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Educação

Estudantes da Grande Vitória pintam com o ‘Cores da Terra’

O objetivo foi envolver os estudantes em atividades práticas sobre o solo e os seus recursos

por Assessoria de Comunicação do Incaper

em 26/10/2023 às 6h12

5 min de leitura

Estudantes da Grande Vitória pintam com o ‘Cores da Terra’

Implementado principalmente nas comunidades rurais, projeto ensina uma técnica simples, criativa e sustentável, tendo como matéria-prima a terra de várias tonalidades. (*Fotos: EMEF Maria Madalena de Oliveira Domingues/Divulgação)

Com o o apoio do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), alunos do 3° ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Maria Madalena de Oliveira Domingues, localizada em Vitória, produziram pinturas por meio do projeto “Cores da Terra”, que envolve uma prática com a utilização de tintas ecológicas e de baixo custo. O objetivo foi envolver os estudantes em atividades práticas sobre o solo e os seus recursos.

O projeto “Cores da Terra” teve início em 2007, por meio de uma parceria entre o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e a Universidade Federal de Viçosa (UFV). Implementado, principalmente, nas comunidades rurais, o projeto ensina uma técnica simples, criativa e sustentável, tendo como matéria-prima a terra de várias tonalidades. A prática consiste em três passos simples: coleta de solo e as suas diferentes cores e nuances, água e cola branca.

Com o apoio dos escritórios locais de desenvolvimento rural do Incaper, distribuídos em todos os municípios do Espírito Santo, comunidades rurais têm adotado técnica de pintura em diferentes lugares e objetos, despertando os olhares das famílias rurais para novas possibilidades de renda, além de transformar espaços em verdadeiras obras de arte, com as tintas ecológicas e de baixo custo.

A ideia de levar a ação para a EMEF Maria Madalena de Oliveira Domingues surgiu no momento em que, a professora do 3º ano do Ensino Fundamental Larissa Toniato se surpreendeu ao se deparar com uma matéria jornalística produzida pelo jornalismo do Incaper sobre o “Cores da Terra” e divulgada no livro de ciências utilizado pela escola. A mesma logo apresentou o conteúdo para os alunos.

“Esse contexto muitas vezes fica apenas nas imagens vistas nos livros e internet, por se tratar de uma escola na Capital. No momento em que nos deparamos com uma reportagem sobre o Projeto Cores da Terra e que a jornalista era capixaba, o interesse dos alunos aumentou, pois foi a primeira vez que estavam vendo algo do nosso Estado retratado no livro”, contou Larissa Toniato.

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“Ao viabilizarmos com o Incaper essa oportunidade, aproximamos os alunos da área urbana e eles puderam conhecerem mais sobre os recursos existentes na área rural, aprendendo a valorizar e a respeitar os diferentes espaços, despertando a consciência em relação ao nosso planeta e promovendo o uso consciente dos recursos naturais”, explicou a professora.

As atividades foram ministradas pela economista doméstico e extensionista do Incaper, Cristiana Barbosa, com o apoio da estudante de nutrição e bolsista da Instituição, Amanda Cypriano e da jornalista do Incaper, Tatiana Caus. As atividades também foram acompanhadas pela pedagoga da escola, Iacy Borges, pela professora Larissa Toniato e outras professoras presentes.

A oficina foi dividida em três etapas: em primeiro lugar, as crianças conheceram um pouco da trajetória e das atividades do Incaper; em um segundo momento, foi a hora de sensibilizar as crianças com uma explicação sobre o projeto, com o passo a passo da produção da tinta à base de terra, orientadas sobre o meio ambiente e as características específicas das cores, algumas delas com a inclusão de alimentos para a produção de diversas tonalidades, como açafrão, beterraba, couve, entre outros.

Na terceira etapa, na sala de artes da escola, a terra levada para os alunos foi peneirada como parte do processo de refinamento, destinado à produção das pequenas amostras de tinta e os alunos partiram para a prática. As pinturas dos alunos vão ficar expostas para uma exposição do “Cores da Terra” e para todos os outros alunos, pais e visitantes.

Saberes ancestrais e culturais

De acordo com a extensionista Cristiana Barbosa, a tinta à base de terras é um saber popular historicamente praticado nas comunidades rurais. “É uma prática que retrata saberes ancestrais e culturais. O Incaper foi aprimorando esse saber, com uma tecnologia social a ser compartilhada na formação de multiplicadores da técnica. A troca de saberes com o público infantil nos traz um ambiente de aprendizado com ludicidade, de forma multidisciplinar. A partir da terra, fizemos analogias com a soberania alimentar, com a importância da agricultura familiar, de seus saberes e sabores que nos alimenta”, disse.

Ela reforçou que a forma como nos relacionamos com a terra e com o ambiente em que vivemos está intrinsecamente relacionada ao que comemos. “E o que comemos vem da terra, logo, estamos num ciclo nutritivo e energético de conexão com todas as formas e cores que a terra nos presenteia. Estar em contato com a produção de tintas à base de terras é também uma arte terapia, por exemplo”, destacou Cristiana Barbosa.

“Foi muito interessante observar o movimento das crianças no encontro entre rural e urbano. As crianças são sábias e, com naturalidade, nos mostraram como essa integração rural e urbano se faz no cotidiano, atendendo nossas necessidades de existir. São dois mundos que coexistem e são partes de um todo”, explicou a extensionista do Incaper.

Segundo a docente Larissa Toniato, os alunos ficaram “encantados”, pois perceberam as diferentes possibilidades de pintura com os recursos naturais. “Por meio dessa parceria, foi possível garantir aos alunos o desenvolvimento de habilidades e competências previstas na Base Nacional Comum Curricular, a BNCC, pois puderam realizar atividades práticas, experimentos e interação envolvendo ações coletivas que culminaram nas obras de artes produzidas por elas na oficina”, ressaltou.

Ao final da ação, as pinturas dos alunos ficaram expostas para uma exposição do “Cores da Terra” para todos os outros alunos, pais e visitantes. Além disso, a Escola Maria Madalena de Oliveira Domingues já conversa com o Incaper para que uma nova ação aconteça na unidade: o próximo passo será a pintura de uma parede da escola.

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