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Deputado Evair de Melo diz que impeachment deve ser aprovado

por Redação Conexão Safra

em 05/04/2016 às 0h00

10 min de leitura

Deputado Evair de Melo diz que impeachment deve ser aprovado

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Ilauro Oliveira


A avaliação é de Evair de Melo, único deputado capixaba na Comissão que analisa o pedido de Impeachment da presidente da República.

Ainda no seu primeiro mandato como deputado federal, Evair de Melo (PV), de Venda Nova do Imigrante, já alcançou uma dimensão nacional: trata-se do único capixaba na Comissão instaurada para analisar o pedido de Impeachment da presidente Dilma Roussef (PT).

Vendo, por dentro, o clima de Brasília e o trabalho dos parlamentares, não deixa dúvidas de que a petista cairá, mesmo tendo Lula como defensor, e que o País precisa de um novo momento político para salvar a economia. Admite também que o que pesa contra a presidente &ndash, e o que será medido nesse processo &ndash, não é só o fato do crime praticado, mas também toda uma conjuntura de crise que ronda o governo federal.

Evair fala também do seu trabalho na Comissão que analisa as obras paradas pelo governo federal. Só no Espírito Santo estão programadas ou já em andamento 430, aproximando-se dos R$ 5 bilhões em investimentos. E também avalia como positivo o trabalho realizado pelo governador Paulo Hartung (PMDB). E aproveitou para declarar apoio a dois nomes às eleições municipais, caso estes sejam candidatos a prefeito. Segue:

Aqui Notícias -O senhor é o deputado novato na bancada do Espírito Santo, e, mesmo assim, já participa da Comissão do Impeachment, sendo o único capixaba nela.
A que o senhor atribui essa participação tão importante?

Evair – Na Câmara federal tem espaço para quem trabalha muito. Com um ano na Casa eu trabalhei muito e isso me deu um reconhecimento dentro do meu partido e fora dele. Mas dentro do PV eu conquistei esse espaço compreendendo que eu tenho condições de fazer esse debate na Comissão do Impeachment. E eu sendo o único capixaba nela, isso aumenta minha responsabilidade porque passo a ser a voz de todos nós e por isso preciso ouvir o que os capixabas pensam também a respeito desse processo…

E o que o senhor tem ouvido por ai?

Esse governo nesse momento atrapalha o Brasil. Não cuidou nem da política e nem da economia. Tenho recebido muitas mensagens pelas redes sociais, por telefone e pessoalmente, e 90% dessas pessoas dizem para eu votar favorável ao Impeachment, outros 5% têm dúvida e o restante pede pela manutenção da presidente Dilma no cargo. Então, além dos crimes caracterizados no artigo 85 da nossa Constituição, crimes de responsabilidade fiscal, somados aos agravantes…Operação Lava Jato, quebra da Petrobrás, os grampos telefônicos…ou seja, essas atrapalhadas facilitam muito a nossa vida que queremos o Impeachment dela.

Então, além do crime, há os agravantes e a pressão popular contra ela?

Nas democracias consolidadas quando há o rompimento na confiança do povo com o governo, troca-se o governo. Isso não tem trauma. Por isso sou a favor do parlamentarismo, porque nesse caso troca-se o primeiro ministro e a vida continua.
A eleição não pode ser o apego pelo poder. Se eu estou fazendo mal, ou eu peço para sair ou me tiram. Mas é preciso estabelecer uma coisa aqui: tem um crime consolidado, que é o crime de responsabilidade fiscal nas denúncias dos juristas. Esse crime é fato….

Mas tão grave assim que mereça o impedimento de governar?

Olha, o crime é fato, o que não é fato é o tamanho da pena. O próprio governo se defende dizendo que outros governantes cometeram os mesmos crimes….pode até ser, mastoda corrupção e crimes precisam ser combatidos, investigados e punidos no rigor da Lei.

E então, nesses casos, com agravantes, quais penas aplicar?

