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Indústria

Estado do Rio poderá vender produtos de origem animal em todo o País

por Equipe SNA Rio

em 09/07/2020 às 17h14

4 min de leitura

Estado do Rio poderá vender produtos de origem animal em todo o País

Foto: Pixabay

O Estado do Rio de Janeiro recebeu em junho o certificado de adesão ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal, o Sisbi. A certificação, concedida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), permite que produtos da agroindústria fluminense sejam comercializados em todo o território nacional.

O secretário de Agricultura do Rio, Marcelo Queiroz, disse que o Sisbi promove a abertura de mercado e pode contribuir, em peso, para o desenvolvimento das agroindústrias no estado e também na agregação de valor aos produtos locais.

“O Rio precisa avançar muito na instalação de agroindústrias. Precisamos nos reinventar e a agricultura é um caminho de reinvenção muito acertado ”, destacou o secretário durante entrevista online para o Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio.

Adequação

Para aderir ao sistema, o governo estadual realizou um trabalho de adequação de suas leis, índices e decretos. Segundo Queiroz, “a mudança é radical ” e os resultados já começam a ser notados.

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“Em meio à pandemia, tivemos alguns produtos encalhados que acabaram por abastecer os mercados vizinhos, principalmente os municípios que fazem fronteira com outros estados como São Paulo, por exemplo ”, observou o secretário.

Desafios

No entanto, um dos desafios do sistema, segundo ele, é fazer com que as informações cheguem aos produtores por meio de capacitação.

“Vejo um cenário muito positivo para o Rio. As áreas rurais devem se desenvolver muito nos próximos anos, mas temos o dever de casa de qualificar o produtor para o futuro ”, sinalizou o secretário, acrescentando que a conectividade no campo “é o grande entrave do setor no estado ”.

Segundo Queiroz, “para que o Sisbi funcione, é necessário um bom suporte técnico, que está sendo oferecido pelo Mapa, parcerias envolvendo instituições públicas junto às universidades federais e privadas, capacitação de indústrias e ações com os municípios para informar o produtor sobre a importância do sistema ”.

Na avaliação do secretário, “o maior beneficiado do Sisbi é o consumidor, porque o selo é indicador de segurança alimentar. Ele amplia o mercado para quem está adaptado a uma nova realidade, incluindo uma série de protocolos ”.

Prioridades

Nesse contexto, a Secretaria de Agricultura pretende expandir a fiscalização e priorizar a atuação da Emater-RJ e da Pesagro nas áreas de assistência técnica e pesquisa.

Em um primeiro momento, cerca de 450 empresas certificadas para comercializar em todo o estado serão o foco principal do Sisbi, informou Queiroz. “Precisamos gerar emprego com o aumento da produção. O Sisbi, quando implementado, costuma aumentar a produção de 20% a 30% ”.

Para o pequeno produtor, a Secretaria pretende se apoiar em programas governamentais como o de alimentação escolar (PNAE), para ampliar as compras públicas. No entanto, Queiroz enfatizou que o pequeno produtor precisa buscar seu espaço nos grandes mercados.

“Isso funcionou na pandemia e ‘salvou’ muita gente, mitigando problemas de abastecimento. É preciso também qualificar o produtor nesse sentido ”.

Independência

Além disso, o secretário disse que o estado precisa ser mais independente em termos de produção. “Hoje produzimos 17% do que consumimos no Rio. O mercado está em expansão. Não tem sentido comprarmos de outros estados e continuar a perder preço. Para isso, é necessário tecnologia, pesquisa e pessoas interessadas em trabalhar na área rural. Os grandes empresários também devem começar a investir nos pequenos produtores ”.

Prática

A chefe da divisão de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Jamyle Vianna, explicou que o Sisbi padroniza critérios para a fiscalização de produtos nas esferas federal, estadual e municipal e unifica essas instâncias, permitindo a comercialização em todo o País.

O próximo desafio, segundo Vianna, é colocar esse sistema em prática no Estado do Rio. “Com o Sisbi, vamos elevar os padrões dos produtos estaduais, com uma fiscalização mais eficiente e equivalente à realizada pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF). Todos os produtores sairão ganhando ”, concluiu.

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