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A suinocultura brasileira caminha para encerrar 2025 como um dos melhores anos de sua história. O setor foi amplamente beneficiado por uma combinação rara de fatores: custos de produção favoráveis, impulsionados pelos preços mais baixos do milho e do farelo de soja, e demanda aquecida, tanto no mercado interno quanto no externo.
De acordo com análises do Itaú BBA, a produção nacional de carne suína deve crescer cerca de 5% em 2025, enquanto as exportações avançam aproximadamente 15%, estabelecendo mais um recorde anual. Mesmo com o maior volume embarcado, o consumo doméstico também deve atingir patamar histórico, sustentando os preços ao produtor.
A produção brasileira de carne suína deve encerrar 2025 com crescimento próximo de 5%, impulsionada pelo aumento do ritmo de abates e pela confiança do produtor diante de um cenário econômico mais favorável.
Segundo a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a produção nacional deve atingir 5,47 milhões de toneladas, alta de 2,0% em relação a 2024.
Mesmo com a expansão da oferta, os preços pagos ao produtor reagiram positivamente. Dados do Cepea mostram que, até o terceiro trimestre, as cotações ao produtor independente subiram 10,8% na comparação anual, sustentadas pela boa demanda. A remuneração do suinocultor ficou acima da observada em 2024 em praticamente todos os meses de 2025, consolidando um ambiente de maior previsibilidade econômica.
O consumo doméstico também avançou. Estimativas da Conab indicam crescimento de 2,6% no consumo per capita, que deve alcançar 20 quilos por habitante, reforçando o papel do mercado interno como importante pilar de sustentação dos preços.
O desempenho externo segue como um dos principais pilares do ciclo positivo. Os mercados asiáticos responderam por cerca de 65% das exportações brasileiras, com destaque para Filipinas, Japão e Vietnã, que compensaram a retração das compras chinesas ao longo do ano.
No acumulado de janeiro a novembro, as exportações brasileiras de carne suína cresceram 10,8%, superando o volume de 2024 — que já havia sido um ano recorde. As Filipinas consolidaram-se como o principal destino, representando 24,5% da receita, seguidas por Japão, China e Chile.
Segundo o Rabobank, a persistência dos problemas sanitários em importantes países produtores mantém o Brasil em posição estratégica, especialmente no fornecimento de carne in natura e miúdos.
Perspectivas para 2026
As projeções para 2026 seguem otimistas, mas exigem atenção. O Rabobank estima crescimento de 2% a 3% na produção e avanço de 3% a 4% nas exportações, impulsionados principalmente pela demanda externa.
No mercado interno, fatores conjunturais devem favorecer o consumo. A combinação de eleição presidencial, Copa do Mundo e possível alta nos preços da carne bovina tende a estimular a migração do consumidor para proteínas mais acessíveis, como a carne suína, entre o segundo semestre e o fim do ano.
Sanidade, geopolítica e câmbio no radar
Os riscos sanitários globais continuam sendo o principal ponto de atenção. A Peste Suína Africana (PSA) segue afetando rebanhos na Europa e na Ásia, enquanto a PRRSv ainda impõe desafios relevantes na América do Norte e na Europa.
Ao mesmo tempo, esses riscos também geram oportunidades para o Brasil, que em 2025 conquistou o reconhecimento da OMSA como país livre de febre aftosa sem vacinação, abrindo espaço para ampliar exportações, especialmente de miúdos, para a Ásia.
No cenário geopolítico, disputas comerciais entre Estados Unidos, China e União Europeia tendem a favorecer o produto brasileiro. A expectativa de desvalorização do real em 2026 também pode reforçar a competitividade da carne suína nacional no mercado internacional.




