Mais lidas 🔥

Comunidade, cultura e origens
Conexão Caparaó celebra famílias pioneiras com o tema "Nossas Origens"

Após derrubada de vetos
Nova Lei de Licenciamento Ambiental aumenta responsabilidade do produtor rural

Regularização fundiária
Projeto visa a auxiliar agricultor familiar a regularizar terra

Cotações
Café, boi e hortifruti: confira as cotações do dia 9 de dezembro

Incompatibilidade cavalo/copa
Produtores capixabas recorrem à subenxertia para salvar pomares de laranja

A aplicação de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos provocou preocupação no setor produtivo. A medida, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto de 2025, tem potencial para afetar diretamente as relações comerciais entre o Brasil e seu segundo maior parceiro comercial.
No Espírito Santo, estado com forte vocação exportadora, os reflexos devem ser significativos: quase 30% dos produtos exportados têm como destino os Estados Unidos. O agronegócio capixaba, no entanto, já busca estratégias para mitigar os efeitos do tarifaço.
No caso do gengibre, os Estados Unidos absorvem entre 30% e 35% da produção estadual. O principal concorrente do Brasil nesse mercado é a China, que enfrenta uma tarifa de 35% imposta pelos norte-americanos. Apesar disso, a maior preocupação, segundo o capixaba Wanderley Stuhr — produtor e maior exportador de gengibre do país —, está voltada para o Peru, cuja tarifa é de apenas 10%.
“Estamos conversando com nossos clientes. Na teoria, com a nova tarifa, o gengibre brasileiro teria uma desvantagem de 15% em relação ao chinês. Mas o Peru é o nosso maior desafio agora, já que enfrenta uma tarifa muito menor. Isso nos coloca em desvantagem competitiva. Ainda assim, seguimos negociando, pois nossos produtos têm qualidade superior aos do Peru e da China”, explica Stuhr.
O exportador reconhece que haverá impacto nas vendas para os Estados Unidos. “Deve ocorrer uma redução nas exportações, isso é certo. Mas nosso principal mercado hoje é a União Europeia, e vamos tentar ampliar nossa participação por lá. Além disso, estamos em negociação com os importadores para compensar essa diferença tarifária”, salienta.
Comitê
O Governo do Espírito Santo realizou, na última segunda-feira (28), as duas primeiras rodadas de reuniões do Comitê de Enfrentamento das Consequências do Aumento das Tarifas de Importação (Cetax). Os encontros aconteceram sob liderança do vice-governador Ricardo Ferraço, coordenador do comitê.

“A possibilidade real de redução de oportunidades no mercado de trabalho nos preocupa e muito. Neste primeiro momento, vamos diagnosticar o alcance e o impacto da medida na economia do Espírito Santo, com foco na manutenção dos empregos e da saúde das empresas exportadoras”, afirmou o vice-governador.
Sobre o gengibre capixaba
O Espírito Santo é o maior produtor e exportador de gengibre do Brasil, com a produção de aproximadamente 66 mil toneladas por ano. A produção se concentra em oito municípios capixabas, sendo os três mais significativos Santa Leopoldina (40,72%), Santa Maria de Jetibá (35,93%) e Domingos Martins (18,59%). Os dados estão no Anuário do Agronegócio Capixaba.
A qualidade do rizoma produzido em terras capixabas, aliada a práticas agrícolas mais eficientes e ao uso de insumos de alta performance formam o tripé que fez a cultura alçar voo. O clima das cidades produtoras também é muito favorável ao desenvolvimento da planta.
O Espírito Santo também foi o primeiro do Brasil a registrar uma cultivar de gengibre. A variedade Imigrante apresenta rizomas grandes, com dedos não emaranhados, o que facilita a limpeza e gera maior qualidade visual. Tem alto rendimento e chega a 145 hectares no manejo orgânico.





