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Agroindústria

Pesquisa reforça que agronegócio está confiante com recuperação de cadeia de abastecimento

por Centro de Comunicação Alltech

em 26/01/2022 às 8h00

8 min de leitura

Pesquisa reforça que agronegócio está confiante com recuperação de cadeia de abastecimento

Foto: CNA/Wenderson Araújo

A pesquisa “Perspectivas do Setor Agroalimentar da Alltech para 2022”  foi divulgada nesta terça-feira (25), destacando dados da pesquisa global de produção de ração. A pandemia global de Covid-19 teve grandes impactos no setor agroalimentar, contribuindo para os desafios da cadeia de abastecimento e acelerando a adoção de novas tecnologias e práticas de sustentabilidade ambiental.

“Os resultados presentes na “Perspectiva do Setor Agroalimentar da Alltech para 2022” reforçam nossa confiança e otimismo sobre o futuro do setor”, disse Dr. Mark Lyons, presidente e CEO da Alltech. “Vemos a resiliência da agroindústria frente aos desafios da Covid-19, a interrupção da cadeia de abastecimento, e, até mais importante, há evidências de crescimento, modernização e adoção de práticas mais sustentáveis ocorrendo em paralelo.”

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A décima primeira edição da pesquisa global de produção de ração da Alltech, que é feita anualmente, inclui dados de mais de 140 países e de mais de 28.000 fábricas de ração. Com base nestes dados, estima-se que a tonelagem internacional de ração aumentou em 2,3%, o que representa 1,235 bilhão de toneladas de ração produzidas em 2021. Os dez principais países produtores no último ano foram a China (261,424 mmt), os Estados Unidos (231.538 mmt), Brasil (80,094 mmt), Índia (44,059 mmt), México (38,857 mmt), Espanha (35,580 mmt), Rússia (33,000 mmt), Turquia (25,300 mmt), Japão (24,797 mmt) e Alemanha (24.506 mmt). Ao terem suas produções somadas, eles representam 65% da produção mundial de ração, e podem ser vistos como indicadores de tendências no agronegócio. Os números mostram ainda que a produção de ração desses países aumentou em 4,4%, em comparação com o crescimento global de 2,3%.

Observações-chave da pesquisa: 

  • O país com maior aumento na produção de ração por tonelagem foi a China, com 8,9%, alcançado a marca de 261.424 milhões de toneladas métricas (MMT). Uma das principais tendências que resultaram nesse crescimento foi a continuação da consolidação e modernização da indústria de ração do país. As granjas de suínos e a produção de ração passaram a utilizar desde resíduos alimentares até a contratação de fábricas de ração profissionais. Como resultado, a tonelagem de ração comercial aumentou, impulsionada em particular pelo crescimento e pela contínua modernização do setor de suinocultura.
  • A produção de ração atendeu às expectativas locais em cerca de metade dos países pesquisados, enquanto está abaixo das expectativas em cerca de 25% dos países devido ao contínuo fechamento de restaurantes, altos preços de matérias-primas e/ou peste suína africana (PSA). Os 25% restantes superaram as expectativas, principalmente devido à recuperação dos lockdowns da Covid-19, incluindo o aumento das exportações e a reabertura de restaurantes.
  • No último ano, houve um foco especial no meio ambiente, uma vez que os governos de países ao redor do mundo renovaram compromissos para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa. Na Europa e na Ásia, as políticas governamentais têm sido as principais impulsionadoras na maioria dos mercados, enquanto nas Américas, os principais impulsionadores têm sido os consumidores e a indústria privada. Em alguns mercados, há um forte foco na redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) e, em outros mercados, o foco está principalmente nas esperadas regulamentações de nitrogênio.

Resultados notáveis das espécies: 