Se fosse só aquele crime lá, de fazer operações financeiras iguais a outros governo fizeram poderia caber apenas uma advertência ou outras penas mais, mas o problema são os agravantes de omissão, da Operação Petrobras, Lava jato, Odebrecht, delações premiadas, escutas telefônicas…são agravantes que não nos deixam outra saída. Infelizmente governo perdeu credibilidade e levou o Brasil junto. Então, estou convencido que neste momento para o bem de todos nós e do País é preciso que a presidente saia do poder. Todo esse estrago na economia está também empurrando o impeachment para cima dela.

Então, pelo que o senhor fala, se a situação do Brasil fosse outra, esse processo não avançaria. O julgamento então é mais político do que tudo.

Sem dúvida que seria outra situação se esse governo tivesse habilidade política.
Ele errou no processo político e somado a isso as peças foram se juntando.

O senhor acha que nem a entrada do Lula no governo reverte isso?

Se faltava uma peça para azedar isso tudo foi essa ideia da presidente de colocar o ex-presidente no governo. Ele não reverte porque hoje não tem credibilidade junto aos parlamentares. Os parlamentares estão se negando a despachar com ele porque sabem como ele opera e a carapuça caiu. Ele está se mostrando um homem dissimulado, que mente e sem caráter. Nem o ex-presidente salva Dilma.

O senhor também está na Comissão que analisa as obras paradas do governo federal. Puxando aqui para o nosso quintal, como esse trabalho pode ajudar os capixabas?

No Espírito Santo, tirando a Petrobrás, são 5 bilhões de reais em investimentos, em 430 obras. Nesse momento estamos fazendo esse levantamento, e após isso veremos uma a uma para apurar as responsabilidades de paralisações. Por exemplo, fizeram a licitação da duplicação da BR 101, mas no projeto não estava o Contorno de Iconha. Agora atrasa a obra…outra, o aeroporto de Vitória é outra irresponsabilidade. Neste ano não tem previsão orçamentária para nada. Precisamos torcer para sair vivos esse ano e para o processo de impeachment andar rápido…

…Deputado, quem ouve uma pessoa como o senhor, que está em Brasília, no centro do poder, falar com tanto pessimismo, acaba ficando com medo…

…Olha, o Brasil precisa de um fato novo. E esse fato é a saída da Dilma. O Brasil está sem credibilidade e isso reflete na economia…

– …Mas ai, deputado, vale outra pergunta: com a saída da Dilma assume o vice-presidente, que é do PMDB. Qual a moral, qual a credibilidade do Michel Temer e do PMDB para mudar o Brasil, sendo que eles são sócios desse governo?

O processo de impeachment é um processo de legalidade. Existe um processo envolvendo um crime da presidente e somado a isso os agravantes…

Sim, mas o PMDB não está nisso?

O julgamento é político e não pode ser moral.
São coisas diferentes, o próprio Michel Temer e a presidente Dilma respondem a outro processo. Sabemos que o PMDB é sócio desse governo, mas na pessoa do Michel, nesse processo envolvendo a Dilma, não há nada contra ele.
Ele responde a outros, mas nesse da Dilma
não, então o Brasil com ele pode avançar.

Nesse mesmo sentido vale a pergunta sobre o (Eduardo) Cunha, presidente da Câmara…

Tá certo, você tem razão. O Cunha não me representa, eu não votei nele, e ele está sendo processado no Conselho de &Eacute,tica da Câmara e o Supremo já acatou a denúncia contra ele, e ele já está sendo processado. Mas são processos diferentes.

A gente observa sua postura bem crítica e independente em relação ao governo. Por isso o senhor pensou em ir para o PSDB, e depois acabou recuando. O que mudou nesse caminho? O PV também passou a ser mais crítico e isso lhe fez permanecer?

