pube
Geral

Apiecoturismo: um novo negócio para produtores de mel no Brasil

por Redação Conexão Safra

em 10/06/2017 às 0h00

6 min de leitura

Apiecoturismo: um novo negócio para produtores de mel no Brasil

Siga nosso Instagram: @conexaosafra

Apiecoturismo é importante para a apicultura nacional, pois incentiva a conscientização ambiental a respeito do desaparecimento de certas espécies de abelhas, que são importantes para a produção agrícola. Foto: Divulgação

Produtores de mel vêm encontrando novas oportunidades para ampliar seus negócios, dentre eles o apiecoturismo, um tipo de turismo rural que conta com a presença de abelhas e dos próprios apicultores, durante as visitações. No país, a atividade está em franco crescimento há cerca de dez anos, principalmente, nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste.


“Trata-se de uma opção para aumentar a renda na propriedade rural, tanto por meio das soluções de turismo quanto pelo estímulo ao consumo de produtos apícolas ”, aponta o relatório “Apiecoturismo: oportunidade de negócio ”, publicado no último dia 16 de maio, pelo Sistema de Inteligência Setorial (SIS) do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).


Essa recente atividade do agronegócio também é bastante praticada em outros países, como Eslovênia, Espanha e Portugal.


“Na Eslovênia, por exemplo, foi criado um projeto chamado
Api Routs, com o objetivo de proporcionar uma experiência autêntica que une destinos verdes, apicultura e viagem. Além disso, é o primeiro e único país a certificar as empresas fornecedoras de apiturismo ”, relata Fernanda Bichel, analista de Inteligência do SIS/Sebrae, em entrevista à
equipe SNA/RJ.


INCENTIVO

A especialista defende que, “pelo apiecoturismo, é possível fornecer uma educação não formal sobre a preservação das espécies existentes, hoje, no Brasil e, ao mesmo tempo, incentivar o consumo de produtos apícolas, aumentando a demanda dos pequenos e médios produtores, além de agregar valor ao apiário ”.


O apiecoturismo é importante para a apicultura nacional, pois incentiva a conscientização ambiental a respeito do desaparecimento de certas espécies de abelhas, que são importantes para a produção agrícola. Segundo a Embrapa Pantanal (MS), a extinção de alguns insetos do gênero vem sendo causada pelo uso indiscriminado de defensivos agrícolas, por algumas doenças, pelo desmatamento e pelas mudanças climáticas.


pube

“Pelo apiecoturismo, é possível fornecer uma educação não formal sobre a preservação das espécies existentes, hoje, no Brasil e, ao mesmo tempo, incentivar o consumo de produtos apícolas, aumentando a demanda dos pequenos e médios produtores, além de agregar valor ao apiário ”, comenta Fernanda Brichels, analista de Inteligência do SIS/Sebrae. Foto: Divulgação

ORIENTAÇÕES

Para investir no apiecoturismo, a analista de Inteligência do SIS/Sebrae faz algumas recomendações: “É importante que o apicultor tenha cuidado com os seguintes pontos: localização do apiário que, de preferência, deve estar distante da hospedagem para evitar acidentes, disponibilizar equipamentos de segurança, que incluem as vestimentas de proteção, para que os turistas possam fazer as visitas de forma segura ”.


Ela ainda indica: “Se na propriedade também é produzido algum produto apícola específico, é interessante apresentar como ele é desenvolvido e também ter um espaço para comercializar esses produtos ”.


A atividade voltada para o turismo apícola tem como foco famílias e pessoas que queiram experiências diferentes no meio rural. “O apiecoturismo também pode diversificar a oferta turística da propriedade como, por exemplo, com o turismo pedagógico. Nesse caso, as abelhas nativas sem ferrão podem ser uma ótima opção para crianças e acadêmicos ligados à biologia ”, informa o relatório do SIS/Sebrae.


INVESTIMENTOS

Em termos de investimentos no novo negócio, Fernanda ressalva que, por enquanto, é difícil estimar um valor indicativo para o empresário rural: “O ideal é que ele faça visitas a outras propriedades, que adotaram esse modelo de negócio, para verificar quais adequações ele precisará fazer em sua propriedade, antes de iniciar a atividade ”.


“Pontos como hospedagem, equipamentos de segurança, pessoal para atendimento e serviços &ndash, como o de alimentação e transporte &ndash, devem ser considerados por ele. ”


Sobre a divulgação para futuros turistas, Fernanda salienta que “o investimento dependerá do meio selecionado e das possibilidades de parcerias com outros empresários, associações e órgãos do setor, tanto de apicultura quanto de turismo ”.


EXEMPLOS DA ATIVIDADE

De acordo com o relatório do SISA/Sebrae, algumas de atividades no meio rural exemplificam o apiecoturismo, tais como: visitação ao apiário para conhecer a abelha rainha, o zangão e as operárias, colheita do mel, envolvendo a desoperculação, centrifugação, filtragem e envase, oficina de culinária com uso do mel.


Ainda incluem: oficina de velas de cera, degustação de comidas e bebidas com mel, passeio pela rota apícola na propriedade, conhecendo o percurso do mel, visitação em loja que oferece diversos produtos apícolas (de alimentos e bebidas a cremes hidratantes e sabonetes), entre outros.


“O importante é proporcionar novas experiências ao turista e fazer com que ele ‘bote a mão na massa’, pois o chamado turismo criativo é cada vez mais procurado e tende a se desenvolver nos próximos anos ”, indica o relatório “Apiecoturismo: oportunidade de negócio ”.


DICAS E ORIENTAÇÕES PARA INVESTIDORES

O SIS/Sebrae também oferece dicas ao apicultor, em relação ao turismo criativo, que engloba o desenvolvimento de atividades que envolvam o turista e a apicultura, sempre pensando em promover novas experiências.


“Os turistas tendem a utilizar as mídias sociais para divulgar o que têm feito, e isso pode ajudar seu negócio a se desenvolver ainda mais. ”


Quanto ao turismo em si, primeiramente, é necessário que o produtor identifique, em si mesmo, o perfil para investir no turismo. Caso conclua que tem, ele deve participar de cursos de capacitação para compreender o turismo, o perfil dos turistas e os atrativos de seu Estado, até mesmo para selar parcerias com outras empresas, conforme aponta o relatório do Serviço de Inteligência Setorial.


Em relação à estrutura física, a sugestão é para que o apicultor invista no conforto e na segurança dos visitantes, tenha inúmeras roupas para a atividade apícola, visando atender aos visitantes, avalie a dist&acirc,ncia das colmeias da hospedagem, para evitar perigos.


“É interessante também investir em lojinhas/espaços para venda de produtos típicos e da apicultura, assim é possível diversificar ainda mais os negócios e ampliar o ticket médio dos visitantes. ”


Para a comunicação, a sugestão é contratar um profissional que ficará responsável pela promoção do novo negócio. “Uma das formas de fazer isso é por meio das mídias sociais, em que há o contato direto com potenciais clientes. ”


No que diz respeito à operação, uma forma de operacionalizar as atividades turísticas e apícolas é dividir o trabalho. “Nesse sentido, enquanto alguns ficam encarregados pelo turismo, outros se mantêm na produção do mel. ”


Para mais detalhes sobre o relatório “Apiecoturismo: oportunidade de negócio ”, acesse
ow.ly/yfCP30c8mkb
(link encurtado).


Equipe SNA/RJ com informações do SIS/Sebrae

Clique aqui e receba as principais notícias do dia no seu WhatsApp e fique por dentro do que acontece no agronegócio!