Brasil e África estreitam cooperação na área agrícola
por Redação Conexão Safra
em 14/05/2018 às 0h00
4 min de leitura
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) recebeu no dia 10 de maio de 2018 a visita do diretor-executivo doFórum para Pesquisa Agrícola da África (FARA, sigla em inglês), Yemi Akinbamijo, acompanhado do pesquisador Abdulrazak Ibrahim. O FARA é uma organização internacional, com sede em Gana, que incentiva e coordena a cooperação entre países e instituições estratégicas em prol da pesquisa, desenvolvimento e inovação agrícola na África. A parceria com a Embrapa, que começou em 2010, possui foco em ciência e tecnologia nas áreas de agricultura e recursos naturais. O objetivo da vinda de Akinbamijo foi propor o fortalecimento dessa colaboração, especialmente em prol da capacitação de pessoas e instituições dos 55 países africanos atendidos pelo Fórum.
Eles foram recebidos pelo secretário de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Bruno Brasil, e pelos gerentes de Relações Estratégicas Internacionais, Alexandre Amaral, e de Articulação de Redes de PeD, Alba Chiesse, entre outros pesquisadores.
Durante a visita, Akinbamijo apresentou à Embrapa o Programa de Capacitação Holística para Subsistência (HELP, sigla em inglês), que tem como objetivo fortalecer as capacidades humanas e institucionais da pesquisa agrícola para o desenvolvimento na África, a partir de atividades diversas, incluindo a formação de jovens africanos em universidades e instituições de pesquisa brasileiras de base agrícola.
Ao final, Os representantes do FARA se comprometeram a enviar à Embrapa um documento detalhando as áreas prioritárias em que pretendem intensificar a cooperação.
Experiência que deu certo
O pesquisador nigeriano Abdulrazak Ibrahim, que acompanhou o diretor do FARA, é um exemplo de estudante africano capacitado na Embrapa. Ele desenvolveu sua tese de doutorado no Laboratório de Engenharia Genética Aplicada à Agricultura Tropical da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, sob a orientação do pesquisador Francisco Aragão. O trabalho resultou em uma nova metodologia de produção de planta resistente a inseto-praga a partir da tecnologia de RNA interferente, cujo pedido de patente foi depositado em 2016.
Ibrahim espera que o sucesso de seu trabalho na Embrapa e no Brasil possa ser estendido a outros estudantes e cientistas africanos. Segundo ele e o diretor do Fórum, durante muitos anos, a maior preocupação era tirar a África da situação de fome e pobreza extrema. Hoje, o foco é a inovação. “Precisamos investir em métodos que encurtem o caminho entre o laboratório e o campo ”, destaca Ibrahim.
Do laboratório ao campo
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De acordo com os representantes africanos, uma iniciativa recente denominada “Tecnologias para Transformação Agrícola Africana ” (TAAT, sigla em inglês), apoiada pelo Banco Africano de Desenvolvimento, em parceria com órgãos de fomento internacionais, é o pano de fundo para essa mudança de paradigmas no continente.
Também conhecida como a Estratégia Feed Africa, a TAAT é essencialmente uma resposta baseada no conhecimento e inovação à reconhecida necessidade de aumentar as tecnologias comprovadas em toda a África com o objetivo de aumentar a produtividade e tornar o continente autossuficiente em produtos básicos.
A falta de tecnologia no campo é um dos muitos fatores que impediram a África de alcançar seu potencial agrícola. Apesar da riqueza de recursos naturais e da grande quantidade de terras agricultáveis, os rendimentos básicos das colheitas na África cresceram muito pouco nos últimos 25 anos e permanecem os mais baixos de qualquer região do mundo, representando 56% inferior da média global.
Segundo Akinbamijo, o programa TAAT é uma resposta do continente à necessidade premente de mudar esse panorama. Trata-se de um “plano arrojado para alcançar uma rápida transformação agrícola na África, afirma ”. Para isso, foram definidos como prioritários oito produtos agrícolas: arroz, milho, soja, laticínios, peixes, aves, feijão e sorgo.
O objetivo é investir na modernização de tecnologias e capacitação de cientistas e agentes produtivos de forma a tornar o continente autossuficiente na produção de alimentos, reduzindo a importação maciça que acontece hoje. “A agricultura é a mais importante fonte de diversificação económica e de riqueza, além de um poderoso mecanismo para criação de empregos ”, finalizou o diretor do Fórum internacional.
fonte: EMBRAPA
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