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Importação de milho argentino garante competitividade dos setores de proteína animal no ES

Avicultores, suinocultores, pecuaristas e produtores rurais que tiverem interesse em adquirir milho importado da Argentina...

por Redação Conexão Safra

em 30/05/2016 às 0h00

4 min de leitura

Importação de milho argentino garante competitividade dos setores de proteína animal no ES

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Avicultores, suinocultores, pecuaristas e produtores rurais que tiverem interesse em adquirir milho importado da Argentina devem procurar as Associações dos Avicultores e de Suinocultores do Espírito Santo. As entidades estão coordenando as negociações para a compra de milho do país vizinho. O lote mínimo para a aquisição do produto é de mil toneladas. O primeiro navio trazendo 25 mil toneladas da Argentina deverá chegar ao estado em julho. Aqueles produtores que quiserem adquirir menos de mil toneladas devem procurar alguma cooperativa agrícola para fazer a compra coletiva.

A importação de milho da Argentina só está sendo possível porque o Governo do Estado isentou a cobrança de ICMS (12%) do produto importado. O milho é o principal insumo dos setores de avicultura, suinocultura e proteína animal. A isenção do imposto atende a uma solicitação feita pelos produtores capixabas, que vêm sofrendo com a alta do preço do milho no mercado interno e com a ameaça do desabastecimento.

O Governo do Estado organizou uma missão oficial à Argentina esta semana com o objetivo de estreitar o diálogo comercial e diplomático com autoridades, produtores e exportadores de milho do país vizinho. Além do secretário de Estado da Agricultura, Octaciano Neto, participam da missão empresários do setor de proteína animal e dirigentes de cooperativas capixabas. A expectativa é consolidar novas operações, visando assegurar o abastecimento no segundo semestre deste ano.

“A coordenação do grupo é da Aves e da Ases. Nosso papel é institucional, de estreitarmos os laços comerciais e diplomáticos com os produtores e exportadores argentinos. Ao isentar a importação do produto, com o apoio da Assembleia Legislativa, demos um grande passo para garantir a competitividade do setor de proteína animal em nosso estado. Somente a avicultura e a suinocultura geram mais de 22 mil empregos diretos ”, afirmou o secretário de Estado da Agricultura.

O Espírito Santo consome aproximadamente um milhão de toneladas de milho por ano. O preço do produto no mercado interno aumentou mais de 60% no último ano, 31% somente nos últimos 120 dias. O milho é o componente predominante das rações das aves e suínos, correspondendo a 70% do insumo necessário para a produção de carnes e ovos. O estado produz apenas 10% do milho utilizado pelos setores de proteína animal. O restante vem da região Centro-Oeste.

Vantagem

O frete do milho do Mato Grosso para as granjas da região serrana do Espírito Santo gira em torno de R$ 15 o saco. O mesmo saco de milho importado da Argentina terá um custo de frete de R$ 6. A expectativa dos integrantes da missão comercial à Argentina é que até o final do ano o Espírito Santo importe algo em torno de 200 mil toneladas de milho argentino, o que nas condições atuais do mercado representaria uma economia de cerca de R$ 25 milhões aos produtores capixabas.

De acordo com o diretor executivo da Aves e da Ases, Nélio Hand, a importação do milho é uma alternativa frente a dificuldade encontrada pelos produtores capixabas para garantir o abastecimento, além de tentar minimizar a pressão sobre o preço do produto no mercado interno que vem apresentando escassez, mas também está muito especulado. “Hoje o custo do milho está próximo aos R$ 60,00 por saco e a produção de aves, ovos e suínos está ficando insustentável, pelo alto custo do insumo, assim como está ocorrendo em boa parte do país ”, disse.

Nélio Hand destaca que os setores estão sofrendo com a alta dos insumos, sem conseguir repassar esses valores ao produto final. “Os avicultores e suinocultores capixabas sempre enfrentaram esse gargalo relacionado ao abastecimento, mas nos últimos meses a situação se agravou, sobretudo em função da alta do preço do produto no mercado interno e aos baixos estoques governamentais. Por isso, entendemos que a desoneração da importação do milho foi de extrema importância para garantir o abastecimento de nossos produtores e, assim, manter a competitividade dos setores ”, ressaltou.

O secretário de Estado da Agricultura reiterou que, mesmo em um momento de crise financeira vivida pelo país, o Governo do Estado está conseguindo, de forma responsável, fomentar o desenvolvimento de vários setores da economia capixaba, como é o caso dos setores de avicultura e suinocultura. “Esta medida cumpre mais uma etapa, no sentido de ampliar a competitividade desses setores tão importantes para nossa economia. Vamos poder comprar nosso principal insumo com um preço melhor e tirar a pressão do preço no mercado interno ”, destacou.

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