Mais lidas 🔥

Na Vila Batista
Vila Velha certifica sua primeira agroindústria de mel

Mercado
Preços do mamão formosa sobem com oferta menor nas principais regiões

Reconhecimento nacional!
Conexão Safra vence o Prêmio Ibá de Jornalismo 2025

De quarta para quinta
Veja as 55 cidades capixabas que estão sob alerta vermelho para temporais

Momento de atenção!
Espírito Santo tem alerta por risco de granizo e tempestades; veja as cidades

O ano de 2020 está chegando e é pensando nisso que o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), junto com parceiros de todo o Estado, se reúne para definir quais serão as próximas ações do projeto “Elas no Campo e na Pesca ”. Por meio de metodologias estratégicas, o enfoque dos grupos de trabalho é valorizar e dar visibilidade ao trabalho e a vida das mulheres do campo e da pesca, fortalecendo a liderança feminina.
É o caso do município de Linhares que já tem as suas ações pré-definidas para o ano que irá entrar. No último mês, um diagnóstico participativo foi realizado com a equipe local do Incaper e representantes do Núcleo de Práticas Jurídicas das faculdades Faceli e Pitágoras, do núcleo de atendimento psicológico da faculdade Pitágoras, do Projeto Incubadora do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), das secretarias municipais de Assistência Social, de Educação, de Agricultura e da Vigilância Sanitária, da Associação de Cacauicultores do Espírito Santo (Acau), da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
Para 2020, Linhares receberá ações de capacitação e de organização da produção e comercialização dos produtos produzidos pelas mulheres rurais e da pesca, intercâmbios de valorização do trabalho da mulher, com destaque para as atividades de agroecologia, avicultura, meliponicultura, apicultura, ovinocultura, cacauicultura, cafeicultura, fruticultura e agroindústrias.
Também está entre as ações para 2020, ações de conscientização das relações de gênero, saúde da mulher, desenvolvimento da autoestima, da autonomia e do empoderamento das mulheres, em parceria com cursos de nutrição, estética, odontologia, fisioterapia, psicologia e administração da faculdade Pitágoras.
Enfrentamento à violência
Também foi criado um grupo de trabalho com foco no “Enfrentamento à Violência Contra a Mulher Rural e da Pesca ”, inicialmente em três comunidades que apresentaram a demanda no município de Linhares: Degredo, Desengano e Córrego do Farias, a partir de encontros coletivos, até o atendimento individual, especializado e sistemático.
Alessandra Maria da Silva, extensionista da unidade do Incaper em Linhares e gestora operacional do projeto, contou que para esse tema as mulheres também irão contar com a atuação das secretarias municipais de Assistência Social e de Educação, do Núcleos de Práticas Jurídicas da Faceli e da faculdade Pitágoras e Núcleo de Atendimento Psicológico da faculdade Pitágoras. Para esse tema, o grupo de trabalho contará com a participação da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam).
“Para o próximo ano, a expectativa é fortalecer as ações com as mulheres rurais, trazendo a visibilidade e valorização definitiva e permanente dos trabalhos com as mulheres para além dos projetos governamentais. A proposta é contribuir para a garantia dos direitos das mulheres rurais e da pesca do município de Linhares ”, explicou Alessandra Maria. Segundo a extensionista, as ações programadas para o próximo ano em Linhares deverão ser estendidas a todas as comunidades no decorrer do projeto “Elas no Campo e na Pesca ”.
Força feminina
A coordenadora de projetos da Secretaria de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) e idealizadora do projeto, Patricia Ferraz, contou que em praticamente todos os municípios do Estado estão ocorrendo reuniões de planejamento de metas e ações para o próximo ano. Segundo ela, 2019 foi marcado pelo início das atividades e, em quatro meses, já foram atendidas 431 mulheres.
“Foi um ano muito intenso, pois foi necessário pensar e construir o projeto de forma coletiva, articular e mobilizar os parceiros e divulgar a proposta de trabalho. Percebo que é um projeto que tem encantado a todos e, principalmente, as mulheres rurais e da pesca, que estão se sentindo valorizadas e fortalecidas. Recebo relatos emocionantes dos técnicos que estão atuando junto às mulheres nos municípios e isso aumenta mais a nossa responsabilidade para o ano de 2020 ”, reforça Patrícia Ferraz.
