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O café arábica produzido no noroeste do Espírito Santo está mais perto de conquistar reconhecimento oficial de origem e qualidade. A região deu um passo importante rumo Indicação Geográfica (IG) do Café Arábica da Região Noroeste do Espírito Santo, instrumento que valoriza produtos vinculados a um território específico e às suas características únicas de produção.
Após diagnóstico favorável, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), responsável pelo processo das IGs, aprovou, em outubro de 2025, a liberação para contribuir com os estudos técnicos que vão embasar o pedido da indicação. Os trabalhos devem começar em fevereiro de 2026 e podem levar até dois anos. A primeira etapa será a escolha da entidade gestora da IG, responsável por coordenar o processo junto aos produtores.
A futura Indicação Geográfica abrange oito municípios do noroeste capixabas e quatro mineiros. No lado do Espírito Santo estão: Colatina, Pancas, Alto Rio Novo, Mantenópolis, São Roque do Canaã, Baixo Guandu, Ecoporanga e Água Doce do Norte. Resplendor, Cuparaque, Central de Minas e Mantena, pertencem a Minas Gerais. Atualmente, o café arábica dessa região é o único do estado que não possui IG.
Para Rodrigo Fernandes, responsável pela Unidade de Referência de Cafés Especiais de Alto Rio Novo, a IG representa um marco histórico. Segundo ele, o arábica do noroeste sempre existiu, mas permaneceu escondido. “Quando se fala em café arábica no Espírito Santo, as pessoas logo pensam no Caparaó ou nas regiões serranas. Muitos nem acreditam que produzimos arábica aqui no noroeste. A IG vem justamente para criar uma identidade própria, abrir portas e mostrar para fora o valor do produto que a gente já conhece há anos”, destaca.
Ainda segundo Rodrigo, além da valorização do café, a expectativa é que a Indicação Geográfica funcione como vetor de desenvolvimento regional. “O noroeste sempre foi visto muito pela produtividade e pelo rendimento, não pela qualidade. A IG muda esse olhar e esse reconhecimento pode impulsionar não apenas os cafés especiais, mas também o turismo rural, a economia local e o desenvolvimento social e ambiental dos municípios envolvidos”, explica.
O diagnóstico que embasou a decisão do Sebrae foi realizado por um escritório de advocacia contratado pela instituição. Com parecer favorável, o estudo foi submetido ao conselho nacional do Sebrae, que aprovou o apoio ao projeto. Agora, com o início das tratativas finais ainda em 2025, os produtores se preparam para uma nova fase.
O projeto é liderado pela Prefeitura de Alto Rio Novo, em parceria com o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), sindicatos de produtores e trabalhadores rurais, representantes dos municípios envolvidos e com apoio da Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag).
Após a conclusão do estudo, um projeto é enviado ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), responsável pela concessão das IGs no Brasil.





