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Em 2025, o mundo volta os olhos para um modelo que vem se provando mais do que eficiente: ele é solidário, resiliente e profundamente transformador. Com a declaração da Organização das Nações Unidas (ONU) de que este será o Ano Internacional das Cooperativas, abre-se um espaço simbólico — e necessário — para reafirmar o papel do cooperativismo como uma alternativa econômica viável, humana e conectada com os desafios do nosso tempo. No Espírito Santo, essa afirmação ganha contornos concretos e inspiradores.
Os números comprovam essa força: segundo o Sistema OCB/ES, o Espírito Santo conta com 112 cooperativas, reunindo 832 mil cooperados, responsáveis por 11,8 mil empregos diretos e por movimentar cerca de R$ 14,8 bilhões por ano. Ao todo, 1,9 milhão de pessoas estão direta ou indiretamente envolvidas com o cooperativismo capixaba. O setor representa 6,4% do PIB nominal do estado e gera um impacto total de 10,9% no PIB capixaba quando considerados efeitos diretos e indiretos. Além disso, soma R$ 37,8 bilhões em ativos, R$ 6,1 bilhões em patrimônio líquido e paga R$ 728,9 milhões em impostos e taxas.
No entanto, para além dos números, é no cotidiano das comunidades que o impacto do cooperativismo se manifesta com mais força. Ao contrário de empresas voltadas unicamente para o lucro, as cooperativas operam sob princípios que colocam as pessoas no centro. Cada associado tem voz, voto e corresponsabilidade. É uma construção coletiva que desafia o individualismo e oferece respostas locais a problemas globais — como a insegurança alimentar, as desigualdades estruturais e a exclusão financeira.
Os exemplos no Espírito Santo são muitos: Unimed, Sicoob, Sicredi, Nater Coop, Cooabriel, entre tantas outras cooperativas que transformam a realidade capixaba em diferentes setores. A Unimed garante acesso à saúde de qualidade a milhares de capixabas, combinando atendimento médico com princípios de solidariedade e gestão democrática. O Sicoob, com sua forte presença no crédito cooperativo, promove a inclusão financeira e oferece condições justas para pequenos empreendedores, agricultores e famílias. Já o Sicredi alia inovação tecnológica e responsabilidade socioambiental, fomentando o desenvolvimento de comunidades e aproximando o cooperado das soluções financeiras que precisa para crescer.
No agronegócio, temos a Nater Coop, com forte atuação no café e no leite, que reúne milhares de produtores e é reconhecida por agregar valor à produção, abrir mercados e garantir assistência técnica de qualidade. Já a Cooabriel é símbolo de organização, tecnologia e sustentabilidade, levando o nome do Espírito Santo para o mundo e consolidando o estado como referência na cafeicultura. São exemplos concretos que mostram como a transformação acontece e quem faz acontecer.
Cooperativas espalhadas pelo interior impulsionam a economia local com impacto social, funcionando como pontes para mercados antes inacessíveis e garantindo renda a famílias que dependem diretamente do trabalho coletivo. Há ainda iniciativas alinhadas às agendas globais: durante a Imersão Pré-COP30, as cooperativas capixabas se destacaram como exemplos de inovação comunitária em sustentabilidade, conectando a agricultura familiar e a cultura local às metas de desenvolvimento sustentável.
A vocação capixaba para o cooperativismo, enraizada em saberes familiares e vínculos comunitários, encontra hoje um cenário fértil para crescer: tecnologias acessíveis, políticas públicas voltadas à economia solidária e um mercado cada vez mais interessado em responsabilidade socioambiental. O cooperativismo não apenas se adapta a essas tendências — ele as antecipa.
O reconhecimento da ONU em 2025 é mais do que simbólico: é um convite à reflexão e à ação. Como jornalistas, temos o dever de ampliar o debate público sobre modelos de produção que respeitem o trabalho, a dignidade humana e o planeta. Como sociedade, precisamos olhar para as cooperativas como protagonistas de um novo tempo.
No Espírito Santo, o futuro cooperativo já começou. Cabe a nós — cooperados, comunicadores, cidadãos e gestores públicos — fortalecê-lo, celebrá-lo e garantir que, ao final deste ano internacional, tenhamos não apenas homenagens, mas políticas concretas e um imaginário coletivo mais solidário. Afinal, cooperar é mais do que dividir tarefas: é multiplicar possibilidades.





