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Empreendedorismo

Café ‘Aroma de Colono’: o perfume da dedicação familiar

por Leandro Fidelis

em 24/04/2024 às 5h00

4 min de leitura

Café ‘Aroma de Colono’: o perfume da dedicação familiar

(*Foto: Leandro Fidelis/ Imagem com direito autoral. Proibido reprodução sem autorização).

A cafeicultora Maria da Penha Collodete Serafim (58), acompanhada das filhas Danieli (29) e Dhaiane (32), é um dos nomes por trás da marca “Aroma de Colono”, do Sítio da Chapada. Localizada em Taquarussu, a apenas 4 km da sede de Conceição do Castelo, a propriedade é um espaço dedicado à produção de café 100% arábica cereja descascado.

Lançado há nove meses, o produto marca uma nova fase na vida dessas mulheres. Com uma história familiar profundamente enraizada na cultura do café, Maria da Penha e o marido, Carlos Roberto Serafim (59), foram colonos por 23 anos antes de adquirirem a propriedade onde atualmente cultivam o grão. Com a colheita do café prevista para começar no final de abril e estender-se até agosto, a família se prepara para uma temporada de trabalho intenso nos cafezais.

Participantes ativas na comunidade, Danieli e Dhaiane viram na criação do “Aroma de Colono” a oportunidade de empreender e diversificar suas fontes de renda. Ambas são contadoras e trabalham para empresas da região. Após participarem de um seminário do Sebrae/ES, decidiram colocar em prática o plano de negócios para a marca de café. O lançamento oficial ocorreu durante a última edição da Fenecon e desde então têm participado de diversos eventos na área.

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Com um total de 18 mil pés de arábica consorciados com mexerica Ponkan, banana e laranja, a família Serafim está empenhada em produzir um café diferenciado. A cada cinco anos, realizam a recepa de um talhão para outro, mantendo sempre lavouras novas e de fácil manejo para a colheita manual.

Embora o café ainda não seja de bebida mole, os agricultores pretendem aprimorar a qualidade para ingressar nesse nicho de mercado. “Temos projeto para implantar terreiro suspenso e separar melhor o café para novos testes”, explica Dhaiane. “Hoje, entregamos um café cem por cento arábica. Enquanto muitos oferecem blend, nosso produto é todo da agricultura familiar, desde a ruagem até a panha”.

Dentro da embalagem vai um café colhido acima de 70% maduro, levado para o terreiro onde recebe todo zelo e cuidado. Segundo a família, o resultado é um produto melhorado para o mercado. “Ele vai para o lavador, onde separamos o bóia, depois o secamos na estufa sem contato com terra, nem com chuva”, reforça Penha. E Danieli completa: “As pessoas ficam bem satisfeitas de ver a agricultura familiar por trás do rótulo. Gostam de ouvir as histórias, ver que é um café feito com zelo e se sentem especiais por isso”.

A torra é terceirizada com Renata Rigo (cafeicultora conceiçoense referência regional), mas a família planeja montar torrefação própria no “sitinho”, uma área de meio alqueire adjacente à propriedade principal, onde Danieli vive com o marido. Além disso, os Serafim vislumbram a criação de uma cafeteria para receber visitantes e um chalé para proporcionar aos hóspedes uma experiência imersiva no meio da lavoura de café. “A vista é linda da pedra que forma o Vale do Emboque”, afirma Danieli.

Além disso, a família Serafim busca fortalecer sua presença no mercado local e regional, estabelecendo parcerias estratégicas com cafeterias em Pedra Azul (Domingos Martins) e supermercados da região. Com clientes também na capital capixaba, a marca “Aroma de Colono” está gradativamente se tornando conhecida e apreciada pelos amantes de café em todo o Espírito Santo.
Associadas ao Sicoob e recentemente ao Sicredi, as mulheres destacam a diferença de tratamento e a atenção personalizada que recebem das cooperativas em comparação com os bancos convencionais. “Em cooperativa, o ambiente é mais familiar e você fica mais à vontade em relação aos bancos convencionais. Você tem uma atenção diferente, as pessoas se preocupam mais com você, conversam mais”, define Dhaiane. Com planos de expandir sua marca para além das fronteiras do Brasil, o futuro da “Aroma de Colono” parece promissor.

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