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Agroindústria

Azeite de abacate capixaba tem processo de patente aceito pelo INPI

Inovação é fruto das atividades da ação “Novos Sabores Capixabas: Azeite de abacate”, do Projeto FortAC.

por Assessoria de Imprensa Ifes

em 24/08/2023 às 7h27

5 min de leitura

Azeite de abacate capixaba tem processo de patente aceito pelo INPI

Foto: divulgação/Ifes

O Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) realizou o depósito de uma patente junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) para novos métodos de extração do azeite de abacate. A inovação é fruto do trabalho do subprojeto “Novos Sabores Capixabas: Azeite de abacate”, do Programa Fortalecimento da Agricultura Capixaba (FortAC) e apresenta uma combinação exclusiva de tecnologias de extração do óleo do fruto, que visam melhorar o seu aroma e sabor.

A demanda por esse incremento acontece porque, apesar de apresentar propriedades químicas e nutricionais similares às do azeite de oliva, quando o azeite extra virgem do abacate é extraído pelo método industrial tradicional (por meio de centrifugação), seus aromas e sabores não se apresentam tão pronunciados quanto os do fruto da oliveira. Por outro lado, o método que conserva essas propriedades (prensagem), não permite a produção em larga escala e não favorece a estabilidade química do produto final por longos períodos.

O processo, desenvolvido nos laboratórios do Campus Venda Nova do Imigrante do Ifes, combina de forma única os métodos de centrifugação e prensagem, propondo ainda modos de secagem e técnicas sensoriais (Layering – técnica usada na produção de perfumes), permitindo que o azeite melhore suas propriedades aromáticas. Com isso, o azeite passa a adquirir mais valor para o consumidor final.

Segundo o professor Wilton Soares Cardoso, coordenador do subprojeto e um dos 7 proponentes da patente de invenção, o novo método pode contribuir com o aumento da qualidade e com a valorização da produção capixaba.

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No mundo todo, a variedade mais utilizada para obtenção do óleo é a Hass (Avocado), que não oferece ao óleo tantas propriedades aromáticas quanto as que são produzidas aqui no Espírito Santo, como as variedades Primavera e Margarida. Com o processo, que permite a mistura das variedades, podemos atingir azeites com sabores e aromas bem característicos, alcançando um produto bem diferenciado”, explica.

 

Utilização da tecnologia inovadora

Sobre a utilização do processo na indústria, o professor acredita que a tendência é que seja ainda mais importante na medida em que a demanda pelo produto aumente. “Assim como acontece na indústrias de perfumes, por exemplo, onde as fragrâncias são propositalmente obtidas a partir da mistura de determinadas matérias primas, vai ser possível variar sabores e aromas do azeite de abacate a partir da mistura de diferentes variedades dos frutos, quando essa for uma exigência de mercado e a concorrência aumentar”, defende.

Segundo Wilton Cardoso, o aumento das pesquisas que considerem propriedades aromáticas e de sabores dos azeites de abacate podem beneficiar a agricultura familiar. “Estamos realizando um trabalho com pequenos agricultores, pois as técnicas utilizadas no método de prensagem pode inseri-los no mercado de forma muito qualificada, na produção de azeites frescos (com menor prazo de validade), mas com sabores e aromas bem pronunciados e diferenciados”, comenta.

O óleo extraído do abacate já é largamente utilizado na indústria farmacêutica e de cosméticos. Contudo, a demanda pelo azeite tem crescido a cada ano, em função de suas características nutricionais, bem parecidas com as do azeite de oliva. Os principais países produtores de abacate são o México (com 32,5% da produção mundial), a República Dominicana (com 9,2%) e o Perú (com 7,6%) Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, dados de 2019), o Brasil produz anualmente cerca de 242 mil toneladas de abacate, respondendo por 3,38% da produção mundial e ocupando a sétima colocação.

 

FortAC

A ideia de realizar pesquisas com o abacate surgiu a partir de uma demanda de produtores ao Campus Venda Nova do Imigrante do Ifes. Segundo Wilton Cardoso, através da Empresa Júnior do curso de Ciência e Tecnologia de Alimentos, alunos e os professores do campus aceitaram o desafio proposto por um grupo de empresários de fazer um estudo de viabilidade técnica e econômica para implantação de uma fábrica de azeite de abacate no município. “Realizamos o estudo e depois que a fábrica estava estabelecida, continuamos a realizar ações em parceria”, conta.

O professor explica que a partir da criação do Projeto Fortalecimento da Agricultura Capixaba (FortAC) do Ifes, as pesquisas com os métodos de extração do azeite foram viabilizadas e adquiriram relevância estratégica, passando a integrar um portfólio de ações do Ifes.

Segundo o coordenador-geral do FortAC, professor Sávio Berilli, esse é um exemplo de como o investimento em atividades de pesquisa e extensão tecnológica pode ser determinante para a economia capixaba. “Junto com nossos parceiros, como o Incaper, as secretarias de Estado da Agricultura e do Meio Ambiente, as prefeituras municipais, as cooperativas, associações e propriedades rurais, estamos contribuindo para que a agricultura capixaba cresça e se fortaleça“, aponta. Sávio ainda destaca as parcerias internas do Ifes na obtenção de resultados. “Neste caso, por exemplo, tivemos todo o suporte da Agência de Inovação do Ifes (Agifes), que orientou e intermediou o trâmite da patente junto ao INPI”, lembrou.

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