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Pecuária

Pecuaristas buscam alternativas para manter atividades

por Folha Vitória

em 04/04/2024 às 6h12

3 min de leitura

Pecuaristas buscam alternativas para manter atividades

Foto: divulgação/PMJN

O cenário mundial de leite tem testemunhado uma grande desistência de produtores. No Brasil e no Espírito Santo não foi diferente. A partir de 2021, houve redução do rebanho e muitos produtores saíram da atividade em vários Estados, esses fatores contribuíram para a alta nos preços, pela redução da oferta e comprometeu o consumo da população. Segundo a especialista em gestão pecuária, Renata Erler, os preços do leite foram afetados pela alta dos principais insumos (milho e soja), aliada a queda da captação pela indústria, mudanças dos sistemas de produção para confinamento, mudanças climáticas e aumento no preço dos combustíveis.

Integrar tecnologia à gestão da fazenda e ao aprimoramento do rebanho é essencial para os pecuaristas

Especialistas apontam que a saída de produtores de leite é uma tendência mundial. No Brasil, o setor de produção de leite tem queda, especialmente médios e pequenos, e a redução do rebanho. Em 2022, a produção de leite reduziu 5% em relação a 2021, com quase 1 bilhão de litros a menos, o que levou a necessidade do aumento nas importações, que subiram 26,3%.

No mesmo ano, os preços se intensificaram com a entrada da entressafra, o que comprometeu o consumo do produto pela população, devido a questões econômicas do país. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE apontou que o grupo “Leites e derivados” teve uma variação de 22,1%, diante de uma inflação de 5,8% no ano.

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A concentração da produção, tanto globalmente quanto aqui no Espírito Santo, é um desafio, com poucos produtores sendo responsáveis por grande parte da produção. Segundo a Embrapa, a concentração da atividade ocorre em propriedades com maior escala. Cerca de 2% dos estabelecimentos produzem 30% do leite do país.

Um dos pontos abordados pela especialista em gestão pecuária, Renata Erler, é que sem lucro o produtor acaba deixando a atividade. “Para resolver isso, é necessário investir em tecnologia. Isso envolve melhorar a genética dos animais, a alimentação, o manejo e a composição geral da produção. Porém, ao buscar aumentar a produção, muitos acabam optando por raças europeias, levando ao caminho do confinamento”, destacou Erler.

O potencial do Brasil está no pasto, então é preciso questionar se o confinamento é realmente a melhor opção. Além disso, é importante considerar a rentabilidade real das vacas.

“Nem sempre aquela que produz mais é a mais lucrativa. Outro ponto a ser considerado é a diversificação das fontes de renda na fazenda leiteira, como a venda de animais para abate ou para outros produtores. Muitas vezes, os produtores relutam em vender seus animais, mas é necessário avaliar o valor agregado e as oportunidades de negócio”.

Um dos pontos que os produtores podem se atentar é o planejamento das atividades para maximizar a rentabilidade da fazenda, incluindo a gestão do rebanho, a suplementação dos animais e a adaptação às variações no preço do leite. É importante também considerar a adequação das raças ao sistema de produção.

“Por exemplo, para quem pratica o pastejo rotacionado, pode ser mais vantajoso investir em raças adaptadas ao pastoreio, como as zebuínas. As cooperativas podem desempenhar um papel crucial nesse processo, auxiliando na gestão do rebanho e na comercialização dos animais, além de oferecerem suporte técnico aos produtores”.

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