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Inovação

Ciência consegue reduzir impacto de mosca nos pomares de morango

por Revista A Lavoura

em 11/08/2020 às 11h36

3 min de leitura

Ciência consegue reduzir impacto de mosca nos pomares de morango

Foto: A Lavoura

Uma das mais importantes pragas quarentenárias em expansão mundial na atualidade, a
Drosophila suzukii
ainda não possui inseticidas registrados no Brasil, mas já está sendo controlada nos pomares do Rio Grande do Sul graças a recomendações técnicas da
Embrapa,
repassadas aos produtores pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do

Rio Grande do Sul (Emater/RS-Ascar). O inseto também é conhecido por suzuki,
“Spotted Wing Drosophila ” (SWD), ou drosófila-da-asa-manchada.

O monitoramento e controle da suzuki foram obtidos com esforços da equipe da Embrapa em parceria com a extensão rural, produtores e outras instituições. Além de estudar as ações realizadas em outros países, os pesquisadores observaram os hábitos do inseto no Brasil, buscando formas alternativas para o seu controle, como, por exemplo, a melhor posição para a instalação das armadilhas no cultivo.

Foto: Régis Sivori dos Santos

“Estudamos os hábitos da
suzuki
na Região Sul do Brasil e conseguimos identificar os horários de maior atividade das moscas e também onde elas se escondem nos plantios ”, comentou o pesquisador
Régis Sívori Silva dos Santos, que atua em Vacaria (RS), na Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado da
Embrapa Uva e Vinho
e coordena as ações relacionadas à suzuki.

O pesquisador reforça que uma grande dificuldade para o controle é a facilidade de expansão desse inseto.

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“As fêmeas depositam os ovos nas frutas próximo ao período de maturação, sem deixar danos aparentes. Dessa forma, mesmo com a postura, as frutas são colhidas, embaladas, transportadas, comercializadas, consumidas ou inutilizadas, dependendo do estágio de desenvolvimento do inseto ”, pontua. A visualização do inseto só acontece quando a fruta está completamente estragada, ou seja, com a larva desenvolvida, num período que varia de três a sete dias.

Perdas de até 60%

Foto: Viviane Zanella

Ele explica que outros danos secundários também podem acontecer posteriormente, como doenças causadas por fungos e bactérias que entram nos frutos a partir dos danos da drosófila.

“A ação da mosca
Drosophila suzukii
não é fácil de detectar nos pomares, pois o inseto é minúsculo e ainda pouco conhecido no Brasil ”, sintetiza Santos, que complementa afirmando que desde 2008 a mosca vem causando prejuízos expressivos na América do Norte e Europa, além do Brasil, onde chegou provavelmente por meio da importação de mudas ou frutos.

Foto: Régis Sivori dos Santos

Segundo levantamentos realizados pela Emater/RS-Ascar, logo na chegada da mosca aos cultivos de morangueiros, em 2014, os prejuízos foram catastróficos.

Os fruticultores perderam cerca de 60% da produção, pois não conheciam a praga. Hoje, com a adoção das práticas indicadas pela Embrapa, a praga está sendo monitorada e, quando surge, é rapidamente controlada, minimizando os prejuízos, que chegam no máximo a 5%.

“Se o produtor adota todas as recomendações, o prejuízo é mínimo ”, acrescenta o agrônomo Ênio Ângelo Todeschini, assistente regional em fruticultura da Emater Regional de Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, um dos principais polos produtores de frutas na Região Sul.

O pesquisador da Embrapa Uva e Vinho Régis Sivori Silva dos Santos apresenta os manejos recomendados para combater a Drosophila suzukii

Fonte: Embrapa

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