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Agro Rio de Janeiro

A busca por potenciais nutritivos, cosméticos e farmacológicos na essência das plantas

Óleos essenciais, extraídos de forma sustentável, formam uma rede de responsabilidade social, ambiental e econômica

por Fernanda Zandonadi

em 18/07/2022 às 8h47

5 min de leitura

A busca por potenciais nutritivos, cosméticos e farmacológicos na essência das plantas

Foto: arquivo pessoal

Cachoeiras de Macacu abriga um projeto para aqueles que veêm na essência das plantas um caminho de sustentabilidade ambiental, social e econômica. O cultivo de plantas medicinais, incentivado pela RedesFito Fiocruz, tem no local o núcleo Jequitibá, com uma proposta de Farmácia Viva. Os agricultores da região abraçaram o projeto e se organizaram para fortalecer aqueles que se interessarem pelas plantas nativas e seus potenciais nutritivo, cosmético e farmacológico.

“A RedesFito contribui de forma institucional dando suporte técnico para projetos que trabalham o viés da sustentabilidade socioeconômica atuando para a promoção da inovação em medicamentos da biodiversidade, considerando que medicamentos da biodiversidade são os que se originam da totalidade dos genes, espécies e ecossistemas de cada bioma. A Rede trabalha prioritariamente a biodiversidade vegetal atendendo ao interesse da saúde e dos territórios”, explica a nutricionista, fitoterapeuta, aromaterapeuta e homeopata, Christiane Rodrigues.

Segundo ela, em Cachoeiras de Macacu nasceu, por meio do projeto, uma série de empresas que utilizam insumos cultivados em sistemas agroflorestais, especialmente de plantas que nascem de forma espontânea na região. Uma delas é a Magueutika, que conta com plantas cultivadas por Christiane e Marina Esteves, agrônoma, terapeuta dedicada à saboaria vegetal, produtora rural, empresária do setor de agronegócios e que hoje ocupa o cargo de subsecretária de Indústria, Comércio, Serviços e Ambiente de Negócios do Governo do Estado.

“Em um jardim sensorial, cultivamos plantas medicinais que originam os extratos botânicos e as plantas que são usadas na destilaria de óleos essenciais e hidrolatos utilizados na marca. Plantas nativas, alimentares, aromáticas, medicinais, que se transformam em óleos medicados, unguentos, tintura, hidrolatos, chás, pomadas, homeopatias, florais da Mata Atlântica, ou seja, medicina ancestral para o corpo e a mente”, conta Christiane.

 

Força transformadora

Foto: arquivo pessoal

Maria das Graças Ferreira Amim, 63 anos, casada, mãe, avó e produtora rural em sana, distrito de macaé

“Há cinco anos, iniciei a atividade de destiladora de óleos essenciais e hidrolatos, com foco especial na flora nativa e, mais recentemente, tendo conhecido a agricultura sintrópica, iniciamos a implantação dos sistemas agroflorestais em nosso sítio, batizado de A Graça de Maria. Isso nos permite levar à comunidade uma nova perspectiva de tratos agrícolas que vão muito além dos agrotóxicos e defensivos agrícolas.

Temos como objetivo não só o desenvolvimento do conhecimento de ervas aromáticas e medicinais brasileiras, sobretudo as da Mata Atlântica, que produzem óleos essenciais, com vistas ao desenvolvimento e expansão da aromaterapia em nosso país, mas também o seu uso em outras áreas como a veterinária, cosmética, agricultura etc. Além dos óleos essenciais, ainda produzimos vinagres vivos, melitos, mel, própolis, açaí e banana.

Ciente da importância do nosso papel como agente transformador da nossa realidade, implantamos recentemente um serviço de hotelaria em que são oferecidos cursos, oficinas e vivências terapêuticas que possibilitam um contato maior com a natureza, despertando e sedimentando assim maior consciência e responsabilidade com as gerações futuras”.

A alquimia das plantas

Foto: arquivo pessoal

A história de Regina Braga nasceu de sua paixão pelas plantas, com a construção de um jardim de ervas aromáticas em um espaço público. Daí, surgiu sua profissão: medicina holística, além de um negócio promissor.

A empresa Entrefolhas foi fundada em 2007, em Nova Friburgo, com o nome Essência dos Arcanjos. No começo, Regina centrou suas atividades nas pesquisas e na criação de uma linha própria de produtos na linha da aromaterapia, para suas aplicações terapêuticas, no Centro de Terapias e Estudos Essência dos Arcanjos, no Centro da cidade.

Depois, veio a oportunidade de entrar na Incubadora de Empresas da Uerj, campus de Nova Friburgo, com o projeto para extração de óleos essenciais e cosméticos naturais a partir deste insumos.

Hoje, a Entrefolhas é voltada para a extração de óleos essenciais de plantas aromáticas que se adaptaram bem ao clima da região, tais como alecrim, capim limão, cipreste, citronela, manjericão, melaleuca, pinho e vetiver.

Mas a proposta de Regina de ter uma empresa sustentável foi além e abraçou seu entorno. As mulheres da comunidade confeccionam as embalagens do kit dos produtos, todos feitos com fibras vegetais e tecidos em teares rústicos. Uma forma de valorização social e econômica das mulheres da região.

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