pube
Segurança no Campo

Observatório da Criminalidade no Campo irá traçar mapa da violência no meio rural

por Redação Conexão Safra

em 15/02/2017 às 0h00

4 min de leitura

Observatório da Criminalidade no Campo irá traçar mapa da violência no meio rural

Um produtor rural é acordado pelo celular por um funcionário, entre quatro e cinco da madrugada, no horário cotidiano da ordenha. Como a situação não era tão incomum, o pecuarista seguiu até o curral, momento em que avistou os trabalhadores rendidos por dois criminosos armados.


Antes de qualquer reação, o proprietário da fazenda produtora de leite foi atingido na cabeça, uma agressão que o fez desmaiar. Em seguida, ele acordou ao receber golpes de facão, que atingiram seus braços e suas mãos, durante tentativa de se defender.


Ele relata que as lesões físicas estão sendo tratadas até hoje (o crime ocorreu há mais de um ano), “mas não consigo superar o trauma psicológico ”. Conta ainda que sua propriedade já foi alvo de vários roubos de gado e
de equinos &ndash, tudo registrado em Boletim de Ocorrência (B.O.) na delegacia local. Mas até agora, não houve nenhum desfecho para os casos, reclama o fazendeiro, ao participar de um fórum na internet, que trata da violência no campo.


Histórias como a dele são mais frequentes do que se imagina em todo o país. O problema é que elas não viram estatísticas, que sirvam como instrumentos para que representantes do setor agropecuário possam exigir, do poder público, ações efetivas na hora de oferecer mais segurança aos homens e às mulheres que vivem e/ou trabalham na zona rural.

pube


Foi exatamente por causa da falta de transparência, de interesse nas investigações criminais e de dados concretos sobre esse preocupante cenário que a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil decidiu criar o “Observatório da Criminalidade no Campo ”, por meio do Instituto CNA.


“Já confirmamos nossas suspeitas de que a situação de insegurança no campo
e o aumento dos casos de crimes, como roubos e furtos a propriedades, estão colocando os produtores rurais brasileiros em estado de apreensão e medo ”, afirma o secretário-executivo do Instituto CNA, André Sanches, em entrevista à
equipe SNA/RJ.


“A partir disso, criamos o Observatório da Criminalidade no Campo visando, em um primeiro momento, levantar os casos que têm ocorrido, para depois traçarmos um mapa da criminalidade ”, justifica.


Segundo Sanches, a intenção é identificar um eventual padrão ou perfil desses tipos de crimes, a partir das informações repassadas pelo próprio produtor rural, que pode preencher um formulário já disponível no site da CNA:
www.cnabrasil.org.br/servicos-para-produtor/denuncie.


“Garantimos o total sigilo das informações pessoais preenchidas no formulário ”, garante o secretário-executivo do Instituto CNA, André Sanches. Foto: Wenderson Araújo/Divulgação Trilux/CNA

AJUDA DOS PRODUTORES

Com o preenchimento desse formulário por parte dos produtores vítimas de crimes, o secretário-executivo diz que “poderemos concluir qual o tipo de propriedade é mais visada, de acordo com o tamanho da área e a principal atividade produtiva ou a sua localização ”.


Sanches assegura que não haverá qualquer tipo de divulgação das informações obtidas, de maneira individualizada, por produtor ou propriedade: “Garantimos o total sigilo das informações pessoais preenchidas no formulário ”.


Depois de colher as informações, o próximo passo será a ampla divulgação e sensibilização das autoridades competentes. “Pretendemos discutir o tema com autoridades e especialistas em segurança, para que possamos traçar um programa de segurança específico para o meio rural brasileiro. ”


O secretário-executivo do Instituto CNA ressalta que “a intenção é dialogar com outras entidades do agronegócio, para que façamos desse tema uma questão prioritária a ser debatida, com proposição de soluções que busquem trazer mais segurança ao setor mais importante e dinâmico da economia brasileira ”. “Portanto,
é muito importante que o produtor nos auxilie relatando os casos de que foi vítima, preenchendo o formulário no endereço citado ”, reforça Sanches.


Fonte:
http://sna.agr.br/


Clique aqui e receba as principais notícias do dia no seu WhatsApp e fique por dentro do que acontece no agronegócio!