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Ailton da Silva Moço. Produtor rural de Menino Jesus, em Muniz Freire

por Redação Conexão Safra

em 23/05/2014 às 0h00

6 min de leitura

Ailton da Silva Moço. Produtor rural de Menino Jesus, em Muniz Freire

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Solidariedade e superação



Por Kátia Quedevez- [email protected]



Solidariedade e superação

A equipe da Revista SAFRA ES foi até o distrito de Menino Jesus, em Muniz Freire, no Caparaó Capixaba, para conhecer a história da família do produtor Ailton da Silva Moço. Mesmo marcado por um acidente, um incêndio que destruiu totalmente a casa da família, o episódio não o fez perder a esperança: a família reconstruiu a vida com muito trabalho, perseverança e determinação, com a preciosa ajuda de amigos e familiares. Atualmente, a propriedade é referência em toda a região quando o assunto é alta produtividade da pecuária leiteira.

Ailton começa sua história falando da desagradável experiência. “Em 2001 tivemos um grave acidente na nossa casa. Guardávamos lenha na parte debaixo da casa. Pegou fogo em tudo. Ficamos apenas com a roupa do corpo. Tivemos ajuda de muita gente, parentes e amigos. Ficamos numa situação financeira muito difícil. Chegamos mesmo a pensar em vender o sítio. Mas não desanimamos, fomos em frente ”.

O produtor rural nos conta que um vizinho da família, Josias Bueno, emprestou oito vacas para a família recomeçar a vida. O empréstimo duroutrês anos. “Fomos juntando um dinheirinho, compramos umas bezerrinhas e umas vacas ”. Na época, o leite produzido na pequena propriedade da família era entregue para uma empresa. Há cinco anos passaram a ser cooperados da Selita e há três entraram no Projeto120, programa de qualidade da cooperativa cachoeirense.

Ailton conta que a propriedade produzia, em média, 130 litros por dia. Com o apoio doprograma de assistência técnica, atualmente, com o mesmo número de animais, entre 18 a 20, chegam a produzir mais de 400 litros diariamente. “A própriaSelita se surpreendeu com o resultado tão rápido. Como os animais já tinham uma genética boa, com o manejo do gado e a comida adequada, tudo aconteceu muito rápido ”.

A família declara que ainda há muito o quefazer e tem planos para melhorar a propriedade. “Estamos fazendo um projeto para aproveitar o esterco, bombear e jogar na pastagem. Queremos aumentar a produção. Há muitas vacas para parir e estamos trabalhando muito com inseminação.Fizemos um Pronaf, compramos uns animais e já temos a segunda geração das novilhas, com média alta de leite. Estamos tendo grande procura para comercialização ”.

Toda a família trabalha na lida da roça. A filha mais velha, Rosilaine, tem 18 anos e cursa faculdade. Quando pode, também ajudana roça. O filho menor, João Vitor,também colabora, e muito.E o pequeno nos disse o que quer ser quando crescer: um fazendeirinho.

Depois do acidente a vida da família mudou. “Agente viu a união da comunidade e dos amigos ”. Ailton fala muito emocionado do episódio e se sente muito grato com a ajuda que recebeu. “Nem penso em sair daqui. É um compromisso que tenho com todos os que nos ajudaram ”.

A esposa Rita também fala da ajuda recebida e da religiosidade da família. “Na época do incêndio recebemos ajuda de todo tipo, dinheiro, roupas, brinquedos. Nossa casa foi reconstruída em apenas seis semanas. A fé que temos e a vivênciana igreja também nos sustentam, e nos dá muita força ”. Rita ocupa cargo importante na comunidade católica do distrito. “Falar das coisas de Deus é muito gratificante ”, diz.



Apoio da Selita

A ajuda da Selita foi fundamental para o sucesso da família e o aumento da produtividade da propriedade. “Quando ainda tínhamos uma média de 130 litros trabalhávamos demais da conta porque tinha que tratar do gado o ano todo. Quando não tinha o canavial tinha que buscar fora. A mão de obra ficava cara e a produção pequena ”, comenta Ailton.

Hoje, Ailton diz queestá mantendo a produção em aproximadamente 400 litros, o ano inteiro, sem período de escassez. “Montamos piquetes com irrigação. Tratamos das vacas no período de julho até outubro, quando usamos bastante o canavial para fazer o reforço do capim. Depois disso, quando o tempo esquenta, já molhamos as pastagens. O gado fica só na pastagem, sal mineral e ração concentrada ”.

Sobre a permanência no sítio, Ailton diz que a família preferiu continuar na roça depois do acidente. “Tivemos fé e insistimos. O produtor deve aproveitar o apoio que recebe de várias entidades. Das prefeituras, do governo do estado, do Sebrae, no nosso caso, também da Copettec e da Selita. Recebemos muita ajuda e incentivo. Acho que vale a pena insistir e fazer um trabalho de qualidade. Nossa família é muito feliz aqui ”, declara.

O técnico da prefeitura de Muniz Freire que nos acompanhou na entrevista,Jônatas Almeida, mais conhecido como Café, declara que o trabalho que a família de Ailton vem realizando, tem servido de exemplo para muitos outros produtores. “O trabalho dele é referência no município de Muniz Freire e em toda a região. Eles já participam de eventos e no ano passado foram premiados no concurso leiteiro do município ”.

“É importante o trabalho técnico que eles fazem, como por exemplo, análise de solo anualmente para fazer a adubação correta de acordo com a avaliação, voltada para a pecuária. O trabalho técnico da irrigação também colabora para a elevação da produtividade ”, comenta Café.

Ailton afirma que a assistência técnica que a Prefeitura de Muniz Freire presta também é essencial. “O trabalho da prefeitura é muito importante para todos. Ela está arrumando as estradas, cedendo o maquinário, nos dando todo o apoio ”.

Rita comenta que o uso de técnicas de inseminação artificial está ajudando muito a melhorar a genética do rebanho. “O governo do estado nos cedeu 24doses de sêmen sexado por ano. O tanque comunitário também foi outra conquista ”.
O tanque resfriador de leite foi doado para a Associação de Desenvolvimento Comunitário de Menino Jesus &ndash, ADECOMEJ.

Para Ailton, quem quiser permanecer na roça vai ter oportunidade, ajuda e o incentivo de muitas entidades: “do governo do estado, da prefeitura, de cooperativas como a Selita, do Sebrae, da Coppettec ”. E sua esposa Rita complementa. “É só arregaçar as mangas, confiar e trabalhar, porque dá muito certo ”.

Não vou dizer que temos muito dinheiro, mas vivemos muito bem no sítio. Temos carro e moto. Paramos com o café há dois anos e hoje só trabalhamos com pecuária leiteira, mas estamos começando a comercializar novilhas com alto padrão genético.







A propriedade rural de Ailton e Rita se localiza na comunidade de Menino Jesus, distrito de Muniz Freire, na Região do Caparaó Capixaba. Os moradores vêm se organizando por meio da Associação de Desenvolvimento Comunitário de Menino Jesus – ADECOMEJ.

Organizada inicialmente por departamentos, a Associação tem vários projetos que envolvem as áreas de Saneamento Básico, Máquinas e Implementos, Obras, Esportes e Lazer, Educação e Assistência Social, Saúde, Meio Ambiente e Turismo, Agricultura, Pecuária e Segurança Pública. Segundo Jônatas de Almeida (Café), presidente da entidade, o plano para o desenvolvimento do distrito será elaborado em Assembleia Geral através das sugest&otilde,es de cada associado, na qual “serão identificadas as prioridades para cada setor ”, declara.

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