favorecer a absorção do Ferro presente no feijão e noutros alimentos, e com isso contribuir para a oxigenação do sangue nos pulmões.

Os demais ácidos presentes, ao serem ingeridos, transformam-se em sais alcalinos, cuja função é equilibrar a acidez gástrica, gerada pela ingestão de alimentos que provocam acidoses.

O Estado do Espírito Santo já foi autosuficiente na produção de laranjas. Na década de 1960 possuía 5.400 hectares de laranjas. Em 2008, a área de produção se reduziu para menos de 1.500 ha. Nesse período, a população capixaba aumentou de pouco mais de 1 milhão para 3,5 milhões de habitantes. A redução de área de produção de laranjas se acentuou entre 2001 e 2008, atingindo em média 150 ha/ano. Em função disso, o Estado passou a importar quantidades cada vez mais crescentes de laranjas para suprir suas necessidades internas.

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