Mais lidas 🔥

Na Vila Batista
Vila Velha certifica sua primeira agroindústria de mel

Mercado
Preços do mamão formosa sobem com oferta menor nas principais regiões

Reconhecimento nacional!
Conexão Safra vence o Prêmio Ibá de Jornalismo 2025

De quarta para quinta
Veja as 55 cidades capixabas que estão sob alerta vermelho para temporais

Previsão do tempo
Instabilidade perde força no ES, mas sábado segue com nuvens e chuva fraca

A oferta restrita de cacau e alta nos preços ainda trazem bastante incertezas ao setor de cacau e chocolates no Brasil. Os preços, apesar de terem registrado baixas na última quinta-feira (7), têm sustentação nos problemas da África e o cenário levanta uma série de preocupações.
Com a alta na matéria-prima, os derivados do cacau também registram valorização expressiva e o setor Bean to Bar do Brasil já começa a sentir os impactos negativos e busca por soluções junto aos produtores e os demais elos da cadeia.
Desde que os preços começaram a subir a manteiga de cacau, por exemplo, atingiu níveis recordes para a indústria chocolateira do país. Antes ntes negociada por R$ 56,00 já é vendida por R$ 100,00, de acordo com informações da Associação Bean to Bar Brasil. O grande problema é agora além do alto custo, também há dificuldade de se encontrar o produto para compra.
Bruno Lasevicius, presidente da associação, afirma que neste período de entressafra, os chocolateiros tentam entender se é falta do produto para compra ou então produtor aguardando para saber a direção do mercado, na expectativa de preços ainda mais altos.
Diante deste cenário, Bruno afirma que é importante que o setor esteja preparado para encontrar soluções, como por exemplo a utilização de frutas para elaboração de novos produtos e até mesmo focar no chocolate escuro, já que o ao leite e o branco necessitam de mais manteiga.
“No curto prazo nós temos algumas alternativas como essa e que podem trazer novas oportunidades para o Brasil e o mercado externo também, é preciso olhar por essa ótica apesar da busca pelo acordo entre produtores e indústria chocolateira”, afirma.
Chocolateiros do sistema “Bean to Bar” até o ano passado pagava entre R$ 45 e 50,00 o quilo do cacau fino. O produto tradicional era negociado entre R$ 20,00 e R$ 25,00. Atualmente, os custos avançaram e os pequenos empreendedores podem não conseguir arcar com o custo que está sendo operado entre R$ 60,00 e R$ 70,00, após a valorização em Nova York.
Bruno relata ainda que nos Estados Unidos, produtores de chocolate também sente os impactos da alta nos preço e a falta derivados, mas diferente do Brasil não contam com uma oferta ampla de frutas e outros produtos para traçar novos caminhos diante da crise.
Não há expectativa de mudança nos preços no médio prazo e por isso, o setor está buscando por soluções que envolvam toda cadeia. Entre elas, encontrar formas de consolidar o mercado de cacau fino no Brasil.
“É o momento de olhar para o futuro e também uma oportunidade para se consolidar e trazer mais lucratividade para todos os elos. É o momento de fazer uma divisão mais justa dos valores da cadeia. Uma coisa não existe sem a outra e por isso esse diálogo é muito importante”, ressalta.
Quem aproveita a alta?
Apesar da valorização chamar atenção, o presidente afirma que de modo geral o produtor brasileiro ainda não conseguiu aprovar o bom momento. Com exceção dos produtores que atendem a grande indústria, os pequenos que ainda precisam de um “atravessador” não conseguem negociação com os patamares mais altos.
Para o cacau fino, o cenário é semelhante e a condição de entressafra pode trazer ainda mais desafios para o setor. “Talvez agora fique ainda mais caro porque é preciso esperar a próxima safra, que já sabemos que vai atrasar”, afirma. O atraso na próxima colheita deve acontecer devido às irregularidades climáticas em importante período de floração nas lavouras. “É angustiante não saber como será, esse é o lado ruim, mas estamos focados em buscar solução”, finaliza.




