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Em Ponto Belo, no Extremo Norte capixaba, os agricultores encontraram no cultivo agroecológico uma nova perspectiva de vida e produção. Iniciativas em andamento no município promovem a olericultura e a fruticultura agroecológicas, visando não apenas a subsistência, mas também a comercialização institucional através de programas de aquisição de alimentos como o PAA e o Compra Direta de Alimentos (CDA).
A Unidade Agroecológica de Experimentação Participativa tornou-se epicentro de conhecimento e troca de experiências. Sob a égide do projeto “Agroecologia: Multiplicando Saberes, Produzindo Vida”, a ação visa integrar a assistência técnica e extensão rural à pesquisa e desenvolvimento de tecnologias sustentáveis. O objetivo é fortalecer os princípios da agroecologia e da produção orgânica entre os agricultores familiares do Território Norte do Espírito Santo.
A Unidade Participativa tem sido um espaço para visitação e troca de conhecimento entre os agricultores locais, especialmente do Assentamento Otaviano Rodrigues de Carvalho. De acordo com o engenheiro agrônomo e extensionista do Incaper Adriano Spínola, coordenador Regional Extremo Norte, através dessa unidade já foi possível a produção de diversos materiais, como mudas e sementes para disponibilizar aos agricultores, além de garantir parte da entrega dos alimentos a programas de comercialização como os já citados.
A participação das famílias no projeto prioriza aquelas em transição agroecológica ou orgânica, necessariamente inseridas na área de atuação do Banco do Nordeste, e também participantes de outros projetos com o mesmo engajamento agroecológico, a exemplo do Dom Helder Câmara. O enfoque nas comunidades rurais mais vulneráveis também foi levado em conta.
O casal Adnilson da Silva e Maria Gorete vive no Assentamento Otaviano. Para os agricultores, a Unidade Agroecológica era um anseio antigo. Graças a essa iniciativa, expandiram sua produção para além do café e da pimenta-do-reino, agora cultivando mais de 30 espécies, incluindo olerícolas e frutas. “O projeto agroecológico despertou o interesse de mais famílias da minha comunidade. A produção ajudou a complementar a minha renda com a comercialização dos produtos, trazendo mais qualidade de vida para quem produz e para quem consome”, diz Adnilson.
Contudo, os desafios persistem. As mudanças climáticas e a escassez de recursos para o controle de pragas e doenças são obstáculos enfrentados diariamente. A falta de certificação agroecológica também dificulta a comercialização dos produtos. Diante desses desafios, os profissionais do Incaper enfatizam a importância de valorizar os saberes locais e promover a diversificação dos cultivos.
Para Spínola, a agroecologia não é apenas uma técnica agrícola, mas um estilo de vida que promove a harmonia entre o homem e a natureza, garantindo a sustentabilidade das pequenas propriedades rurais e a autonomia dos agricultores. “As práticas agroecológicas e a sustentabilidade das produções agrícolas e das pequenas propriedades rurais do Estado estão intimamente ligadas à ciência da agroecologia. Essa conexão não se limita apenas às questões ambientais e produtivas, mas também abrange o desenvolvimento pessoal, as relações familiares e comunitárias. Torna os agricultores independentes de toda e qualquer política e da dependência de insumos externos à propriedade”, conclui o agrônomo.





