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Se há uma cultura que não viu qualquer vislumbre de crise em 2020 foi a do gengibre. “O melhor ano, a melhor safra ”, comemora Wanderley Stuhr, o maior exportador do Espírito Santo. Os números dão robustez à comemoração: saíram do solo capixaba 33,6 mil toneladas do rizoma, quantidade muito superior às 26,6 mil toneladas colhidas em 2019.

O rendimento médio também surpreendeu: foram 54.457 quilos por hectare em 2020, mais de mil quilos acima do ano anterior. A cultura vem num crescente surpreendente. Para dar uma ideia, em 2015 a produção foi de módicas 9.790 toneladas, com um rendimento médio de 31 mil quilos por hectare. “Em 20 anos nunca tivemos uma safra como a deste ano. Melhor: o mercado está absorvendo essa produção e o preço chega a R$ 150, pago ao produtor. A exportação aumentou em cerca de 30% ”, avalia Stuhr.
Alta produção com alta demanda de mercado: a combinação perfeita. O maior concorrente do Brasil na exportação de gengibre é a China. São cerca de 1,7 mil contêineres chineses do produto que vão para os Estados Unidos e outros 7.000 indo para a Europa, todos os anos. No entanto, a produção chinesa, este ano, teve uma queda vertiginosa. Na prática, isso abriu um mercado para os produtores capixabas e gerou uma alta de preço no produto.
“Foi um ano excelente. E há uma expectativa muito positiva para 2021. Vamos ficar na torcida para que os preços também estejam bons. Somos o terceiro maior produtor do mundo, empatados com o Peru. Temos a Índia, que é o segundo, mas toda produção é para consumo próprio. Então, o nosso concorrente direto na exportação é a China, o maior produtor mundial. Além do consumo alimentar, há ainda uma demanda crescente na indústria de cosméticos e farmacêutica ”, explica Sturh, salientando que o consumo no Brasil também aumentou.
Cerca de 80% da produção brasileira da raiz ganha os mercados dos Estados Unidos e Europa. E o Espírito Santo é o maior produtor do país, sendo Santa Leopoldina, Santa Maria de Jetibá e Domingos Martins as principais cidades produtoras. A cultura é desenvolvida principalmente por agricultores familiares, predominantemente de origem alemã e pomerana.

Moeda de troca em região produtora
A exemplo do café em muitas cidades capixabas, compras sem intermediação monetária ainda são bastante comuns em comunidades pomeranas produtoras de gengibre. Motos, carros, caminhões e até casas são comprados com a raiz.
O comércio de localidades como Caramuru, zona rural de Santa Maria de Jetibá, já está até acostumado a receber gengibre como pagamento. Josué Gü,rtler vive da atividade desde 1999 e conseguiu adquirir duas propriedades em Santa Leopoldina em troca de gengibre.

Ele relata oscilações na atividade, mas considera 2020 como bom ano. A expectativa de safra é de 3.000 a 4.000 caixas de 15 kg. “Com o gengibre é assim. Dois ou três anos ruins de preço e um bom. Mas infelizmente, quem não produz com qualidade prejudica quem faz ”, diz.
A safra começou no final de maio e foi até outubro, mas é possível colher gengibre o ano todo, segundo o produtor. “Colho o gengibre velho em janeiro e emendo com a colheita da raiz mais nova para aproveitar a demanda. A crise da Covid-19 não atingiu a cultura ”.
Quais os benefícios do gengibre para a saúde?
O gengibre é uma especiaria amplamente utilizada na gastronomia oriental e também mediterrânea. Por aqui, ele também faz sucesso seja no preparo de pratos salgados, doces ou bebidas. As informações são da Unimed Brasil.
De sabor intenso e aroma marcante, o gengibre tem propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes e está presente em inúmeras pesquisas a fim de se descobrir mais sobre os benefícios desse alimento para a saúde.
Por ser considerado um anti-inflamatório natural, o gengibre tem surgido em estudos que identificaram que essa especiaria melhora a digestão, sensação de queimação, gases, inchaço e dor. Ele também tem sido analisado em tratamentos contra náuseas. Estudos indicaram que o gengibre proporcionou uma redução nas náuseas e vômitos em pacientes de pós-operatório, náusea viral e enjoo matinal, por exemplo.





