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Entrevista

“Precisamos buscar alternativas para a crise do setor cafeeiro capixaba”, afirma secretário de Agricultura de Linhares

por Aqui Notícias

em 22/10/2019 às 19h20

4 min de leitura

“Precisamos buscar alternativas para a crise do setor cafeeiro capixaba”, afirma secretário de Agricultura de Linhares

Fotos por: (*assessoria de imprensa)


Nesta quinta-feira (24), o Espírito Santo recebe o 1º Encontro das Lideranças do Agro com a Política Capixaba. O objetivo é colocar em contato produtores e sindicatos rurais com lideranças políticas do Estado para debater as diretrizes e dificuldades que o setor agrícola tem passado nos últimos anos.
O evento será no Centro de Convenções de Vitória e é uma realização da CNA, FAES, SENAR e sindicatos.

O secretário de Agricultura, Aquicultura, Pecuária e Abastecimento de Linhares, Franco Fiorot, explica que esta é a oportunidade para demonstrar e apontar alternativas para o setor cafeeiro escapar da atual crise do segmento.

Fiorot ressalta que a crise foi instaurada pela seca, que aconteceu nos anos de 2014 a 2016, e intensificada pelo baixo preço que o café se encontra atualmente, resultando nas dificuldades que os produtores estão tendo de conciliar uma boa produção com preços satisfatórios.

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“Tivemos um avanço importante em relação à produtividade cafeeira nos últimos anos, fruto do perfil do nosso produtor, mas atualmente passamos por um momento delicado. As condições climáticas estão mais normalizadas, mas a produção ainda está retomando e com essa situação de preço baixo do café a gente vive uma oscilação muito grande e um momento de apreensão no setor cafeeiro ”, afirma Fiorot.

Por ser um dos principais produtos da economia agrícola e de fonte de renda capixaba, a crise cafeeira tem gerado um impacto social significativo para os cofres públicos e está interferindo diretamente no comércio do Espírito Santo.

“Grande parte dos municípios capixabas tem o café como a principal fonte de renda, mesmo em municípios mais desenvolvidos como Linhares, com a economia mais diversificada, o café é o principal produto da economia agrícola e tem importante contribuição com impostos e tudo mais, e com isso afeta, não só os cofres públicos, mas também o comércio, a prestação de serviços. Diretamente tudo influencia, gerando demissões, interferindo no PIB do município e acaba tendo perdas consistentes ”, destaca.

Alternativas para sair da crise

Para escapar da crise cafeeira, o secretário explica que é necessário uma política agrícola a nível federal mais consistente para o setor e alguns mecanismos, como seguro rural, importante para os períodos que o produtor sofre com problemas climáticos.

“Na minha avaliação é preciso que haja alguns mecanismos como o seguro rural que poderá ser acionado por aquele produtor que sofre com a dificuldade de produção e também de mercado. Mas precisamos de um seguro realmente condizente e que saia do papel para a prática, para que ele possa ter acesso e ter algumas garantias de preço mínimo ”, explica o secretário.

Tentar pré-estabelecer preços mínimos condizentes com os custos de produção da cafeicultura do Espírito Santo, além de alguns mecanismos de equalização dos preços a nível federal, também são possíveis alternativas de escape para o setor. Os municípios também podem fazer ações para melhorar a cafeicultura, como questão de infraestrutura, reservas de água, construção de reservatórios, que ajudam a deixar o interior mais preparado e mais planejado. “Cabe aos municípios e ao Estado realizarem políticas adequadas ”, aponta.

De acordo com Fiorot, melhorias de logística, estradas e escoamento da produção são medidas importantes para diminuir os custos e são gargalos importantes que podem ser colocados em âmbito estadual e municipal.

“Melhorar essa questão de estradas e pavimentação é importante para diminuir custos. Precisamos de políticas de incentivo à qualidade do café que poderão agregar valor à produção. Enfim, temos transações importantes a nível municipal, estadual e federal e políticas estruturantes que podem, a médio e longo prazo, melhorar a situação da nossa cafeicultura ”, finaliza.

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