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Avicultores inovam para reduzir o custo de produção

por Redação Conexão Safra

em 26/01/2016 às 0h00

4 min de leitura

Avicultores inovam para reduzir o custo de produção

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A falta de chuvas relevantes e as altas temperaturas influencia diretamente nas cadeias produtivas, desde a produção de energia até na agricultura e pecuária. Por isso, é importante fazer o uso consciente da eletricidade, em todas as atividades. Na região Serrana, alguns avicultores tomaram uma iniciativa ousada e o resultado já começa a aparecer.

Por dia, um lote de galinhas precisa, em média, de 16 horas de luminosidade para ter uma produção regular. A falta de luz necessária acarreta em uma baixa produtividade e a qualidade também ficar pior. Isso é o que explica veterinário da Coopeavi, Tarcísio Simões. “A luminosidade influencia diretamente no consumo de ração, favorecendo a ingestão necessária de nutrientes durante o dia e, consequentemente, aumentando produtividade dos ovos e uniformidade do lote ”.

A solução mais comum para suprir a necessidade de luz são as lâmpadas instaladas dentro dos galpões. Dependendo do dia e da quantidade de aves alojadas, é preciso manter todas as lâmpadas acesas, mesmo durante o dia. Com isso, o consumo de energia acaba sendo um dos vilões no custo de produção na avicultura de postura.

Fomos visitar as duas granjas para ver de perto os resultados, uma em Rio Lamego (Santa Maria de Jetibá) e outra em Caldeirão (Santa Teresa), nas propriedades dos avicultores Solimar Berger e Fabrício de Oliveira, respectivamente.

Em busca de alternativas para economizar, ambos aceitaram fazer um experimento proposto pelos veterinários da Coopeavi e trocar parte das telhas de amianto por telhas transparentes. “Fizemos um teste com duas telhas transparentes por quatro meses e deu muito certo ”, afirma Solimar, que depois do teste adotou o método e praticamente não utiliza mais energia elétrica durante o dia. Além disso, a produtividade em sua granja aumentou. “Tivemos um aumento imediato de 2% na produtividade ”, comenta.

Na granja do Fabrício, a economia de energia é de 10 horas por dia. “Estou trabalhando com dois galpões, um com 7 mil e o outro com 14 mil aves. Neste segundo, a luz precisava ficar ligada o dia todo (6h às 17h), principalmente em dias nublados ou chuvosos, com as novas telhas instaladas, não há necessidade de ligar as lâmpadas neste período ”, disse o avicultor Fabrício Oliveira.

Ele ainda nos disse que houve melhorias em outras frentes, como na secagem mais rápida dos estercos, diminuição da proliferação de moscas e uma redução de refugos (aves fracas), diminuindo assim a mortalidade.

“Percebemos uma melhora no esterco, antes o esterco do meio da granja tinha mais umidade, o que favorecia a proliferação de lavas e moscas. Com a instalação das telhas, percebemos que a secagem do mesmo está sendo mais rápida e com isso, diminuiu a quantidade de moscas. ”, disse.

Para o Solimar, “o investimento inicial é um pouco mais alto, porque tem que mexer em toda a estrutura do telhado da granja, mas em médio prazo o investimento compensa ”. O retorno do capital investido é diário. “Não levantamos em valores concretos o quanto conseguimos ganhar, mas só a produtividade elevou cerca de 3% ”, argumenta Fabrício. “De imediato parece até pouco um aumento de 2 ou 3%, mas se a gente somar essas diferenças diárias com a redução da conta de luz, no final do mês teremos uma alteração positiva na rentabilidade da atividade ”, complementa.

Na visita à granja do Solimar, ele nos explicou como fez a distribuição das telhas no galpão para garantir uma luminosidade uniforme. “Instalamos uma telha transparente a cada dois metros, alternando o lado (esquerdo e direito) ”. Com isso o tempo de lâmpadas acesas reduziu 25%.

Ambos tinham uma preocupação com relação a ao aumento da temperatura no ambiente interno dos alojamentos. Por isso, o Fabrício optou por comprar telhas específicas, que permite passar a luminosidade e não retém o calor. Já o Solimar, pintou as telhas com tinta branca durante os experimentos, o resultado não foi satisfatório, por isso, também instalou as telhas com característica específicas.

A própria Coopeavi está adotando esse método novo. “Na Recria substituímos algumas telhas em busca de obter melhores resultados zootécnicos e economia de energia elétrica ”, aponta Simões.

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