Na verdade foi por uma situação mais interna mesmo. Eu sempre disse que se o PV tivesse uma redução na Bancada que comprometesse a minha atuação nas Comissões, por exemplo, eu iria sair do partido. E se saísse eu iria para um partido totalmente independente do governo, que é no campo que eu atuo. Então, eu abri uma conversa com o PSDB e o partido me abriu as portas…e o próprio (Gilberto) Kassab também, do PSD, me abriu espaço, mas nesse caso aí ficaria estranho por causa da relação do partido com o governo. Mas acabou que nada mudou e o PV me deu as condições de trabalho e permaneci.

Como o senhor está enxergando as eleições municipais em Venda Nova do Imigrante, sua terra?

Estou muito decepcionado com a gestão que está se encerrando esse ano, porque era esperado um pouco mais. &Eacute, uma administração que prometeu muito, criou muitas expectativas e ficou aquém. Venda Nova tem um desafio muito grande de agora para frente que o de melhorar os números atuais em todas as áreas.

E nesse sentido então, o senhor vai apoiar um nome de oposição ao grupo do atual prefeito?

Tenho uma relação boa com Braz Del Pupo. Se o Braz se apresentar como candidato, eu estou no seu apoio. Historicamente ele sempre cuidou com muito carinho de Venda Nova e sempre priorizou as pessoas e por isso tem o meu respeito e minha credibilidade. Com Braz candidato, eu estarei no seu palanque.

Sem o Braz, há alguma possibilidade de você ser o candidato?

Vou honrar o mandato que os capixabas me deram. Não sou candidato a prefeito de venda Nova. Até porque sou o deputado mais próximo do Sul e seria uma irresponsabilidade eu abandonar isso para ser candidato.

Fora Venda Nova, o senhor apoia nomes em outros municípios do Sul…Cachoeiro por exemplo…

Acho que Cachoeiro precisa de um nome novo.
O nome novo é um sentimento novo. Cachoeiro precisa voltar a liderar o Sul. Quando Cachoeiro vai mal a região vai mal. Espero que tenhamos maturidade política para apoiar um nome. Então serei uma pessoa presente em Cachoeiro na busca de um nome de bem para
administrar.

O senhor tem uma boa relação com a prefeita de Presidente Kennedy, Amanda Quinta, visita sempre a cidade. Isso pode se transformar em apoio político caso ela seja candidata à reeleição?

Amanda chegou muito cedo na vida pública, diante de uma tormenta que a cidade vivia, mas ela teve maturidade e sabedoria de compreender o momento e chamar para ela a responsabilidade. Presidente Kennedy de hoje, sumiu das páginas negras da política. O processo que está sendo implantado lá precisa continuar.
Voltando na pergunta anterior, sobre nomes novos e sentimentos novos. Essa é sua construção para estas eleições, já que o senhor é esse próprio fato novo dentro da nossa bancada federal?

A política mudou muito. A nossa vida exige gente qualificada, que estude mais, que se dedique mais. Tenho incentivado gente que tem se preparada para governar. Política hoje não é local para vaidades pessoais. &Eacute, um campo muito vigiado e de exigências vastas. Prefeito antes andava com talão de cheques no bolso pagando as coisas. Isso acabou, vivemos novo momento. O que não mudou é só uma coisa: o gosto pelo povo. Político tem que gostar de povo. E não pode ser lugar de preguiçoso

Por fim, como o senhor tem visto o governo Hartung, nesse momento de turbulência econômica e política. O Espírito Santo está se saindo bem?

A lógica é assim: cada governo tem o seu tempo. Paulo Hartung fez um governo brilhante durante oito anos. O governador (Renato) Casagrande (PSB) também foi um grande governador no seu tempo. Agora o governo Hartung vive um novo momento no seu tempo e a partir de Brasília.
Todas as reuniões que tenho ido a Brasília, o novo modelo que o Espírito Santo está vivendo tem sido elogiado. Então, nesse momento tenho uma relação muito boa com o governo do meu estado e esse modelo, dado às dificuldades que estamos vendo e vivendo, precisa ser elogiado. Hartung caminha conduzindo bem nosso Estado que é um dos Estados mais elogiados do Brasil.

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