As mulheres rurais e da pesca de Alegre também já se programaram para se reunir com o grupo focal do projeto “Elas no Campo e na Pesca ”, composto por representantes do Incaper, da Secretaria de Desenvolvimento Rural, Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), secretarias municipais de Saúde, de Saneamento, de Assistência Social e de Direitos Humanos, Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), além de agricultores familiares e representantes do grupo de agricultura Kapi`xawa. Após longos momentos de diálogo, eles se dividiram por temas para programar as próximas ações: saúde, assistência social e agricultura.
“Um trabalho em parceria é fundamental para alcançarmos os objetivos do projeto. Apuramos o que já vem sendo feito em prol das mulheres do nosso município. São ações maravilhosas. Porém, algumas dessas ações não chegam até as nossas agricultoras rurais. O que fizemos foi adaptar à realidade das nossas agricultoras, pensando na qualidade de vida delas ”, contou a economista doméstica do Incaper, Aline Chaves Pereira.
Protagonismo das mulheres
Dentre as ações para 2020, estão a elaboração de projetos para submeter ao edital do Fundo Social de Apoio à Agricultura Familiar (Funsaf), o lançamento do projeto intitulado “Mulheres no Campo”, com o objetivo de dar visibilidade e valorizar o projeto em Alegre, e o 2º Encontro de Mulheres do Campo, com oficinas e cursos na área de Gestão e Empreendedorismo para os grupos produtivos de mulheres.
A intenção é realizar ações na área da saúde, voltadas para a segurança alimentar, nutrição, prevenção ao diabetes, aferição de pressão, contaminação com agrotóxico e prevenção do câncer, com foco em musicalidade, vídeos e rodízio de tendas. Além disso, serão criadas oficinas para trabalhar a autoestima das produtoras e jovens, a orientação sexual das mulheres e de artesanato, com a utilização de biocosméticos por meio de aromoterapia. Sem contar que o tema violência doméstica será trabalhado ao longo de 2020.
Só este ano, Alegre recebeu o 1º Encontro de Mulheres do Campo, com o objetivo de fomentar a valorização da mulher rural e gerar encaminhamentos de demandas. A partir delas, foram realizadas outras ações, como a ida da unidade móvel – o “Ônibus Lilás ” -, ao Assentamento Floresta onde as mulheres rurais puderam receber atendimento psicossocial com psicológico e assistente social, além de outros serviços gratuitos &ndash, fruto da parceria entre o grupo Coletivo de “Mulheres Umas pelas Outras ”, de Alegre, com a Secretaria de Direitos Humanos, a prefeitura municipal e o Incaper.
O município também foi marcado pelo curso “Mulheres do Campo ”. “Com o curso, as mulheres puderam obter conhecimentos sobre gestão e empreendedorismo, reforçando, assim, o protagonismo feminino nos empreendimentos rurais do nosso município ”, acrescentou a economista doméstica do Incaper, Aline Chaves.
Para a agricultora familiar Margarida Maria dos Santos Nazário, os encontros são uma forma de fazer com que as mulheres se sintam cada vez mais valorizadas. “É um projeto que traz o reconhecimento da mulher por parte do setor público no desenvolvimento das atividades produtivas das propriedades rurais e nas colô,nias de pesca espalhadas por todo o Estado. Com os trabalhos desenvolvidos aqui, me sinto inserida no mercado de trabalho em que só o homem era reconhecido como produtor rural, com direito de buscar recursos para desenvolver apenas seu trabalho no campo ”, relata.
Elas no Campo e na Pesca
O Projeto “Elas no Campo e na Pesca ” é uma iniciativa da que compõe o Programa “Agenda Mulher ”, coordenado pela vice-governadoria do Estado, com ações integradas aos demais órgãos do Governo, prefeituras e parceiros. O objetivo é promover a visibilidade, a valorização do trabalho feminino e a autonomia econô,mica e financeira das mulheres, por meio da assistência técnica, do acesso ao crédito e às políticas públicas, além do apoio ao empreendedorismo, associativismo, cooperativismo e comercialização.
O projeto pretende executar ações integradas até o ano de 2022, com a divulgação dos resultados, fomento a projetos, sensibilização da sociedade, produção de materiais audiovisuais e conteúdos midiáticos. Também estão previstas a construção de um banco de dados com as necessidades encontradas, capacitação de técnicos, realização de seminários e publicação de um livro mostrando os resultados do projeto.
Recentemente, o trabalho foi reconhecido na Plataforma de Conhecimentos sobre Agricultura Familiar da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). A plataforma tem uma seção dedicada às mulheres rurais.




