Situação atual do ensino de medicina veterinária no Brasil
por Redação Conexão Safra
em 03/10/2018 às 0h00
5 min de leitura
Origem
A Medicina Veterinária no Brasil, teve origem formal com a fundação das primeiras Escolas de Veterinária: duas no Rio de Janeiro (1910) e uma em Olinda (1912). As três formaram os 14 primeiros Veterinários brasileiros em 1917 (Quadro I). Desde o início, como um todo, esteve orientada para os aspectos de Saúde Pública e Economia: combate a doenças de grandes animais, inclusive zoonoses (mormo e tuberculose) e Economia (inspeção de carnes para uso interno e exportação).
Quadro I &ndash, Primeiras escolas de veterinária do Brasil
Num século de existência a profissão no Brasil evoluiu, como em todo o mundo, para dezenas de atividades. Agora, por exemplo, o Brasil é uma potência alimentar proporcionando alimentos de origem animal e vegetal em grandes quantidades para sua população e exportando os excedentes. Os Veterinários são os responsáveis pela produção daqueles de origem animal, em quantidade e qualidade adequadas (Fig. 1).
Figura 1 &ndash, Produção brasileira de seis alimentos importantes
Número de Veterinários&ndash, Em março de 2018 o número de Veterinários registrados no Conselho Federal de Medicina Veterinária era de 157.000. Não estavam computados aqueles desobrigados de se registrarem.
Número de Cursos de Formação&ndash, As escolas que incluem a formação de Veterinários no Brasil proliferam de maneira alarmante. Em números oficiais do Ministério da Educação em 6 de setembro de 2018 eram351(trezentos e cinquenta e um) cursos registrados. Em contraste vergonhoso com umtotal de 191Escolas de Veterinária de13 paísescom intensa atividade veterinária (Quadro II).
Além desses 351 cursos, 5 eram de ensino a distância, com 11.219 vagas autorizadas (março de 2018),um destes com 9.999 vagas autorizadas!
No total, os cursos ofereciam em março de 2018, 56.726 vagas autorizadas.
Dos 351 cursos, 48 pertenciam a Universidades Federais (UF). Os restantes eram de Escolas estaduais ou particulares. Algumas Universidade Federais situadas em lugares que certamente não comportariam uma, como UF dos Vales do Jequitinhonha e do Mucurí, UF do Recôncavo da Bahia, UF da Fronteira Sul, UF do Sul e Sudeste do Pará, UF do Oeste da Bahia.
Quadro II &ndash, Número de escolas de veterinária em 13 (treze) países (2015)
País | N. de Escolas |
---|---|
Soma | 191 |
Rússia | 41 |
Índia | 40 |
EUA | 27 |
China | 23 |
Japão | 16 |
Itália | 13 |
Austrália | 7 |
Grã Bretanha | 7 |
Canadá | 5 |
Alemanha | 5 |
França | 4 |
África do Sul | 2 |
Nova Zelândia | 1 |
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Currículos&ndash, Estão em vigor as “Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Medicina Veterinária ” (D.O.U. de 20 de fevereiro de 2003). São centenas de itens diversos, muitos deles fora do objetivo da profissão.
Nos 15 anos desde o citado documento os Cursos de Medicina Veterinária proliferaram, como visto antes. Os 351, pelas “Diretrizes ”, deverão formar profissionais de acordo com o Artigo seguinte e vários outros semelhantes, de linguagem empolada.
“Art. 3º &ndash, O Curso de Graduação em Medicina Veterinária tem como perfil do formando egresso/profissional o Médico Veterinário, com formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, apto a compreender e traduzir as necessidades de indivíduos, grupos sociais e comunidades, com relação à,s atividades inerentes ao exercício profissional [&hellip,] Ter conhecimento dos fatos sociais, culturais e políticos da economia e da administração agropecuária e agroindustrial. Capacidade de raciocínio ló,gico, de observação, de interpretação e de análise de dados e informaçõ,es,bem comodos conhecimentos essenciais de Medicina Veterinária, para identificação e resolução de problemas ”.
Aparentemente, pelo texto (&hellip,bem como), os conhecimentos profissionais são acessó,rios.
Professores&ndash, Não existem dados disponíveis sobre a quantidade de professores necessários para ministrar aulas nas dezenas de disciplinas dos 351 cursos. Muito menos sobre sua qualificação e formação.
Conclusão&ndash, É, urgente que sejam implementadas drásticas medidas que conduzam a Medicina Veterinária brasileira para satisfação das exigências da sociedade quanto à, Saúde Pública (uma única saúde) e à, economia (exportação de alimentos), além de outras.
É, com esse objetivo que a Academia Brasileira de Medicina Veterinária e a Sociedade Nacional de Agricultura têm unido seus esforços.
Dentre as medidas a tomar podem ser mencionadas as seguintes:
- Proibição de abertura de novos cursos.
- Fechamento da maioria dos cursos, quer os presenciais quer aqueles a distância.
- Imediata morató,ria de pelo menos 5 anos para abertura de novos cursos. A semelhança do que está ocorrendo na Medicina Humana.
- Recapacitação de Médicos Veterinários para as urgentes e novas exigências das sociedade como saúde única (humana, animal e ambiental), economia (segurança alimentar, agronegó,cio em seus vários aspectos), além de vários outros temas, por meio de cursos de curta duração. (*Fonte: Animal Business Brasil)
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