Aeroporto de Linhares é inaugurado, mas exportações só daqui três anos

Vai ser inaugurado nesta sexta-feira (14) o novo terminal de passageiros do Aeroporto Regional de Linhares. Importante para a conexão logística entre a região Norte do Espírito Santo e outros Estados do País, o término das obras era aguardado com muita expectativa, por empresários como um todo, e de modo especial por produtores e exportadores de mamão papaya do norte capixaba.

Porém, não é tão simples assim quanto parece. Após a entrega das obras do aeroporto, a previsão é de que as exportações, saindo direto de Linhares, levem no mínimo três anos. Isso porque, além de toda parte alfandegária, que leva tempo para resolver, é preciso avaliar a viabilidade econômica do processo por parte das companhias aéreas. É o que explica o presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Papaya (Brapex), Bruno Pessoti.

“A entrega do aeroporto nesse primeiro momento é muito importante para nós, apenas em termos de acessibilidade dos clientes em nos visitar. Sabemos que o trajeto de Vitória para Linhares, devido às obras na BR 101, atrapalha muito esse percurso. Uma cidade quando tem um aeroporto muda totalmente a visibilidade de investidores. Já para exportação tem toda liberação alfandegária. Acredito que ainda leve pelo menos três anos para iniciar essas exportações por Linhares”, revela Bruno.

José Roberto Macedo Fontes, diretor executivo da Brapex, pontua que a demora pode ocorrer mais por parte das companhias aéreas do que a burocracia do processo, e que as conversas com as empresas do setor já vêm acontecendo.

 “Esse prazo na verdade é mais por parte das companhias aéreas, fazendo estudo de viabilidade, econômica principalmente, e as companhias inserirem essa rota. Conversas com as companhias aéreas estão sempre ocorrendo, e depende muito mais das companhias aéreas verem essa viabilidade econômica do que propriamente o setor estar demandado e interessado. Obviamente que sempre estaremos interessados porque assim a facilidade é infinitamente maior”, destaca o diretor.

O deputado estadual e presidente da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), Lucas Scaramussa, diz que a partir da entrega do aeroporto é preciso pensar a logística da região como um todo.

“O aeroporto faz parte de um projeto de macro desenvolvimento para a Região Norte do Estado e representa a entrega para fora de Linhares de tudo o que a gente tem para oferecer de qualidade. Seja o mamão, que é o melhor do Brasil, seja o cacau, que é o melhor do mundo. A partir de agora, passamos a pensar em portos secos, novos modais rodoviários e a ligação com os portos do nosso litoral”, enfatiza Scaramussa.

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Sobre a exportação, o deputado disse que “em sendo viável pelos setores produtivos e uma vez existindo o real interesse do setor específico, todos os procedimentos a serem cumpridos pelos aeroportos, inclusive os fitossanitários, terão total atenção junto aos órgãos que regem essas questões”.

Veja ressaltar que o Brasil exporta mamão para Europa, Estados Unidos e países da América do Sul, como Uruguai e Argentina, pelos aeroportos como do Rio de Janeiro e São Paulo.

Os municípios principais produtores de mamão no Espírito Santo são Pinheiros, que responde por 23,89% da safra, seguido por Pedro Canário (13,91%), Linhares (13,65%) e Montanha (13,15%), segundo dados do Anuário do Agronegócio Capixaba.

O aeroporto

A pista, inaugurada em junho de 2022, tem 1.860 metros de extensão e capacidade para receber aviões como o Boeing 757/200. Já o novo terminal tem capacidade para 200 passageiros e cinco voos comerciais por dia. A área de embarque terá 194 metros quadrados e a de desembarque, 66 metros quadrados. A previsão é de uma movimentação anual de 67 mil passageiros, aproximadamente.

Inicialmente, a operação aérea será da empresa Azul com um pouso e decolagem por dia. A administração do aeroporto ficará a cargo da Prefeitura de Linhares.