pube
Pecuária leiteira

Seca no ES: governo busca soluções para garantir alimento para o gado

por Fernanda Zandonadi

em 10/08/2022 às 9h55

3 min de leitura

Seca no ES: governo busca soluções para garantir alimento para o gado

Foto ilustrativa: Pixabay

A seca que assola o Espírito Santo já causa perdas na lavoura e morte de animais. No Sul do Estado, o gado morre por causa dos pastos secos. Os compostos da silagem – seja o capim-açu, o milho ou a cana – não puderam ser plantados na época certa, já que a chuva foi embora das terras capixabas antes do previsto. Além de esses itens estarem em falta no mercado, os preços proibitivos deixam os pecuaristas de mãos atadas.

O monitor de secas da Agência Nacional de Águas (ANA), em que se baseia a análise do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper),  mostra que o trimestre abril, maio e junho foi caracterizado por uma “seca fraca”, que apresenta, no período inicial, dias com chuva, mas com muito sol e calor. Essa situação ocasiona diminuição dos plantios e, na fase final, situações de déficit hídrico.

pube

Diante desse cenário, o Governo do Estado fez uma reunião nesta quarta-feira (10). Em pauta, a discussão sobre a estiagem e a busca por soluções para minimizar as perdas e auxiliar os agricultores na busca por comida para os animais.  “Já conversei com o presidente da Selita (Rubens Moreira) sobre esse assunto. Vamos ver quais medidas podemos adotar para auxiliar na alimentação dos rebanhos. O maior problema, hoje, é o alimento para os animais. Por isso há a necessidade de auxiliar as cooperativas e sindicatos a encontrarem esse alimento, seja cana de açúcar ou qualquer outro”, disse o governador Renato Casagrande, em coletiva de imprensa na noite de terça-feira (9).

A situação é mais grave do que aparentam os pastos secos. Rubens Moreira, em entrevista à Conexão Safra, ressaltou os prejuízos e o cenário de morte causados pela falta de chuvas. “São mais de cinco meses sem chuvas. E com um frio atípico, que começou em março e persiste nas madrugadas. Em função da estiagem ter começado em fevereiro, quem plantou milho ou capineira não colheu nada por falta de chuva. Há quem não tenha nem plantado. Eu mesmo tenho uma área arada desde fevereiro e não consegui plantar o capim-açu. Nesse cenário, só na minha propriedade, contei nove animais mortos. A situação é mais grave do que se imagina”, contou.

Se a seca não está nem perto de se assemelhar à que ocorreu em terras capixabas entre 2014 e 2017, ainda assim preocupa – e muito – todos os setores, especialmente os ligados ao agronegócio, que tem sua fábrica a céu aberto. O município de Jaguaré, no Norte do Espírito Santo, já acendeu o sinal de alerta e emitiu uma nota pedindo a todos que não desperdicem água e evitem as queimadas.

“Recentemente, em 2021, passamos por um momento crítico de desabastecimento de água. Portanto devemos nos preparar ao menor sinal de possibilidade de escassez desse recurso tão precioso. Devemos nos conscientizar dos cuidados que precisamos ter economizando água e ficar atentos para, mesmo sem querer, não ocasionarmos queimadas”, alertou o coordenador da Defesa Civil em Jaguaré, Sérgio Rubens de Farias.

DA MESMA SÉRIE

- Estiagem: Presidente Kennedy decreta situação de emergência- Marataízes apresenta alternativas no controle da seca para pecuaristas- Itapemirim decreta situação de emergência devido estiagem que atinge o município- Incentivos aos produtores rurais minimizam impactos causados pela estiagem em Presidente Kennedy- Agricultura de Cachoeiro apoia produtores no enfrentamento da seca- Para driblar a crise hídrica e a escassez de alimentos, agricultores de Anchieta participam de treinamento sobre bovinos - Marataízes em situação de emergência por causa da seca- Seca acende sinal de alerta no ES e agência recomenda economia de água

Clique aqui e receba as principais notícias do dia no seu WhatsApp e fique por dentro do que acontece no agronegócio!