  • O setor avícola experimentou uma ligeira redução na tonelagem de ração para aves poedeiras (queda de 1,4%), enquanto a produção de ração para frangos de corte aumentou (2,3%).
  • O negócio de aves poedeiras vem enfrentando desafios em muitos países devido aos altos custos de matérias-primas, somados aos preços de ovos no varejo estacionados e/ou baixos. As preocupações com o bem-estar animal também são um ponto importante deste cenário, uma vez que a produção ao ar livre e fora de gaiolas está em ascensão em muitos países. Na Europa, as quedas mais significativas ocorreram na Noruega, Rússia, Ucrânia e Polônia. A região da Ásia-Pacífico também observou uma redução, ainda que a tonelagem na Austrália tenha crescido 4%.
  • Os fatores que têm ajudado o setor de frangos de corte incluem um aumento da demanda por proteínas fáceis de cozinhar, já que os restaurantes fecharam durante a pandemia, além de ser uma opção frente ao aumento dos preços de outras proteínas animais. China e Índia foram responsáveis pelos aumentos mais significativos na Ásia-Pacífico. Na América Latina, Peru, Brasil, Paraguai e México contribuíram significativamente para o aumento de 5% da região.
  • A produção de ração suína aumentou significativamente, em 6,6%. Este crescimento foi impulsionado principalmente pela recuperação da peste suína africana (PSA) na região da Ásia-Pacífico. Japão, Coreia do Sul, Malásia e China demonstraram tal recuperação da PSA, mas Indonésia, Mianmar, Filipinas, Tailândia e Vietnã continuaram a sentir o impacto da doença. Na Europa, países onde a PSA não é ou não é mais um problema ainda foram impactados por um excedente de carne suína que ocorreu devido a uma demanda reduzida da China.
  • A tonelagem de ração para bovinos de leite aumentou ligeiramente, 1,9%. O maior aumento foi observado na região da Ásia-Pacífico, que é atribuído principalmente ao crescimento na Índia. À medida que os bloqueios da Covid-19 diminuíam ao redor do mundo, a reabertura da indústria hoteleira e da educação presencial em sala de aula ajudou a aumentar o consumo de leite de maneira geral. Na Austrália e na Nova Zelândia, as tonelagens de ração para a indústria leiteira caíram 6,7% e 2,5%, respectivamente.
  • A produção de ração para bovinos de corte reduziu 1,9% globalmente. A indústria continua a ser desafiada pelas regulamentações dos gases de efeito estufa, pelas percepções do meio ambiente e pelos impactos na saúde. Os mercados europeus estão especialmente focados na redução das emissões de gases do efeito estufa, em um esforço para se alinhar com a COP26, o Acordo Verde da União Europeia e a Carta de Sustentabilidade dos Alimentos para Animais – 2030 da Federação Europeia de Fabricantes de Rações. Os EUA tiveram um aumento na produção de novilhos e novilhas devido aos adiamentos de 2020, bem como um recorde na demanda de exportação de carne. A Argentina observou uma redução significativa devido à redução das exportações, à alta inflação e à desvalorização da moeda local, que também estão afetando o poder de compra dos argentinos, embora as regulamentações de exportação estejam diminuindo e possam impactar as perspectivas da Argentina para 2022.
  • A indústria de aquicultura continua a crescer em muitos mercados e aumentou impressionantes 3,7%. Os sistemas de recirculação em aquicultura (RAS) estão se tornando mais prevalentes, e a demanda dos consumidores por peixes está aumentando. Os mercados que estão tendo desafios relacionados à PSA notaram um crescimento adicional devido à redução da oferta de carne suína. A Índia observou um aumento significativo em sua tonelagem de ração para aquicultura de 9%; além disso, a Indonésia foi responsável por 10% do crescimento da Ásia-Pacífico. Na América Latina, Chile, Brasil, Honduras e Equador contribuíram para o crescimento regional de 5,6%.
  • A produção de ração para animais de estimação teve o maior aumento entre os setores, com alta de 8,2% na produção. Este aumento significativo deve-se, em grande parte, ao aumento da adoção de animais de estimação em meio à pandemia de Covid-19. Embora algumas regiões tenham permanecido inalteradas, não houve quedas relatadas em nenhuma região ao redor do mundo.

Resultados regionais notáveis:

  • A América do Norte teve um crescimento constante de 1,9% no ano passado, e os EUA continuaram sendo o segundo maior país produtor de ração do mundo, atrás da China.
  • A América Latina teve um crescimento moderado de 0,5% e o Brasil permaneceu líder na produção de ração para a região, ficando em terceiro lugar globalmente.
  • A Europa teve uma queda de 1,2% na produção de ração devido a questões como a PSA e alto custo das matérias-primas, junto a baixos preços de produtos finais, declínio da produção de ração para ruminantes e regulações governamentais relacionadas à Covid-19.
  • A Ásia-Pacífico registrou o maior crescimento regional de 5,7% e abriga alguns dos 10 principais países produtores de ração, incluindo China, Índia e Japão.
  • A África registrou crescimento de 2,4%, apesar dos desafios causados pelos altos preços das matérias-primas, da febre aftosa e das tensões geopolíticas que afetaram as exportações de alimentos de origem animal e causaram escassez de matérias-primas em algumas áreas.

 

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