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Pesquisadores que integram o Centro de Inteligência da Carne Bovina da Embrapa Gado de Corte (Cicarne) realizaram um estudo publicado em 2020 noqual concluíram que, até 2040, metade dos pecuaristas devem deixar a atividade por não se adaptarem às mudanças e tecnologias necessárias para que o negócio seja rentável.
Ainda segundo esse mesmo estudo, as grandes tendências são a melhor gestão do negócio, a digitalização e a intensificação produtiva para que seja alcançado um potencial de incremento de 23% da produção nos próximos oitoanos, além da busca por soluções sustentáveis que transformarão toda a cadeia produtiva, desde a indústria de insumos até à carne na prateleira do supermercado.
Na realidade, para entender o cenário de desistência da atividade, nos próximos 20anos devemos ler o passado e reconhecer que todo o sistema de rentabilidade da pecuária passou por uma transformação.
Na década de 1980, por exemplo, era muito difícil exigir um nível de produtividade (e até desnecessário), já que o custo de adubar um hectare era o mesmo que comprar três hectares do vizinho, enquanto que para cada boi gordo vendido o pecuarista conseguia comprar cinco bezerros, por causa do deságio no preço da arroba do bezerro, sendo positivo para o pecuarista, e estes dois fatores levavam à uma margem de 50% de lucro na atividade sem a necessidade de grandes investimentos ou muito menos conhecimento técnico.
Hoje a realidade é muito diferente. Terras muito valorizadas e ágio na relação entre boi gordo e bezerros, aliados ao alto custo de produção, levaramobviamente ao profissionalismo na forma de conduzir o negócio valorizando como essenciais os ajustes finos e técnicos para que o produtor se mantenha na atividade, onde o cerne principal no cálculo da rentabilidade deixou de ser ocupação de novas áreas e passou a ser o aumento de produtividade nas áreas que já possui, o que exige tecnologia, profissionais, planejamento e gestão.
E não existe qualquer demérito na pecuária anterior, qual seja, a que era rentável mesmo diante do amadorismo dos seus atores por simples desnecessidade de algo a mais, onde desempenhavam uma atividade profissional sem conhecimento técnico avançado do assunto, e mesmo assim, se sustentavam e progrediam.
Mas devemos ser realistas, e partindo do princípio que analisar o passado é base obrigatória para enxergarmos o presente e enfrentarmos o futuro, a pesquisa apenas confirma e avisa que o caminho da profissionalização é sem retorno e cada dia mais será necessária a presença de pessoas especialistas na atividade assistindo os pecuaristas que desejam ser os que passarão da peneira do amadorismo e chegarão em 2040 com uma pecuária rentável, profissional e sustentável em suas propriedades.



