Produtor de Guaçuí vende café como especial

Com uma cafeicultura centenária, Guaçuí deu, este ano, um passo importante...

Com uma cafeicultura centenária, Guaçuí deu, este ano, um passo importante no caminho para o desenvolvimento da produção de café no município. Pela primeira vez, um produtor local conseguiu vender a colheita como café especial. O autor do feito é o agricultor Ricardo Moreira, que vendeu cerca de 600 sacas do produto como bebida mole. E para isso, ele não precisou investir muito. Foi no cuidado com a colheita e a pós-colheita que o produtor encontrou a saída para agregar valor ao que planta: o café.

Ricardo Moreira conta que sempre soube que tinha um bom café. O problema era que, nahora da venda, o comprador que colocava o preço. Para mudar isso, foi atrás de uma boa avaliação do produto. Em 2011, começou a participar de mostras de café em Minas Gerais e também aqui no estado. “Eu comecei a participar de mostras e o café foi recebendo boas pontuações. A avaliação foi de 83 pontos ”, recorda.

Com a informação e o certificado de qualidade, a negociação com o comprador foi diferente e, como resultado, vendeu parte da safra deste ano, cerca de 600 sacas, como bebida mole. A diferença foi grande, cerca de R$ 160,00 a mais em cada saca (R$ 560,00). Um valor bem superior que, se o produto fosse comercializado como é de praxe, em Guaçuí, como Rio ou Rio zona. Neste caso, a saca está girando em torno de R$ 400,00.

E para agregar esse valor ao que já produzia, Ricardo diz que não foi necessário investir muito, mas sim mudar o manejo. “Basta mudar o pensamento. Se pode agregar valor ao café com um pouco mais de trabalho ” conta ele.

O principal cuidado foi colher o café maduro (no máximo 20% de verde), não deixar o produto tocar o solo e descer diariamente com ele para o terreiro. A pós-colheita também teve papel fundamental na conquista de um café de qualidade. “Tudo que o café não pode é fermentar. Para isso, é necessário ter uma estrutura de secagem e armazenamento compatível ”, explica Ricardo. “No meu caso, foi um terreiro coberto com capacidade para 50 balaios ”, diz ele.

Para Ricardo, que atualmente ocupa o cargo de presidente da Cooperativa dos Produtores do Espírito Santo (Coopres), a meta é que, cada vez mais, produtores apostem na mudança do processo de colheita e pós-colheita, como forma de melhorar a qualidade do café produzido em Guaçuí. Pelos dados da Secretaria de Agricultura do município e do escritório local do Incaper, o café é o principal produto agrícola de Guaçuí, com uma produção anual variando de 80 mil e 100 mil sacas. “Esse é o objetivo da cooperativa: trabalhar a produção de cafés especiais ”, esclarece Ricardo Moreira.

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?Fonte: aquinoticias.com??

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