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“””O leite é a minha principal fonte de renda”””

Da atividade, o produtor rural Jair de Oliveira Bastos, de Jerônimo Monteiro, pagou os estudos das filhas e tira o sustento da família

por Redação Conexão Safra

em 08/10/2013 às 0h00

4 min de leitura

“””O leite é a minha principal fonte de renda”””

O leite está entre os seis primeiros produtos mais importantes da agropecuária brasileira, ficando à frente de produtos tradicionais como café beneficiado e o arroz. A atividade leiteira e seus derivados desempenham um papel relevante no suprimento de alimentos e na geração de emprego e renda para os produtores, principalmente os pequenos.


No ranking mundial, o Brasil é o quinto colocado com a produção anual de 31 bilhões de litros de leite, perdendo apenas para os Estados Unidos, Índia, China e Rússia. O número de produção é superior se comparado aos países que mais exportam produtos lácteos para o Brasil, como o Uruguai, que se enquadra em 46ª maior produção de leite e a Argentina na 17ª colocação.


Boa parte da produção de leite está sendo cada vez mais produzida por pequenos produtores, que estão na atividade por considerar que ela permite uma rentabilidade compatível com o que se consegue com outras atividades, como o caso do produtor Jair de Oliveira Bastos, da Fazenda Santa Clara, em Jerônimo Monteiro.


Com uma propriedade com pouco mais de quatro hectares destinados ao leite, há 14 anos ele fez da atividade a principal fonte de renda de sua família. Casado, pai de duas filhas, Jair se orgulha de sua trajetória. Ele relata detalhes que fizeram a diferença na hora de trocar a vida na cidade e voltar para o meio rural.

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“Na verdade, sempre fui do meio rural, mas em 1973 saí de casa para estudar em Rive, onde me formei como técnico agrícola. Depois fui trabalhar no Mepes, em Anchieta, onde permaneci por oito anos. No início de 1982, meu irmão comprou essa propriedade e me chamou para trabalhar com ele na suinocultura e no café, que eram as atividades da fazenda. Saí do emprego e voltei para o campo. Na época todos me chamavam de doido, pois eu recebia bem no meu trabalho na cidade. Mas, fiz tudo sem medo e acreditei que daria certo ”, contou o produtor.


Jair e o irmão trabalhavam meio a meio na propriedade e o lucro também era dividido. Cinco anos mais tarde, ele comprou a metade das terras do irmão e passou a tocar o próprio negócio. No ano de 1988, um ano após a compra da metade da fazenda, ele conseguiu comprar o restante. “A partir daí, melhorei a suinocultura e em 2000, comecei a trabalhar com a atividade leiteira. Nessa época eu tinha três vacas e minha produção era de oito litros por dia. No ano seguinte, foi fundado aqui em Jerônimo Monteiro, um núcleo de inseminação artificial e logo entrei. Consegui melhorar minha produção e cheguei a tirar 60 litros por dia ”, continuou o produtor.



Planejamento e Mudança


Depois de entrar para o núcleo de inseminação artificial, Jair visitou uma propriedade que participava do projeto de pastejo rotacionado, oferecido pelo Incaper. “Quando fiz a visita comecei a fazer o mesmo em minha propriedade e fiz as divisões dos piquetes por minha conta. Naquela época, era tudo muito difícil e eu conhecia pouco a atividade leiteira, tinha uma vaga noção de manejo, pastagem e contabilidade gerencial ”, ressaltou.


O produtor contou que teve uma época em que pensou em desistir da atividade. “Eu tirava pouco leite e tinha pouco lucro. Tinha que puxar capim todos os dias e dava muito trabalho, principalmente quando estava chovendo. Com as divisões dos piquetes, tudo ficou mais fácil. Com a mudança do manejo de pastagem, melhoramento genético e o aumento da produtividade passei a ganhar 100% mais do que antes ”, explicou


“A atividade leiteira é a minha principal fonte de renda. O sustento da minha família vem do leite. Minhas duas filhas são formadas, uma é veterinária e a outra se formou em ciência e tecnologia de laticínios, com a renda do leite. Com o leite não temos problema de comercialização, o que não acontece com a suinocultura. Gosto de mexer com minhas vaquinhas, é trabalhoso, porém prazeroso ”, frisou.


Jair produz atualmente uma média de 130 litros de leite e disse que hoje sabe que escolheu a atividade certa para trabalhar. “Tenho funcionários aqui que me ajudam e acompanho todo o trabalho de perto. Sou exigente com a higiene e com a limpeza do tanque de expansão, que é comunitário. Quando vejo que os latões não estão limpos, eu chamo a atenção. Sou um produtor exigente e espero continuar assim. Participo de cursos de qualidade do leite e insisto para que os outros produtores que também colocam leite no tanque participem ”.


Para o futuro, ele pretende ampliar e melhorar a produtividade. “Se eu parar de tirar leite vou viver de que atividade? Tenho que investir e continuar colhendo os bons frutos da atividade. Gosto do que faço e não mudaria de atividade. Essa foi uma escolha certa ”, completou Jair, que conta com a ajuda da esposa Maria de Fátima Barros nas atividades da propriedade.


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