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Anuário 2020

Espírito Santo é o terceiro Estado do país com mais produtores de cachaça

São Roque do Canaã é o segundo município do Brasil com mais produtores de cachaça

por Fernanda Zandonadi e Leandro Fidelis

em 21/04/2021 às 11h29

4 min de leitura

Espírito Santo é o terceiro Estado do país com mais produtores de cachaça

O Espírito Santo é o terceiro Estado com mais estabelecimentos produtores de cachaça do país, segundo dados da publicação "A cachaça no Brasil 2020", do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com 62 alambiques registrados. O Estado só fica atrás de Minas Gerais, que conta com 375 locais produtores, e São Paulo, com 126.

São Roque do Canaã é o segundo município do Brasil com mais produtores de cachaça. Ainda segundo o levantamento, a densidade cachaceira em São Roque é de uma fábrica para cada 1.242 moradores. A cidade também é a 9ª no ranking nacional em número de marcas, um total de 50. Não à toa São Roque é considerada a Capital Estadual da Cachaça.

No mesmo levantamento, que considerou apenas registros ativos até 2019, o município de Domingos Martins figura em 9º lugar, com seis estabelecimentos. No registro de fábricas de aguardente, o Estado aparece em 5º lugar no Brasil, com 24 empreendimentos, com destaque para Castelo e Cachoeiro de Itapemirim. Os municípios capixabas ocupam a 3ª e a 5ª posição, respectivamente, no ranking.

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Pinga sabor chocolate

A fabricação da cachaça ganhou novos sabores no Espírito Santo. O profissional de Tecnologia da Informação (TI), André Scampini, um apaixonado pela fabricação de destilados, viu na produção de cacau do sogro uma grande oportunidade de empreendedorismo: uma aguardente feita a partir das sobras de cacau.

E essa ideia une empreendedorismo e sustentabilidade, já que apenas parte do fruto é aproveitada para a produção da matéria-prima do chocolate: a amêndoa de cacau.

“Os produtores de cacau tinham uma demanda por melhor aproveitamento do fruto, do qual somente a amêndoa era utilizada na produção do chocolate. Foi quando resolvi aproveitar meus conhecimentos na fabricação de destilados e fazer algumas experiências que resultassem em um produto de qualidade e, ao mesmo tempo, visasse a sustentabilidade”, explica Scampini.

A aguardente de cacau, batizada de Cacahuatl (“suco amargo” em Asteca), teve amostras enviadas para os EUA, Portugal, Bélgica, Suíça, e participou como convidada de três feiras na Alemanha. Atualmente, sua produção é terceirizada por um alambique em Linhares, e está disponível no mercado desde o mês de novembro, inclusive no exterior, de onde já tem pedidos de importação. “A exportação de um produto que une tradição local, tecnologia e sustentabilidade é um importante passo para alavancar a economia brasileira, ainda mais em um cenário de instabilidade econômica gerado pela pandemia”, complementa o empreendedor capixaba.

Além de ser sustentável e agregar alto valor ao produto final, a produção da aguardente criou novas oportunidades de renda para os trabalhadores rurais da plantação de cacau. “A parte do fruto que antes era dispensada, hoje é vendida pelo trabalhador rural e seus familiares para ser utilizada como matéria prima da aguardente, gerando um ganho na economia local e na sustentabilidade, devido ao melhor aproveitamento do fruto e menor desperdício. No final, ganham o meio ambiente e a economia de Linhares”, finaliza.

Foto de capa: Pixabay

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