Zaira de Andrade: a mulher por trás da organização de eventos agro
por Rosimeri Ronquetti
em 11/03/2023 às 7h30
2 min de leitura
Por trás de um dos maiores eventos do agronegócio do Espírito Santo tem o olhar atento de uma mulher. Zaira de Andrade Paiva (62) é uma das idealizadoras e coordenadoras da Exposul Rural. Jornalista de formação, Zaira inicialmente organizava, juntamente com alguns parceiros, eventos ligados ao meio ambiente.
O contato com eventos agro aconteceu pela primeira vez há 15 anos, quando percebeu que a agricultura e os agricultores não estavam entre os temas discutidos nos encontros de meio ambiente.
‘Eu comecei a perceber que os produtores eram esquecidos nos projetos, como se só as grandes empresas interessassem nas questões ambientais e o meio rural não fosse o principal local de preservação. Com esse olhar, fizemos uma ação forte com os produtores e fomos convidados para fazer um encontro ambiental dentro da maior feira agropecuária do Estado, naquela época, a GranExpoES, que até então não tinha nada de ambiental. A ação foi um sucesso e mudou o conceito da feira”, conta Zaira.
Daí por diante ela e sua equipe passaram a fazer parte da organização da GranExpoES. A feira deixou de existir há alguns anos, mas Zaira nunca mais parou de trabalhar com eventos de agronegócio. “O que me move é lembrar da importância dos eventos na minha vida quando me mudei de Belo Horizonte para o interior e comecei na roça. De ver como o intercâmbio de informações e experiências muda a vida”.
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No começo, era percebida pelas pessoas como secretária dos organizadores das feiras (os homens, claro). Aos poucos o reconhecimento do trabalho vem acontecendo. “Sou de uma família de mulheres fortes e afirmativas, que nunca foram de abaixar a cabeça para o interlocutor só porque era homem”. Sobre a participação das mulheres no agro, Zaira percebe uma forte mudança com o passar dos anos, especialmente no comportamento delas.
“As mulheres sempre pegaram no batente na roça. Sempre foram elas que transformaram matérias-primas em produtos (queijo, requeijão, doces, torrar café) que os maridos comercializavam. Muitas tiravam o leite, cuidavam de bezerros, colhiam café, mas quem aparecia sempre eram os maridos, os pais, os irmãos. E com o passar dos anos, as mulheres estão assumindo esse protagonismo. Agora, elas colocam a cara para fora na gestão e não ‘apenas’ fazendo o trabalho pesado”.
CONTINUA…
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