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Agro Rio de Janeiro

O rei das lavouras segue forte nas terras fluminenses

A produção do Rio de Janeiro, mesmo mantendo-se firme ao longo dos anos, ainda é insuficiente para abastecer o mercado interno

por Fernanda Zandonadi

em 09/08/2022 às 17h00

3 min de leitura

O rei das lavouras segue forte nas terras fluminenses

Foto: divulgação

Cultura robusta e com rentabilidade estável, o abacaxi segue forte no Rio de Janeiro. Os principais municípios produtores ficam no Norte Fluminense: São Francisco de Itabapoana, que responde por 89,23% da produção, seguido de São João da Barra (7,32%) e Campos dos Goytacazes (3,35%). 

“São regiões de topografia plana, o que facilita o plantio. Além disso, a mecanização torna-se mais simples. O solo dessas regiões é arenoso, com um pouco de argila, e a cultura se adapta muito bem a ele”, explica Alcílio Vieira, doutor na área de produção vegetal e pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro-Rio).

E a boa adaptação se reflete nos números. De 2016 a 2020, a área colhida aumentou de 3,6 mil hectares para 4,5 mil ha, assim como a produção, que passou dos 92,6 milhões de frutos para 143,4 milhões. O rendimento médio, em 2020, teve seu melhor patamar, chegando aos 31,4 mil frutos por hectare. “O abacaxi, segundo dados econômicos, é a plantação que dá melhor rendimento aos produtores. É uma cultura adensada, ou seja, é possível ter até 40 mil plantas por hectare, não é preciso ter grandes áreas para produzir”, continua Vieira.

Outra vantagem é que é uma cultura que faz parte das bromeliáceas, tem um sistema de captação de água pelas folhas, que formam uma calha. “É uma cultura de fotossíntese diferente. Quando está muito quente, a planta fecha os estômatos para não perder água e abre à noite, quando está mais frio, e faz a fotossíntese com a reserva. Por ser uma cultura mais resistente à seca, ela se adaptou bem à região, pois lá não chove muito”. 

Mesmo lidando com uma fruta tão resiliente, é possível melhorar ainda mais os ganhos do produtor. O mercado é regulado pela lei de oferta e demanda. Quer dizer, em ano de produção alta, o preço tende a cair. Mas uma forma de driblar essa gangorra financeira é a irrigação, avalia Vieira. “Onde há irrigação, o produtor consegue tirar o abacaxi fora da época da produção normal e pega um preço melhor”, revela.

A produção do Rio de Janeiro, mesmo mantendo-se firme ao longo dos anos, ainda é insuficiente para abastecer o mercado interno. O Estado importa a fruta do Espírito Santo, Paraíba e Tocantins.

A variedade mais plantada é a Pérola – mais apreciada para consumo in natura -, que responde por 95% das frutas que saem dos pomares. Os outros 5% são da variedade Smooth Cayenne, que amadurece após o Pérola e é mais indicada para uso na indústria. “A Smooth é a mais plantada no mundo e é bastante usada na área industrial por conta do próprio formato do fruto. Suco de abacaxi, enlatados, é Smooth Cayenne. Temos algumas plantações em São Francisco de Itabapoana”, finaliza o pesquisador. 

O mundo ama o abacaxi

O abacaxi é uma fruta popular, que está entre as dez favoritas no consumo mundial. Do gênero Ananas, é também uma fruta conhecida há mais de 3.000 anos. As informações são da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). A espécie doméstica é o Ananas comosus, enquanto a espécie selvagem mais próxima é o Ananas bracteatus, natural da Mata Atlântica, que percorre a faixa que vai de Pernambuco até o Rio Grande do Sul, chegando à Argentina e ao Uruguai. 

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