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Estudos buscam café mais resistente à escassez de água no Espírito Santo

por Redação Conexão Safra

em 09/06/2016 às 0h00

3 min de leitura

Estudos buscam café mais resistente à escassez de água no Espírito Santo

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O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) tem, pelo menos, 50 projetos de pesquisa em desenvolvimento na área do café, muitos deles focados em obter plantas que resistam ao clima adverso. “Nosso foco principal daqui para frente é tecnologia para melhor convivência com a seca. O Incaper, nos próximos três anos, vai lançar novas variedades de café, com maior tolerância à seca ”, conta o coordenador do Programa Estadual de Cafeicultura do Incaper, Romário Gava Ferrão.

“Temos, entre arábica e conilon, um total de 50 projetos de pesquisa. Só nesse novo edital de pesquisa, foram 18 projetos com parceiros, a maioria focada nas questões ligadas às mudanças climáticas ”, complementa o especialista do Incaper, fazendo alusão ao edital de pesquisa de R$ 14 milhões, lançado pelo Governo do Estado, para subsidiar a formulação de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento rural sustentável, a elevação da renda dos produtores, o adensamento dos arranjos produtivos, a conservação do solo e o uso racional da água.

Algumas dessas parcerias de pesquisa são feitas com a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Além do melhoramento genético e pesquisa por clones mais adequados às intempéries, o doutor em produção vegetal eprofessor da Ufes, Fábio Luiz Partelli,destaca a importância das pesquisas que estudam plantios conjugados. “Um pé de café plantado embaixo de seringueira e cedro australiano, por exemplo. O estresse da planta será menor, não pela questão hídrica, mas pela atenuação da alta temperatura. O sombreamento faz diferença de três a quatro graus. Isso ajuda a planta ”, exemplifica.

De acordo com o painel traçado pelo instituto internacional IPCC (Intergovernmental Panelon Climate Change), na metade deste século, haverá mais calor, menos chuva e mais gás carbônico (CO²). Entender o comportamento das plantas em ambientes futuros é fundamental para a manutenção do agronegócio e da segurança alimentar da população nas próximas décadas. A ciência já permite que uma espécie plantada nos dias atuais cresça nas condições que deve enfrentar no futuro.

No geral, considerando a estimativa de produção de arábica e de conilon, a previsão é de que a safra de café capixaba sofra uma queda de 11,64%, em relação a 2015. Devem ser colhidas, no Espírito Santo, em torno de 9,455 milhões de sacas de café, sendo 3,502 milhões de sacas de arábica e 5,953 milhões de sacas de conilon. Os dados foram coletados pelo Incaper, pouco antes do início da colheita, entre os dias 10 e 30 de abril. A queda vertiginosa na produção está diretamente relacionada com a longa estiagem.

,Fonte: ,ADI-ES

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