pube
Logística

Integração da matriz de transportes e novo sistema operacional são desafios da logística

por Equipe SNA Rio

em 21/08/2020 às 10h11

5 min de leitura

Integração da matriz de transportes e novo sistema operacional são desafios da logística

Foto: Pixabay

A logística no agronegócio representa uma ferramenta vital para a economia nacional, visto que a cadeia produtiva garante uma participação do PIB na ordem de 22%.

No entanto, o País ainda enfrenta o desafio de garantir uma infraestrutura capaz de assegurar o escoamento de produtos do agro, mediante a implantação e a melhoria de rodovias, ferrovias, hidrovias e estradas vicinais e
modernização dos portos, em um esforço conjunto dos governos federal, estadual e municipal.

“A matriz de transportes do Brasil está sensivelmente desequilibrada, exigindo-se para a diminuição do famoso Custo Brasil, o inter-relacionamento e a interoperabilidade dos diversos modais, buscando atingir um patamar de confiança para os produtos a serem escoados, para consumo e exportação, com um programa que envolva a iniciativa privada e órgãos de governo. Pelo que acompanhamos, isto está sendo feito e com progresso ”, destaca o diretor da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Chequer Jabour Chequer.

Tecnologia e estruturação

Segundo ele, diante do grande volume de informações envolvendo modais, variáveis climáticas, sustentabilidade, informações em tempo real, centros de controle operacionais, legislação dinâmica, padrões normativos, entre outros fatores, “é preciso criar um software que possa indicar as melhores opções de transporte destinados à distribuição interna de produtos e exportação, lançando mão dos modais existentes e suas disponibilidades de dados confiáveis ”.

Para Chequer, mais importante que implementar projetos no setor é garantir uma matriz integrada. “A questão da relevância em termos de projetos de logística não se concentra em determinado projeto, mas sim na capacidade de ver em funcionamento uma matriz de transporte que garanta ‘harmonia logística’ entre todos os modais, com o menor custo origem/destino, e viabilizando uma interoperabilidade eficiente.

pube

Outros desafios

No entanto, há outros desafios, ressalta o diretor da SNA. “O nosso sistema de armazenamento tem de ser melhorado substancialmente, e precisamos desconcentrar e aliviar os portos do Sudeste e Sul, haja vista os constantes congestionamentos nos portos de Santos e Paranaguá ”.

Segundo Chequer, o tratamento destes entraves irão refletir nos custos de transporte, “viabilizando melhores condições de negociação na exportação de nossos produtos, que tem aumentado em volume de forma sistemática, em função da melhoria da produtividade por hectare plantado a cada ano, o que contribui para o crescimento do PIB em 2,5% ”.

Ferrovias

Entre os programas em andamento, o diretor da SNA destaca os do setor ferroviário, onde a União pretende investir R$ 5 bilhões nos próximos cinco anos. Ele considera “um casamento perfeito ” o projeto da Ferrogrão com os portos do Arco Norte, para a exportação de grãos para o exterior, que deverá diminuir o desequilíbrio da matriz de transporte.

“A perspectiva para o crescimento deste modal é muito forte, considerando as futuras concessões e renovações, que implicam na dispensa de outorga, com o compromisso de utilização da mesma em novas construções de linhas férreas ”, explica Chequer.

Dentro dessa nova concepção, inaugurada pelo Ministério da Infraestrutura (Minfra), o diretor da SNA cita a negociação em andamento com a VALE, onde a renovação se dará por nova regulação, porém, garantindo a continuidade da exploração da Estrada de Ferro Vitória-Minas.

Em contrapartida, a outorga será utilizada para construir a ferrovia de integração do Centro-Oeste, com potencial para captar 10 milhões de toneladas de grãos, que serão repassados à Norte-Sul. “Esta é uma excelente iniciativa ”, ressalta Chequer.

Acervo

Ele afirma que a meta do Minfra é implementar seu acervo de projetos, abrangendo todos os modais, “com uma enorme plêiade de interação governo versus iniciativa privada, e com arcabouço jurídico-legal que dará a necessária segurança jurídica para ultimar os projetos licitatórios e de concessão ”.

Com isso, complementa o diretor da SNA, “em um prazo de cinco a sete anos, o Brasil será altamente competitivo no cenário mundial ”.

Cenário atual

O Minfra mantém hoje um forte programa de concessões e de parceiras para investimento (PPIs), englobando os transportes rodoviário, ferroviário e aquaviário.

Com custos mais altos, o modal rodoviário &ndash, que na opinião de Chequer deveria transportar carga de menor peso e volume para distâncias mais adequadas &ndash, responde por 65% da movimentação de cargas, segundo dados do ministério.

No entanto, esse modal não acompanhou a malha federal pavimentada e o crescimento da frota, que, de acordo com o Denatran, alcança hoje a marca de 106.299.700 milhões de veículos automotores.

Já o setor ferroviário, de custos menores, pela alta capacidade de carga para longo percurso, responde apenas por 15% da movimentação de cargas, segundo o Minfra, com substancial redução do custo de combustível por quilômetro percorrido, em relação ao volume e peso transportados, face ao modal rodoviário.

Por fim, o modal aquaviário, que responde pelo movimento de cargas de longo curso para o exterior, incluindo também a cabotagem (navegação em 8.500 km da costa brasileira) e hidrovias, utilizadas para a movimentação de cargas inter-regionais, alcança 11% da matriz.

A SNA participa atualmente dos debates sobre logística nas reuniões da Câmara Temática que trata de questões de interesse do setor no Ministério da Agricultura.

Clique aqui e receba as principais notícias do dia no seu WhatsApp e fique por dentro do que acontece no agronegócio!