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Agronegócio mais competitivo, inovador e sustentável

por Cris Samorini

em 23/02/2022 às 16h49

4 min de leitura

O agronegócio é um importante gerador de empregos e de renda para a população capixaba, contribuindo fortemente para o desenvolvimento e para a transformação social e econômica do Estado. Nos últimos anos, o segmento vem colaborando significativamente para a manutenção da economia do Espírito Santo, com destaque para o aumento no volume de produção e de exportação. Mas, mesmo assim, não podemos deixar de pensar no futuro do setor.

Queremos que o agronegócio do Espírito Santo seja mais competitivo no mercado nacional e internacional. Parte disse depende do uso de novas tecnologias e do aperfeiçoamento dos processos produtivos agroindustriais que utilizamos hoje. Percebemos mais a fundo esses desafios e o potencial do segmento quando olhamos para a Rota Estratégica Agroalimentar 2035, que lançamos em 2019.

Em um panorama rápido devemos lembrar que a cadeia do agronegócio engloba desde a produção agropecuária e extrativa não-mineral até as atividades de transporte, comércio e serviços ligados à distribuição dos bens produzidos no campo. De acordo com o governo estadual, ela absorve 33% da população economicamente ativa no Espírito Santo e é responsável por 30% do Produto Interno Bruto (PIB) capixaba, sendo a atividade econômica mais importante em 80% dos 78 municípios do ES.

Vale destacar que o setor, além de atender a demanda interna, também é um dos responsáveis por equilibrar a balança comercial brasileira, posicionando o Estado e o país como um grande fornecedor de produtos agropecuários.

É de olho nesse mercado, como nos mostrou a Rota Estratégica, e enquanto setor produtivo, que precisamos trabalhar para o agro ser mais competitivo, movimento que defendemos como Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes).

Para serem competitivos, os negócios precisam ter a capacidade de desenvolver e implementar estratégias que lhe permitam se manter na disputa de mercado, a longo prazo, diante da sua concorrência. Rumo a esse objetivo, é necessário que o agro busque pela inovação constante, que permitirá que custos sejam reduzidos, tornando, consequentemente, a empresa mais rentável, eficiente e produtiva. 

Mas, além disso, é importante pensar em sermos mais sustentáveis, não apenas ambientalmente, como também nos vieses econômico e social. O consumidor hoje, principalmente o internacional, está de olho se um determinado produto cumpre requisitos mínimos ligados à sustentabilidade, dando preferência a ele na hora da compra e a sustentabilidade também contribui para a empresa ser mais competitiva. 

O Espírito Santo tem grande potencial para o mercado externo. Além de ser um dos mais abertos ao comércio internacional, também é reconhecido pela qualidade dos seus produtos e conta com uma estrutura que contribui para isso. Integram a malha logística do Estado: portos, duas das principais rodovias federais (BR 101 e BR 262), além das ferrovias.

Hoje, por exemplo, o nosso principal produto agropecuário exportado é o café, comercializado para cerca de 60 países. Apenas, de janeiro a outubro deste ano, exportamos US$ 415 milhões, segundo dados do Centro de Comércio de Café de Vitória (CCCV). De tudo o que comercializamos, o café solúvel representou menos de 8%, os outros 92% são compostos por café cru, que tem menor valor agregado.

Queremos, nos próximos anos, aumentar o volume de exportação de produtos industrializados, ao mesmo passo em que reduzimos o de commodities. Além do café, também podemos e devemos pensar em como valorar o nosso cacau, mamão, gengibre, pimenta-do-reino e pimenta rosa (aroeira), carne bovina e aves, por exemplo, produtos importantes para a agropecuária. De janeiro a outubro deste ano, o setor exportou US$ 75,8 milhões.

Vale ressaltar que estamos no caminho certo. No início de 2020, a Findes criou o selo Produto 100% capixaba, conferido às indústrias do Espírito Santo do setor de alimentos e bebidas, mas que foi expandido neste ano para todos os setores industriais. 

O foco da iniciativa é a valorização do produto estadual pelo consumidor e, consequentemente, o arranjo produtivo local. No ES, as fábricas de alimentos e bebidas representam 6,9% da Indústria capixaba. Ao todo, são 1.213 empresas que empregam mais de 24,3 mil pessoas, de acordo com o IBGE. 

Além disso, nos últimos anos, o Estado tem recebido grandes investimentos nesse segmento, por meio das empresas já instaladas no Estado e também da chegada de novas como a Olam e a Café Cacique, grandes players nesse segmento.

O agronegócio no Espírito Santo tem um futuro brilhante pela frente, mas reitero que, para isso, é fundamental torná-lo mais competitivo, inovador e sustentável!

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