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Pesquisa

Cientistas desenvolvem cultivares de pitaya geneticamente superiores

por Embrapa

em 27/05/2023 às 6h00

4 min de leitura

Cientistas desenvolvem cultivares de pitaya geneticamente superiores

Foto: Alexandre Veloso

Embrapa Cerrados (DF) desenvolveu cinco cultivares de pitaya geneticamente superiores: BRS Lua do CerradoBRS Luz do CerradoBRS Granada do CerradoBRS Minipitaya do Cerrado e BRS Âmbar do Cerrado.

Essas são as primeiras cultivares de pitayas registradas no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e chegam ao mercado para uniformizar e organizar a produção desse fruto que a cada dia conquista produtores e consumidores pelo País. Os novos materiais serão lançados na quarta-feira (24), dentro da programação de 2023 da AgroBrasília.

Resistentes a doenças, as novas cultivares apresentaram bom desempenho nos pomares, mesmo sem a aplicação de químicos. Essa característica as torna aptas para o cultivo orgânico, além de gerar menor impacto ambiental e financeiro na produção. Os frutos são bem doces, de polpa firme e as plantas apresentam manejo simples, boa produtividade e baixo custo de produção.

 

Histórico da pesquisa

Os lançamentos são resultado de um trabalho que se iniciou na década de 1990, a partir da seleção de espécies com maior potencial comercial e, também, de cruzamentos realizados entre e dentro de diferentes espécies. No início dos trabalhos, a Embrapa Cerrados chegou a formar um banco de germoplasma (coleção de diferentes acessos da espécie) com 400 genótipos diferentes.

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“A maior parte dos materiais foi coletada no Cerrado e, outros, doados por colecionadores de cactáceas”, conta o pesquisador da Embrapa Nilton Junqueira, pioneiro nas pesquisas com pitaya no Brasil.

O banco de germoplasma continha diferentes espécies de pitayas de centenas de clones de plantas matrizes que foram caracterizadas e selecionadas. O objetivo das pesquisas foi selecionar espécies com maior potencial comercial e, dentro delas, as plantas com maior produtividade, maior resistência a doenças, e melhor qualidade física e química dos frutos.

“Também foram selecionadas plantas autocompatíveis e autoférteis, ou seja, que produziam frutos sem a necessidade da polinização manual”, explica Junqueira.

 

Sem necessidade de polinização cruzada

O pesquisador Fábio Faleiro, chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados, enfatiza que a autocompatibilidade, ou seja, a capacidade de a planta produzir frutos sem a necessidade da polinização cruzada, foi um ponto importante da pesquisa.

“Todas as cinco cultivares que estão sendo lançadas possuem essa característica. Isso representa um aspecto muito positivo no manejo da cultura. É ganho de tempo e de qualidade de vida para os produtores, que não precisam mais acordar de madrugada para fazer a polinização manual”, ressalta.

As linhas de pesquisa com pitaya seguiram durante esses últimos anos em duas frentes. A primeira relacionada ao desenvolvimento de variedades geneticamente superiores, ou seja, mais produtivas, mais resistentes a pragas e doenças, teor de açúcar que atenda ao gosto do consumidor, além da autocompatibilidade.

Já a segunda frente desenvolveu o sistema de produção, cujos resultados geraram um conjunto de recomendações relacionadas a produção de mudas, plantio, podas de formação e produção, sistemas de tutoramento das plantas, adubações de plantio e de cobertura, além da irrigação, colheita e processamento dos frutos.

 

Validação de norte a sul do País

As cultivares desenvolvidas pela Embrapa foram validadas em todas as regiões do Brasil, com base numa rede de parceria público-privada. De acordo com Faleiro, os trabalhos são muito importantes para confirmar o potencial agronômico dessas cultivares em variados tipos de solo, de clima, e em sistemas de produção convencionais e orgânicos.

“Nesse trabalho, são montadas unidades demonstrativas e de referência tecnológica em condições comerciais diversas. E os produtores e parceiros avaliam o desempenho agronômico das cultivares nas suas regiões”, explica.

 

Melhoramento genético das pitayas

Para mais informações sobre as cultivares, sistema de produção, mercado e processamento da pitaya, acesse gratuitamente o livro “Pitaya: uma alternativa frutífera” (https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/232364/1/livropitaya-versaofinalweb.pdf) editorado pela Embrapa em parceria com a Empaer e a Universidade Federal de Lavras.

Para saber mais informações sobre o histórico das pesquisas com pitayas na Embrapa Cerrados, acesse gratuitamente a publicação “Pitayas: atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação na Embrapa Cerrados” (https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/230728/1/Doc-374-Fabio-Faleiro.pdf)

 

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