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Cotações

Conilon, cacau, pimenta e mamão: o que está por trás da alta de preços

por Rosimeri Ronquetti

em 04/04/2024 às 5h33

3 min de leitura

Conilon, cacau, pimenta e mamão: o que está por trás da alta de preços

Fotos: Freepik/divulgação

Escassez de produtos, crise hídrica e alta do dólar estão entre as explicações para o aumento expressivo no preço de algumas culturas produzidas em larga escala no Norte do Espírito Santo, como o cacau, café conilon, mamão e a pimenta-do-reino.

“Hoje a gente vive uma combinação perfeita, não só as especiarias a nível mundial estão mais bem precificadas, como é o caso da pimenta-do-reino, como outras commodities, caso do café e do cacau, um momento interessante, dando uma equilibrada nesses produtos que são o carro chefe da nossa região, café, pimenta e, algumas regiões, o cacau, explica o diretor administrativo da Cooperativa dos Produtores Agropecuários da Bacia do Cricaré (Coopbac).

Café Conilon

Dentre todos os produtos, atenção especial para o preço da saca de 60 quilos do café conilon. Os preços do robusta estão se aproximando dos do arábica, um movimento raro no mercado. Para dar ideia, segundo o Centro do Comércio do Café de Vitória (CCCV) a saca do arábica, na última terça-feira (2), foi comercializada a R$ 1.030. Já a do conilon, a R$ 966.

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O principal motivo, segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), é uma maior demanda do mercado internacional pela variedade brasileira, que está com preços mais competitivos que os principais concorrentes, como Vietnã e Indonésia. Vale ressaltar que, a partir do segundo semestre de 2023, Vietnã e Indonésia também estão importando conilon/robusta do Brasil, devido à quebra de safras que ambos vêm registrando.

Ainda de acordo com o Cecafé, apenas o Vietnã, importou 126.279 sacas de conilon do Brasil no segundo semestre de 2023. Cerca de 706,3% a mais que no mesmo período de 2022, quando importaram 15.662 sacas. No primeiro bimestre deste ano o país do Sudeste Asiático comprou 82% a mais de café brasileiro, se comparado com janeiro e fevereiro de 2023.

Mamão

Os produtores de mamão do Norte do Estado estão comercializando a fruta a R$ 9 reais o quilo. A Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Papaya (Brapex), divulgou nesta quarta-feira (03) uma nota técnica justificando a falta da fruta no mercado, o que faz o preço subir consideravelmente. Segundo a nota, a falta da fruta tem “origem nos fatores climáticos ocorridos no mês de novembro de 2023 a janeiro deste ano, quando as temperaturas muito elevadas causaram o abortamento das flores nos mamoeiros”.

A nota explica ainda que esta realidade não é exclusiva da variedade hawai, afetando também a variedade formosa. A previsão, segundo o presidente da Brapex, José Roberto Macedo Fontes, é que “leve entre 40 e 60 dias para que a falta da fruta se normalize. Igual ao período de elevadas temperaturas no final do ano”.

Cacau

O cacau bateu recorde histórico, ultrapassou os nove mil dólares por tonelada pela primeira vez na história. Problemas especialmente na Costa do Marfim e Gana, dois dos maiores produtores da fruta no mundo, explicam a alta no preço da commodity.

Pimenta-do-reino

Já a pimenta-do-reino, que chegou a R$ 20 reais o quilo e hoje está sendo comercializada, em média, a R$ 19,30, o fator determinante é o dólar na casa dos R$ 5 reais, e o preço internacional, que saiu de US$ 1.800 para US$ 4 mil dólares a tonelada. “Quando você faz a conversão, 4 mil dólares, no câmbio de 5, dá 20 reais o quilo”, salienta Erasmo.

 

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