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Cafeicultura

Conilon terá contratos futuros negociados na Bolsa de Valores

por Folha Vitória

em 05/04/2024 às 5h00

4 min de leitura

Conilon terá contratos futuros negociados na Bolsa de Valores

Foto: Divulgação/freepik.com

Uma demanda antiga de produtores, cooperativas e indústrias está prestes a se tornar realidade no Espírito Santo. Até o início do segundo semestre de 2024, o café conilon vai passar a ter contratos futuros negociados na Bolsa de Valores (B3) de São Paulo. Atualmente, são negociadas as seguintes produtos de commodities: boi gordo, café arábica, etanol hidratado, milho, ouro e soja. O analista de Commodities da B3, Ricardo Bamberg, vai trazer mais detalhes sobre o assunto no Encontro Agro Business, que será realizado em Linhares, no Espírito Santo, no próximo dia 11 de abril.

Diferente do arábica, negociação do conilon será em reais

A Bolsa de Valores brasileira, B3, está prestes a lançar um novo contrato de café conilon, com uma abordagem diferente: a negociação será em reais. Enquanto o tradicional contrato de café arábica é cotado em dólares, essa iniciativa busca fortalecer o mercado nacional e facilitar as negociações para os produtores, que estão mais familiarizados com transações na moeda nacional.

Desde meados de 2022, a B3 tem trabalhado no desenvolvimento desse contrato, em estreita colaboração com diversos setores da indústria cafeeira. Conversas e consultas com produtores, cooperativas, indústrias de café solúvel e multinacionais do setor foram realizadas para garantir que o novo contrato atenda às necessidades e expectativas do mercado.

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Para o analista de Commodities da B3, Ricardo Bamberg, os contratos futuros de café conilon vão trazer uma série de benefícios para o mercado. Além de proteger o produtor contra oscilações indesejadas de preços, vai permitir mais transparência de preço nas negociações.

“O contrato de café conilon trará uma série de benefícios significativos para o mercado, começando pela transparência de preços, o que permitirá a formação de preços em qualquer localidade. Dada a natureza volátil do mercado de café, onde há apenas uma safra por ano e o ciclo produtivo é longo, a flexibilidade na comercialização se torna crucial para os produtores, que não ficarão à mercê de quedas de preço repentinas”, ressaltou Bamberg.

Esta edição do Encontro Agro Business traz como tema principal a “Inovação e sustentabilidade: qual o futuro do agro?”. Marcado para o próximo dia 11 de abril, às 08h30, em Linhares, o evento reunirá lideranças, empresários e produtores para debater os principais dados do setor, com painéis que vão abordar temas em evidência no agronegócio nacional e internacional.

Ricardo Bamberg, analista de Commodities da B3, vai participar do painel “O futuro do café”, trazendo o cenário atual e as perspectivas futuras para a cafeicultura capixaba. Além de Bamberg, está confirmada a participação do presidente do Centro de Comércio de Café de Vitória, Fabrício Tristão, e do diretor Comercial da RealCafé, Bruno Giestas.

“Na B3, temos um grande entusiasmo em participar desses eventos e em divulgar o mercado de cafés brasileiros. Reconhecemos o papel fundamental desses eventos, pois representam uma oportunidade única para nos conectarmos mais de perto com os diversos segmentos da indústria agropecuária. Por isso, buscamos sair mais da Faria Lima, em São Paulo, para participar ativamente, compartilhar informações valiosas e oferecer conteúdo relevante”, disse Bamberg.

Desde 2017, lideranças do Espírito Santo solicitavam que o café conilon tivesse contratos futuros negociados na bolsa brasileira. Marcus Magalhães, proprietário MM Cafés, foi um dos pioneiros nesse processo, liderando as negociações para que esses contratos tomassem forma.

Naquela época, atuando como subsecretário de Agricultura do Espírito Santo, ele intermediou algumas conversas com executivos da B3. Agora, após alguns anos desde o início dessas discussões, Magalhães vê com bons olhos que o projeto tenha ganhado forma e destaca os principais benefícios para os produtores.

“Desde 2017 venho enfatizando a necessidade de trazer mais transparência aos preços nas negociações. Sempre questionei por que o café conilon, que avançou tanto em qualidade e produtividade, não avançava de forma igualmente significativa no aspecto mercadológico. É gratificante ver que uma ideia plantada há tantos anos finalmente está dando frutos. Após muito trabalho árduo e inúmeras conversas, conseguimos mostrar que o café conilon merece seu lugar ao sol”, ressaltou Magalhães.

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